Contatos 01


Amoramon

ÍNDICE
PRIMEIRA PARTE
Introdução......................................................................................1
Um preâmbulo para o contato 1.........................................................2
A abertura do cientista ateu................................................................3
As palavras escolhidas por Deus.........................................................6
A fé não é subjetiva..........................................................................7
Espaço e tempo................................................................................8
Perguntas profundas, o estado caótico primordial.................................9
O universo respira?...........................................................................10
O fechamento do discurso do Dr. Amoramon......................................12
Um preâmbulo ao Contato 2..............................................................13
O que dizer a um rabino judeu?.........................................................14
O Contato 2 ....................................................................................15
Efetivamente Jesus é Jeová...............................................................16
O Shabat é um mandamento perpétuo................................................17
A missão dos servos e a missão do Servo...........................................18
O Contato 3 (A Testemunha de Jeová) .............................................19
A questão em Levítico 17: 11............................................................20
Deus, o Pai, Jeová e o Senhor...........................................................21
Sopro e espírito são coisas diversas....................................................22
A questão do sangue e da alma..........................................................23
Extratos do livro A verdade ao Alcance do Homem.............................24
A verdadeira mensagem em Eclesiastes..............................................25
 

SEGUNDA PARTE
Preparação para o contato com o kardecista ......................................26
O Contato 4 ....................................................................................51
Uma Manifestação Celestial ..............................................................64
Preparação para o contato com o presbiteriano ...................................72
Extratos do Discurso de Parley P. Pratt em Toronto ...........................75
O Contato 5 ....................................................................................80
O Contato 6 (O agnóstico) ................................................................93
A Matéria enviada pelo Dr. Amoramon ao agnóstico .........................102
O Contato 7 - Nota do elder Smith.. ................................................110
A Carta de um Dissidente ...............................................................111
A Resposta ................................................................................... 113
O Contato 8 (O padre católico)........................................................119
O Contato 9 (O livre-pensador)........................................................137

INTRODUÇÃO
Este trabalho é uma compilação de um livro de recordações organizado pelo elder Smith durante a missão de tempo integral cumprida no Rio de Janeiro, Brasil, entre os anos de 1989 e 1990.
Fizemos um extrato dos mais significativos CONTATOS, acontecidos nos três últimos meses de sua missão, na Ala Jardim Botânico, rua Zara, 17, no bairro do mesmo nome.
Uma interessante coincidência sucedeu nesses três meses - o companheiro do elder Smith, filho de um fazendeiro em Oklahoma City, passou a ser o elder José, também filho de fazendeiro do Pantanal de Mato Grosso.
Estava então formada a dupla José e Smith, coincidindo com o nome do profeta Joseph Smith, e com o fato dele ter sido filho de um homem do campo também.
Esses contatos foram todos produto de apresentação das pessoas aos missionários, através de membros da ala.
Antes de cada contato, os missionários faziam uma pequena avaliação da pessoa que iriam encontrar, de acordo com as impressões transmitidas pelos seus apresentadores; conscientes de que o objetivo desse primeiro contato era mais uma tomada de posição, do que o início das palestras propriamente ditas.
Ao descrevermos os diálogos, a não ser a conversa entre os missionários, preferimos usar os nomes de cada crença ou filosofia, em lugar do nome pessoal dos contatados; os élderes estão simplesmente denominados missionários. Excepcionalmente usamos nomes, porém fictícios.
O elder Smith fez grande amizade com nosso irmão Xavier autor de vários livros sobre a doutrina d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
 A citar: os primeiro e segundo volumes de A Verdade ao Alcance do Homem (AVAH), editados respectivamente em 1975 e 1983, e ultimamente uma tradução adaptada do "The Day of Defense", editada em 1990.
Tendo ele lido os dois primeiros dos livros acima citados, achou por bem usar algumas partes em cada primeiro contato, antes de iniciar as palestras regulares.
Ao lermos o livro de recordações do elder Smith, achamos interessantes abordagens das oposições levantadas pelos visitados. Pensamos que este nosso trabalho irá trazer uma valiosa contribuição para o trabalho missionário, dever individual de cada membro da Igreja.
Naturalmente, algumas pessoas gostariam de comunicar-se com os élderes José e Smith, talvez para mais esclarecimentos sobre certos assuntos. Isso não será difícil, pois eles deixaram nosso irmão Xavier como encarregado de intermediar os CONTATOS. Basta escrever para : Rua Zara, 17, Jardim Botânico, RJ, CEP 22460.
 Outras pessoas poderão duvidar da existência real desses élderes. Mas podemos garantir que eles são tão reais quanto é real nosso irmão Xavier, o qual entrosa-se de corpo e espírito com eles, de forma integral. Quem vê a este, vê aqueles.
O bom observador notará que até mesmo o estilo de linguagem e de expressão dos élderes são idênticos aos do irmão Xavier. Isso é outra prova de que os três falam através do mesmo Espírito e que, ao ouvi-los, é como se estivéssemos ouvindo a mesma pessoa.
Como se dá com a Trindade Divina, que são três, mas falam por um só Espírito.
A bem da verdade o autor não pode ser mais claro do que isso.
 AMORAMON
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UM PREÂMBULO AO CONTATO 1
PREPAÇÃO PARA O CONTATO, COM O CIENTISTA ATEU. CONVERSA DOS MISSIONÁRIOS
- De acordo com nosso irmão Dirceu, que nos apresentou ao Dr. Coutinho, este primeiro encontro vai ser o de maior importância. É preciso quebrarmos o gelo do Dr., um cientista ateu.
Veja, o Dr. Amoramon pretende usar como referência o livro de recordações que você está fazendo, para publicar um livro sobre os mais importantes CONTATOS registrados. Talvez ele aceite nosso convite para comparecer a este nosso primeiro encontro com o Dr. Coutinho.
- Acho uma boa idéia, eles se entenderão muito bem. Sinto perfeitamente que ele tem sérios preconceitos contra religiões de um modo geral. É preciso que nos veja com outros olhos, antes de nos oferecermos para dar as nossas palestras.
- É muito provável que ele leve a conversa para os temas desenvolvidos no livro de que nos falou, ao sermos apresentados. Não estamos preparados para abordar esses assuntos. Teremos mesmo que pedir auxílio a quem tenha habilidade para transpor a barreira.
- Você sabe qual a técnica que o Dr. Amoramon desenvolveu para falar do evangelho a pessoas como o Dr. Coutinho?
Veja só a subtilidade que ele aprendeu a usar: Em primeiro lugar, toma conhecimento dos assuntos científicos que mais agradam a pessoa a quem vai abordar; depois procura as partes que se harmonizem com as revelações de Deus, antigas e modernas, especialmente com as contidas no livro Doutrina & Convênios; então, durante a conversação, conduz o assunto de forma a poder discorrer sobre aquelas partes concordantes; para poder colocar as mensagens do evangelho em seguida. Sempre em ambiente de edificação e evitando polêmicas. Quando a posição das pessoas tende a alguma controvérsia, o Dr. Amoramon procura apresentar perguntas bem colocadas, que dirijam os interlocutores a concluir por eles mesmos as respostas certas.
Quando a pessoa sente, então, que a conclusão foi sua, torna-se mais acessível.
 
A ABERTURA DO CIENTISTA ATEU
DR. COUTINHQ (ATEU): Meus caros, desde que me tornei um cientista deixei de crer na Bíblia como um livro revelado, em verdade eu tornei-me ateu para o Deus da Bíblia. Agora, vêm vocês com uma outra Bíblia que chamam Livro de Mórmon; com outra publicação que dizem ser inspirada: Doutrina & Convênios e seu séquito de acompanhantes que chamam Pérola de Grande Valor.
Que benefício pode trazer a leitura desses livros aos cientistas como eu?
 Estou convicto de que as religiões do mundo têm sido obscurantistas com seus dogmas, um verdadeiro entrave ao progresso científico ao longo dos séculos. Como livrar o seu mormonismo dessa mesma desonra?
MISSIONÁRIOS: Prezado Dr. Coutinho, o Sr. não deixa de ter certa razão ao tomar essa posição. Mas, é possível ser um cientista de ponta na atualidade e acreditar nas palavras dadas por Deus ao nosso profeta Joseph Smith, e no seu caso, especialmente aquelas contidas no Livro Doutrina & Convênios. Conhecíamos os argumentos que usaria aqui, pelos artigos jornalísticos que o Sr. tem escrito, e pela admiração que tem expressado pelo livro de Stephen W. Hawking, UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO, conforme declarou ao Dr. Amoramon.
 Reconhecendo nossa incapacidade para responder nos termos que gostaria de ouvir, pedimos a ajuda do Dr. Amoramon. Como o Sr., ele também é um cientista de renome no campo da física teórica. Ele é mórmon, e conhece ambas as faces do problema, por isso, poderá falar-lhe de igual para igual.
AS PALAVRAS ESCOLHIDAS POR DEUS
DR. AMORAMON: Prezado colega, as coisas de Deus devem ser tratadas da forma que Ele estabeleceu para relacionar-se com o homem. Quero dizer: as palavras que ele escolheu para usar, não são as palavras científicas inventadas em cada século, nem os conceitos teóricos das ciências humanas, na sua gradual compreensão do universo - do macro e do micro.
As palavras que Deus mediu para entregar ao homem, devem atingir o entendimento de todas as classes, desde às dos simples até às dos eruditos. Quem conhece a totalidade das coisas como Deus conhece, pode usar palavras que traduzam a síntese da verdade científica total, mas essas palavras devem ser simples, para poderem ser dadas a todos os homens. Então nosso entendimento ficará limitado à capacidade individual de compreendê-las em profundidade.
Elas nos são transmitidas pelos profetas, os quais as recebem do Espírito, o único que sonda a mente de Deus, vê e compreende o profundo dos Seus mistérios e inteligência.
É por isso que as palavras de Deus, muitas vezes, tornam-se tão difíceis para os cientistas compreendê-las e aceitá-las; pois elas devem ser discernidas pela percepção do Espírito, operando em nós pelo nosso espírito, e não apenas por concurso deste último, alienado daquele.
Essa integração é conseguida pela oração, ou seja, por uma atitude de oração, diante Daquele que conhece todas as coisas. Isso eqüivale a dizer: aprender a colocar a mente em atitude de busca na "freqüência" do Espírito, para poder receber Dele.
Aí, então, é que o cientista poderá partir corretamente em sua busca - do simples para o complexo; desde que o se mantenha  no eixo da Verdade.
 A busca da compreensão científica do universo teria um assombroso impulso; as vacilações e descaminhos das falsas teorias seriam eliminadas, simplesmente se o cientista obtivesse antes um testemunho da veracidade da palavra que Deus põe à sua disposição em cada século; abandonando, em suas buscas, aquilo que é declaradamente contra elas.
As escrituras nos trazem a síntese da ciência de Deus. Como toda ciência, elas também devem ser discernidas pelo Espírito, da mesma forma acima explicada. Caso isso não seja observado,  a religião torna-se obscurantista da ciência, como o Sr. pôs no seu discurso aos missionários.
DR. COUTINHO: Dr. Amoramon, confesso estar impressionado com sua análise do problema das mentes científicas, como a minha.
Mas, o pomo da questão em sua exposição, continua no campo subjetivo da fé. Quem não  tem essa fé, simplesmente não se pode alinhar com a atitude de oração que citou. As mentes científicas aprenderam a fundamentar-se no objetivo, para colher frutos objetivos. O Sr, quer que eu torça minha mente para o subjetivo, para obter ciência objetiva. As sementes de tomates não podem produzir beterrabas, como o Sr. responderia a isso?
A FÉ NÃO É SUBJETIVA
DR. AMORAMON: A Fé só é subjetiva, quando não experimentamos com ela e não constatamos os seus resultados objetivos, embora sutis, do seu exercício. Da mesma forma que a ciência é objetiva, a religião deve ser e é uma coisa prática, de resultados objetivos, tanto para bem quanto para mal. Dependendo do ponto de partida, iniciou-se até mesmo  de uma posição subjetiva.
 Pode hoje haver coisa mais poderosamente objetiva do que o emprego da energia atômica para o progresso científico em todos os campos?
No entanto a busca para dominar o átomo, partiu do subjetivo e da fé que os cientistas tiveram de que chegariam a resultados objetivos.
A energia do Espírito é apenas mais outro campo para a pesquisa científica humana, dentro das leis espirituais. Eu creio que aí  estará nossa última fronteira.
Quem pode cientificamente declarar não ter fé, se não a houver pesquisado no profundo do ser? Quem terá autoridade para negar o resultado da busca daqueles que se empenharam nela até encontrar a força dos seus resultados objetivos? Quem pensava não tê-la mas a obteve, por esforço próprio, pode compreender a posição do prezado colega; o Sr., porém, como poderia compreender a dele, sem pesquisar e obter frutos de sua própria fé?
Sobre a ciência de obter, ou melhor, de constatar uma semente de fé e então desenvolvê-la, eu não tenho melhor exemplo do que o discurso sobre a fé, feito pelo profeta Alma no Livro de Mórmon, leremos o texto em Alma 32: 26-43 (segue-se a leitura)
DR. COUTINHO: Devo admitir que é verdadeira sua argumentação, quando diz não ser científico dizer-lhe que não tenho fé, sem tê-la buscado com seriedade e empenho. Gostei da exposição do profeta Alma.
DR. AMORAMON: Estou feliz, porque percebo que o nível do nosso diálogo está em ascensão e que grandes frutos sairão dele.
Agora gostaria de continuar a responder-lhe, dando alguns exemplos de quão maior pode ser o significado das palavras simples dadas por Deus nas escrituras antigas e modernas. Desejo esclarecer que escolhi alguns conceitos e teorias do livro de sua atual preferência, já citado pelos missionários, o que vou apresentar não é doutrina da nossa Igreja, é apenas um exercício científico que gosto de fazer, para pôr em teste de veracidade quaisquer teorias ou postulados científicos que apareçam.
O fiel da balança que emprego são as palavras simples dadas por Deus a Joseph Smith; porque, por exercício da fé, obtive testemunho de sua veracidade.
 Vamos agora teorizar um pouco além das teorias de Hawking, observando contudo que nossas incursões, não vão além do revelado nem contra ele:
ESPAÇO E TEMPO
O espaço e o tempo são inseparáveis. A luz é que limita as fronteiras do Espaço-Tempo (E-T), na barreira de velocidade máxima que impõe à massa dos corpos. A velocidade da luz solar do nosso E-T é de aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo. O estado da matéria do nosso E-T é limitado por essa velocidade. Sua massa tenderia ao infinito ao aproximar-se dessa velocidade, sendo impossível continuar acelerando, porque a energia necessária para isso, também seria infinita.
 Somente seria possível, a um corpo com massa, ser levado a ultrapassar os 300.000 km/seg., se ele fosse antes transformado em energia, e, depois de ultrapassada a barreira, houvesse um meio de reintegrar a massa sob as leis de um novo E-T de luz, mais veloz do que a velocidade da luz solar. A velocidade constante dos quanta da luz solar determina a freqüência. Quanto menor o comprimento da onda, maior a freqüência.
O aparecimento e desaparecimento de seres celestiais ressuscitados, em seus corpos de massa (porque são tangíveis), estão sempre associados com uma manifestação de ultra-luz, de freqüência e brilho muito maiores que os da luz solar. É evidente que não é o olho carnal que dá testemunho dessa ultra-luz, pois ele não pode suportar nem mesmo a luz do corpo solar, quando olhado diretamente.
 É com os olhos do espírito que os profetas podem ver as coisas do E-T onde residem os seres celestiais. As escrituras nos ensinam que eles vêm na sua glória.
No meu entendimento, isso significa que eles vêm envoltos na ultra-luz do E-T.
NOTA INTRODUZIDA EM 9 DE SETEMBRO DE 2002:
Cerca de oito anos depois que este livro foi escrito, saíu o artigo desta nota. Foi publicado por Eduardo Castor Borgonovi - Agência Estado de São Paulo.
Cientistas rompem a velocidade da luz
France Press / Nasa
Tempo e espaço - Se a luz viajar à frente do tempo, poderá transportar informações e quebrará verdadeiros dogmas físicos. Embora os detalhes exatos dessa descoberta estejam sendo mantidos em sigilo, o jornal londrino Sunday Times conseguiu um furo de reportagem e divulgou alguma informação na edição de domingo, dia 04/09/02.
O dr. Wang, um dos cientistas envolvidos disse: "Nosso pulso luminoso realmente viaja mais rápido que a velocidade da luz. Espero que isso nos proporcione um melhor entendimento da natureza da luz e como ela se comporta."
As implicações dessas descobertas mudam totalmente nossa compreensão do Universo e confundem nossa lógica, acostumada à realidade do mundo tridimensional. Por exemplo: Um raio de luz emitido de um ponto qualquer, chegará ao seu destino antes de ter iniciado sua viagem. Isso seria a constatação prática de que o tempo não corre como uma flecha ou seja, de um presente para um futuro, mas sim ele é circular e eterno.
Na Itália outro grupo de cientistas afirma ter conseguido propagar microondas a uma velocidade 25% superior à da luz. Dizem eles que isso pode provar a possibilidade teórica de transmitir informação mais rápido do que a luz. Esses experimentos dos pesquisadores de Princeton são a mais recente constatação de que o mundo físico não funciona de acordo com o que pensamos e sentimos, nem com as convenções da física newtoniana. A ciência moderna está começando a perceber que as partículas subatômicas existem aparentemente em pelo menos dois lugares ao mesmo tempo.
Isso aproxima a ciência da possibilidade de explicar temas que até então limitam-se à filosofia, ficção, religiões, viagens no tempo, telepatia, universos paralelos, existência e imortalidade da alma e muitos outros. O que mais causa espécie e incomoda a mente dos cientistas é que, se a luz realmente puder viajar à frente do tempo, ela poderá transportar informação. Isso viria a quebrar um dos pilares básicos da física cartesiana, a da causalidade : a causa sempre tem de vir antes do efeito.
A própria Teoria da Relatividade de Einstein terá de ser revista - no conceito de que a velocidade da luz é o limite do universo e não pode ser superada.
 
DR. COUTINHO: Suas idéias são surpreendentes para mim! Realmente, se eu pudesse crer com a naturalidade que o caro colega parece crer em seres ressuscitados, que vivem num E-T diverso do nosso; sobretudo, ainda, que eles são tangíveis, possuidores de massa nos seus corpos, então, mais uma vez, se eu pudesse crer nisso, posso dizer que aceitaria suas idéias como bastante científicas e coerentes.
DR. AMORAMON: o Sr. pode observar no Novo Testamento, em Lucas 24:36-39, o esforço que o Senhor Jesus Cristo fez para provar que seu corpo era tangível após a ressurreição. É muito sintomática Sua declaração de que ainda não havia sido glorificado, porque ainda não havia subido para seu Pai. Ele ainda deveria permanecer nas cercanias do nosso E-T por cerca de quarenta dias, para realizar trabalhos pré-planejados. Findo esse período, Ele foi visto subir e desaparecer do nosso E-T, diante dos olhares extasiados de cerca de quinhentas pessoas. Ele tinha então um corpo de massa espiritual não-sanguínea, capaz de suportar o poder e a glória da luz que ilumina o E-T onde habita nosso Deus e Pai. Isso para mim é real, embora estupendo e maravilhoso! .
DR. COUTINHO: Na relatividade de Einstein, imaginou-se que o E-T começou a partir de um evento comum, que denominamos modernamente na física como singularidade, a teoria do Big Bang e do eventual Big Crunch. Uma delas, atribuindo a origem comum do universo a partir de uma gigantesca explosão, a outra, prevendo o seu colapso total,  enrustindo-se num buraco negro, onde toda matéria desapareceria, deixando apenas como vestígio, o gigantesco efeito gravitacional da sua massa extinta.
No entanto, observo que, pelas suas palavras anteriores, o Sr. não está de acordo com essas teorias,
não é verdade?
DR. AMORAMON: Vejo que o caro colega acompanhou muito bem minha explanação. É verdade.
 Aliás, gostaria de dizer mais um pouco sobre este particular assunto, vejamos:
O princípio da singularidade opõe-se ao princípio da incerteza, o qual alinha-se melhor com um universo eterno, a partir de um estado caótico, tese que já defendemos anteriormente.
Se o universo caótico primordial houvesse tido um começo, é certo também que poderia ter um fim. Como não pode haver matéria que tenha sido trazida do nada, e muito menos matéria que possa ser totalmente aniquilada a um estado de não existência, em decorrência, é certo que o universo não teve princípio e jamais terá fim.
Repetimos que a matéria caótica pode ser organizada e desorganizada um número incontável de vezes. Isso é o que poderia ser tomado como princípio e fim, nada mais além disso.
DR. COUTINHO: Gostaria de ouvir um pouco mais de suas idéias sobre os vários E-T's de que falou e das analogias que faz com a teologia mórmon, para compreender mais a fundo suas razões.
Há alguma escritura que possa ser relacionada com suas conjecturas?
DR. AMORAMON: Certamente que sim, prezado colega. Há muitas delas. Aqui, porém, citarei apenas algumas poucas, mas na forma de paráfrases, para tocar melhor o seu entendimento de minha posição. Os missionários saberão muito bem de que estou falando quando ouvirem cada paráfrase.
Antes, porém, urge que lhe dê algumas breves explicações que se relacionam à ciência e à teologia; para que possa acompanhar de perto minhas razões de ver as coisas dessa maneira. Assim, saberá que não exerço uma fé cega e desprovida de coerência.
Em Isaías 42:5 está dito que Deus criou os céus e os desdobrou. Significa isso para mim, que Deus, além de criar os céus, colocou-os uns sobre os outros: o céu dos mortais, o céu dos espíritos, o céu dos seres ressuscitados. Cada qual com suas próprias leis e poderes.
Num ambiente exterior ao nosso, onde a velocidade de outra manifestação de luz seja ainda maior do que os nossos 300.000 Km/seg., aí estará um novo E-T, com governo sobre matéria mais sutil, fina ou pura, onde a massa dos corpos "residentes" nessa nova luz, também estará limitada à respectiva velocidade dessa luz refinada. O limite da velocidade da luz do ambiente é o que formaria cada um dos vários E-T ou desdobramento dos vários céus criados por Deus.
Ao ser demonstrado que haverá velocidades maiores do que os 300.000 Km/seg. para certas partículas, estaremos demonstrando que há E-T’s acima do nosso.
O Espírito Santo é luz puríssima, e como tal, é constituído de "quantas" espirituais que viajam a velocidades infinitamente maiores do que os nossos quantas da luz solar.
Sem a completa transformação de nossa matéria corporal, para integração com essa Luz puríssima, nem um corpo poderá chegar com a massa apropriada ao E-T da presença de Deus. A ressurreição é para isso, para chegarmos num corpo de massa ressuscitada, e não apenas em espírito - aquilo que já éramos anteriormente.
É por essa causa científica que nossos olhos carnais não podem ver as coisas do E-T onde Deus habita; só nossos olhos espirituais podem fazê-lo, quando amplificados pela luz que habita e forma o E-T da Divindade. Os profetas dão seu testemunho da intensidade dessa Luz Maior, que cega os olhos carnais. Os espíritos, nas cercanias dimensionais do E-T da terra física mortal, vivem no seu próprio E-T de luz mais veloz que a luz solar.
Cada E-T tem sua ciência e suas leis próprias, será um reino de leis com seu próprio espaço, limites e condições.
 Cada E-T é uma morada universal, ou um outro universo, que limita seus próprios moradores, os quais, nos seus corpos, não poderão ultrapassar os limites científicos de suas leis, no sentido de alcançarem moradas superiores. Sua técnica e poder só lhes dá acesso às moradas inferiores, não às superiores.
O universo total é uma esfera "maciça", constituída de E-T's que se entrelaçam e superpõem. No meu entendimento, a separação entre esses E-T's é o que as escrituras chamam de véus.
Para satisfazer ao prezado colega, vou parafrasear algumas revelações que Deus deu ao homem, mas usando os conceitos aqui discutidos:
"Na casa do meu Pai há muitos E-T’s para morada. Em outras palavras: Na casa do meu Pai há muitos universos para morada de Seus filhos.
Não há E-T onde não haja reino nem reino onde não haja E-T.
A cada espaço foi dado seu próprio tempo, eles existem uns sobre os outros, até chegar ao E-T que governa todos os demais.
No principio, o Deus Principal chamou os Deuses em conselho e organizou os E-T's e a terra.
Mas eis que dou-te um relato deste E-T e desta terra sobre a qual estás."
Se essas nossas especulações teóricas forem verdadeiras, e há grande possibilidade de que sejam, uma vez que não contrariam as palavras verdadeiramente reveladas, quão complicado seria para os homens simples de todas as épocas entendê-las!
Deus, sabiamente, usou palavras simples e fez uma síntese. Ele declarou que elas eram verdadeiras segundo a sua vontade.
DR. COUTINHO: É suficiente, prezado colega, os missionários fizeram muito bem em trazê-lo, o Sr. abordou a questão com enorme elegância e empatia. Asseguro-lhe que terei, de hoje em diante, outros olhos para o mormonismo. Quem sabe, algum dia experimentarei dessa maravilhosa fé que demonstrou ter.
MISSIONÁRIOS: Gostaríamos de agradecer ao nosso irmão, o Dr. Amoramon, pela boa vontade demonstrada em vir aqui nos assistir. Confessamo-nos surpresos com tão poucas perguntas apresentadas pelo Dr. Coutinho, o que teria dado oportunidade a todos nós de ouvir outras coisas mais surpreendentes e maravilhosas que sabemos ter o Dr. Amoramon reservado para este nosso primeiro encontro.
DR. COUTINHO: Verdadeiramente, eu trouxe nas minhas notas algumas perguntas que tenho como embaraçosas para a ciência, e certamente muito mais para a religião, ou melhor dizendo, para a teologia das religiões do mundo. Mas, em face de tão claras respostas obtidas para a primeira das perguntas que fiz, dei-me por satisfeito quanto ao nível mental que um homem de ciência pode chegar seguindo a senda do mormonismo. É claro. Gostaria de ouvir mais do meu caro colega. Por exemplo: A teologia mórmon tem alguma luz a comunicar sobre as perplexidades que intrigam a física teórica moderna em assuntos como:
PERGUNTAS PROFUNDAS
- Qual seria a condição primordial do universo?
- Haveria algum princípio que determinasse um estado inicial?
- O que responderia o Sr, se lhe fizesse tal pergunta?
DR. AMORAMON: Com prazer a responderia, mas não antes de esclarecer muito bem, que a resposta representa minha compreensão particular e que não deve ser tomada como doutrina do mormonismo; embora não contrarie em nenhum ponto a simplicidade das palavras de Deus que se possam aplicar ao assunto:
- O grande problema está na ciência querer encontrar a explicação para uma condição inicial do universo; especialmente quando já podemos aceitar que ele seja constituído de inúmeros E-T's, cada um deles contendo matéria em, também, inúmeros graus de pureza. Tudo é matéria, desde o espírito até aos elementos, tudo é matéria em manifestações diferenciadas.
Essa matéria global existe, ela simplesmente É! Nunca teve começo, e jamais terá fim! Salve Lavoisier: "No universo nada se cria ou se perde, tudo se transforma".
O ESTADO CAÓTICO PRIMORDIAL
A matéria existe em estado caótico ou desorganizado, em estado eterno! Enquanto não se manifestar uma força organizadora, para mudar seu estado caótico, não haverá criação alguma. Organizar a matéria caótica, é o que constitui o ato criador de Deus, um ato de organização inicial, visando propósitos finais mais altos. ''
O poder do Espírito é que atua no caos, determinando sua organização inicial, o caos não obedece a leis; sem antes ser forçado pelo Espírito ou Inteligência, o caos não pode mudar seu estado natural, primordial e eterno. A terra e incontáveis outros mundos como ela, são um exemplo dessas coisas, a caminho de uma existência de maior glória no universo, de conformidade com o plano divino.
DR. COUTINHO: Está aí mais uma resposta que me satisfez plenamente! Mas pelo que entendi, o prezado colega sustentou que o Espírito representa a força inteligente e criadora entre os elementos em estado caótico, e que ele mesmo é matéria em estado diferenciado dos elementos. Gostaria de ouvir maiores esclarecimentos sobre o assunto, segundo sua compreensão.
 Por que, então, o universo é como se nos apresenta, ele não poderia ter sido feito de outra forma e sob outras leis?
DR. AMORAMON: Num universo onde a matéria inteligente usa sua independência para atuar sobre os elementos em estado caótico, tudo é possível.
Assim, no universo que presenciamos, ela escolheu agir e dar-lhe o impulso inicial para que os elementos se organizassem dessa forma que aqui conhecemos. Ele poderia ter incontáveis outras maneiras de começar.
A inteligência é uma substância luminosa e onipresente, tanto no macro quanto no microcosmo. Ela mantém o universo na forma que lhe determinou a Inteligência suprema, que governa todas as coisas a seu bel-prazer. Por meio dela, o homem, como criatura de Deus, concentra maior porção dessa inteligência ou luz no seu ser, do que quaisquer outras criaturas. Ele pode fazer das forças naturais, instrumentos para acelerar e dirigir os processos cibernéticos universais. É assim que nosso Pai Eterno cria os mundos no caos primordial.
Subordinada a determinados limites, dentro do ambiente em que atua, a substância inteligente que reside em todos os reinos da natureza, tem poder para adaptar seu contenente ao meio, produzindo mutações que lhe permitam sobrepujar as pressões exteriores, no sentido da sobrevivência de cada espécie. É o poder que comanda todos os processos cibernéticos da natureza; é o poder de Deus atuando em todos os níveis da criação ininterruptamente.
 DR. COUTINHO: Pareceu-me muito boa mais esta sua exposição.
Mas agora ocorreu-me uma questão que talvez ponha em dificuldade sua posição de não aceitar a teoria do Big Bang, veja:
Há uma razão comprovada de expansão do universo, e é extremamente provável que essa expansão seja sempre a mesma em todas as direções. Isso pode ser comprovado pela observação do nível de potência de radiação das microondas, que demonstra ter a mesma intensidade qualquer seja a direção. A densidade do universo estaria sendo reduzida continuamente devido à expansão, e ele gradualmente se faria menos quente. Até onde e até quanto? Afinal, o universo é ou não infinito? Pode ele ter forma, se for infinito? Como o senhor se sairia dessas questões?
O UNIVERSO RESPIRA?
DR. AMORAMON: Eu aceito perfeitamente que o universo esteja em expansão; não porém devido à explosão primordial, mas sim, devido a um ciclo de sua respiração. O universo é um ser vivo na esfera em que Deus o mantém eternamente; ele é elástico como o pulmão do homem, que se enche do fluído vital, até determinado limite, e esfria-se no processo, para parar um breve instante e, logo a seguir, entrar no ciclo expiratório. O universo pulsa como o coração do homem, só que sua pulsação cicla num período de grandeza tão grande quanto o limite de sua expansão, coisa imensurável para até mesmo um arroubo de imaginação do homem.
Portanto, para Deus, o universo tem limites; Ele tem consciência de toda matéria que Nele existe, pois tudo está sob o poder de Sua inteligência, luz ou Espírito, os quais significam a mesma coisa.
Da mesma forma que os átomos e os mundos, o universo é esférico. A própria expansão uniforme, sugerida pela observação da radiação potencial da microonda que o Sr. citou, dá testemunho disso.
O universo é o próprio Deus, Espírito-Eterno-Universal-Primordial, vivendo eternamente; pulsando e respirando para todo o sempre! É nessas condições e por essas razões é que para Deus, os universos ou E-T’s, têm todos os seus próprios limites.
DR. COUTINHO: Sem dúvida, ao observarmos o comportamento da natureza no concernente ao nosso planeta; o automatismo que constatamos agindo nos seres e nas coisas, nos minerais, nos vegetais e nos animais, forçosamente somos obrigados a admitir que haja um comportamento e uma explicação inteligente para quaisquer eventos ocorridos; devemos admitir que há uma força conduzente a ações lógicas; em outras palavras, que há uma lei estabelecida, para que as coisas sucedam de acordo com uma vontade dominante, dentro dos limites estabelecidos para as ações automáticas ou cibernéticas da natureza. Seria essa força, a inteligência a que o Sr. se refere? Vejo que, no seu entendimento, o universo é inteiramente autocontido e inteligente, um estranhíssimo ser que se confunde com o próprio Deus na manifestação de um Espírito incorpóreo e universal! Não seria tal posição uma terrível contradição com a doutrina pregada pelos mórmons, quando dizem que Deus é um Homem, em toda a acepção da palavra?
Realmente prezado colega, devo confessar que até agora suas respostas surpreenderam-me de forma positiva; mas e agora? Como sair-se de tal encruzilhada?
AFINAL, DEUS É  ESPÍRITO OU É UM HOMEM?
DR. AMORAMON: Prezado amigo, o questionamento humano sempre será maior do que as respostas disponíveis neste estágio de vida do espírito. Quero dizer que não teremos respostas para toda e qualquer dúvida que possa surgir. A própria ciência nos informa que o homem não é capaz de utilizar mais do que vinte por cento de sua capacidade cerebral. Temos oitenta por cento do seu potencial, represado. Mesmo considerando esses vinte por cento hoje praticáveis, um mínimo da humanidade aprende a usá-lo. Digo isso, para, desde já, reconhecer que não serei capaz de responder às perguntas que ultrapassem minha atual capacidade de compreender as coisas profundas de Deus.
 Creio porém, que ainda serei capaz de responder às últimas perguntas que fez sem sair da boa coerência com minhas palavras anteriores:
- O comportamento da natureza, como o distinto colega bem exemplificou, dá testemunho da presença de um poder inteligente e atuante em todos os reinos da mesma. Testemunhamos que esse poder é de capacidade crescente, do reino mineral ao animal, passando pelo vegetal. No reino animal, de acordo com cada espécie, e cada órgão, e cada organismo, manifesta-se o poder dessa inteligência de forma ascendente. Vejam-se as várias dezenas de funções interdependentes num fígado humano, as incontáveis funções num cérebro humano; veja-se o poder correlacionador da inteligência no organismo total. Isso, só para enumerar as poucas funções que conhecemos com nossos vinte por cento do cérebro.
Essa inteligência universal, os fatos nos demonstram, criou órgãos, organismos, espécies; ao longo da eternidade, desenvolveu-os, capacitou-os, organizou-os e os distribuiu pelo cosmo e microcosmo. De corpo presente, nós humanos, testemunhamos ser os entes mais capazes entre todas as espécies que vivem na terra. Não precisamos brigar com as escrituras quando, exatamente por isso, classificam-nos como filhos de Deus ou da raça dos Deuses, aqui significando filhos dos filhos de Deus. Todos eles, forçosamente, terão seus próprios organismos corporais, numa cadeia eterna e ininterrupta, até chegar ao organismo corpóreo do Pai de todos ou Deus Principal.
O organismo desse Deus Principal, também foi organizado pelo poder da Inteligência, para ser tornado o Pai da raça.
 Foi revelado que corpo de Adão foi organizado do pó da terra (dos elementos universais da terra), para ser o pai corporal da raça adâmica, isso para trazer à nossa compreensão a forma pela qual a Inteligência   organizou o corpo do Deus Principal, para ser o Pai de sua raça. Sei, perfeitamente que estas minhas palavras chocarão menos ao prezado colega do que aos crentes mal informados das religiões falsificadas do mundo.
Ah! Se pelo menos eles soubessem o que verdadeiramente está escrito sobre o princípio deste mundo nas escrituras hebraicas!
Adaptando para nosso alfabeto, elas soariam mais ou menos assim:
"Berosheit baurau elohem ayt ayshamayeen vehau auraits"
Traduzindo:
"No principio o Deus cabeça chamou os Deuses em conselho" (e organizou os céus e a terra).
DR. COUTINHO: É inteiramente estonteante o que acabo de ouvir!
Como um crente poderá suportar tal pregação, quando sabe que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é declarado ser o único em toda a escritura?
Afinal, qual é a missão dos mórmons? Nesse aspecto, parece que sua finalidade é destruir a fé que os outros têm nas escrituras, como o colega sairia de tão crítica posição.?
DR. AMORAMON: Agora foi o colega que me surpreendeu! Subitamente pareceu-me estar ouvindo um pastor protestante. Mas como não é, tenho certeza que não se deixará superar por nenhum preconceito, no sentido de examinar lucidamente o que vou apresentar.
Em primeiro lugar, é preciso compreender que os mórmons declaram trazer ao conhecimento do mundo, uma nova revelação de Jesus Cristo, para restaurar conhecimentos que foram perdidos ao longo dos muitos séculos que sucederam à sua primeira vinda.
Como poderia ser uma restauração, se nada de conhecimento adicional trouxesse ao estado presente? Esse conhecimento é, portanto, destinado a acrescer a fé nas escrituras, e não para destruir. É para destruir, sim, o pouco discernimento com que elas são hoje interpretadas. O conhecimento que Paulo tinha de Deus pelo verdadeiro cristianismo dos seus dias, o qual lhe dava um discernimento muito acima daquele dos judeus e do judaísmo, que conhecera e praticara com todo o zelo, deu-lhe autoridade para dizer dos judeus dos seus dias:
"Dou-lhes testemunho que eles têm zelo por Deus, mas um zelo de pouco discernimento..."
Foi nesse maior discernimento que Paulo também disse:
"..,os ídolos nada são no mundo, e não há outro Deus senão um só.
Pretende-se, é verdade, que existam outros deuses...(e há um bom número desses deuses e senhores); mas para nós, há um só Deus... para quem nós existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo..." (1Cor. 8:4-6)
Dissemos nós algo diferente disso?
Vejamos essas coisas mais explicitamente a partir desse mesmo  discernimento de Paulo:
"Os ídolos não têm nenhum poder; não há outro Deus (Principal) além de um só;(pretende-se que haja outros deuses menores do que o Deus Principal, são seus filhos); verdadeiramente há um bom número deles; mas para nós, concerne apenas o Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo, por quem todas as coisas a nós concernentes existem, e nós igualmente existimos."
Cada um dos filhos de Deus, que herdou todas as coisas de seu Pai, foi por Ele tornado um Deus para sua respectiva geração, a qual passou a responder diretamente a Ele somente, através do Filho que elegeu para Salvador daquela sua geração.
 É por isso que Paulo disse aquelas palavras; tão incompreensíveis para os doutos de menor discernimento, que chegam a classificá-las (no rodapé de suas bíblias) como mero ponto de vista teórico de Paulo.
Pergunto agora ao douto colega, o que estou fazendo aqui hoje?
Estou eu destruindo ou acrescendo a fé dos crentes nas escrituras? Se disser que destruo, estará acusando Paulo de tê-las destruído desde os seus dias, eu estarei apenas o ajudando a "destruir".
Dr. COUTINHO: Seguramente! Estou quase convencido de que ninguém poderá derrubar tais argumentos. Essa dialética só pode ser divina ou diabólica, não vejo meios termos. Esses argumentos derrubam qualquer pessoa honesta. Acho que vou parar por aqui.
DR. AMORAMON: Caro amigo, nosso propósito não é derrubar ninguém. Queremos ser imitadores de Cristo. Ele não ensinava com o propósito de derrubar as pessoas, mas de edificá-las na fé que Deus aprova. A pessoa, sim, é que deve derrubar em si mesma, tudo aquilo que a diminui, num esforço de autodignificação que as escrituras definem como arrependimento. Significa livrar-se do erro, por reconhecê-lo e abandoná-lo definitivamente.
Nossos erros são incontáveis e grandes, o pequeno em nós é a disposição de espírito para reconhecê-los e abandoná-los.
Quem sabe o prezado companheiro convidaria os missionários à sua casa para umas palestras breves; usando, não as minhas palavras, mas as palavras simples do agrado de Deus contidas nas escrituras? Talvez agora as pudesse apreciar com outra disposição.
DR. COUTINHO : Agora compreendo que vocês tenham acesso a um espírito especial de inspiração! Jamais constatei pensamentos tão lúcidos e profundos entre os muitos pregadores religiosos com quem tive contato. Ainda mais ao abordar tão difíceis  temas das indagações da ciência humana. Em verdade sinto um quase insaciável desejo de ouvir mais do caro colega, por exemplo:
Já que ambos lemos e analisamos o livro de Hawking, aliás o tenho aqui à mão, gostaria de saber o seu pensamento sobre o capítulo 11 - CONCLUSÃO.
Poderia dizer brevemente alguma coisa, fazendo um fechamento do seu discurso?
Quanto a visita dos missionários, certamente que sim, gostaria de recebê-los em minha casa.
O FECHAMENTO DO DISCURSO DO DR. AMORAMON
DR. AMORAMON: Eu já havia preparado alguma coisa a respeito da Conclusão de Hawking e ficaria frustrado se não tivesse oportunidade de apresentar esse arremate. Vamos lá:
 1.  Para nós, o universo é apenas o que podemos observar dele, primeiro com nossos sentidos, depois com nossos aparatos. Mas, também, pode ser tudo aquilo que podemos imaginar que ele poderia vir a ser, com razoável grau de certeza.
2.  Podemos dizer simplesmente, que nós e o universo somos um. Ele existe por nossa causa e nós por causa dele. Somos fundamentalmente produtos da mesma fonte eterna - o Espírito de Deus. Somos tão eternos quanto o universo.
3. Os efeitos dos imaginários filamentos gravitacionais, são fatos irrefutáveis, embora eles sejam por enquanto apenas conjecturas.
4.  O Espírito de Deus, a Inteligência universal, é que mantém esta criação na forma que lhe aprouve organizar nos primórdios; primeiro agindo sobre os elementos do micro-universo, e depois refletindo o efeito das leis estabelecidas sobre o macro-universo.
5.  Embora Deus não "quebre" costumeiramente as leis, na sua marcha automática por ação da Inteligência, Ele pode, em determinados lugares e circunstâncias, sobrepujá-las por ação de leis maiores que não conhecemos. É quando nos demonstra seus milagres de forma ostensiva, são prodígios que se impõem ao nosso débil conhecimento das leis eternas nas suas manifestações extrafísicas.
6.  Entre o infinito número de modos possíveis para começar este modelo de universo que conhecemos (e o que desconhecemos), uma forma deveria ser escolhida. Podemos imaginar que esta forma foi escolhida, por ser aquela que resultaria em maior liberdade de ação e de reação entre as micropartículas, os corpos celestes e os seres universais.
7.  Onde há liberdade plena, não pode deixar de haver um certo grau de incerteza. Onde essa liberdade não existir, não haverá Deus, no espírito de justiça que nossa inteligência aceita e compreende.
8.  O universo respira como se fosse um pulmão humano. Ele vive à semelhança da sua criatura principal, o Deus Principal, o qual é Pai por causa do Espírito, e Filho por causa do corpo, dele gerado (gerado desse mesmo Espírito).
9.  Deus respira num corpo de HOMEM, porque já respirava no corpo do universo, o qual permanece, para sempre, na esfera de sua eterna existência.
        10. Os limites do universo são incertos para os seres finitos, pois podem observar apenas um pequeno segmento do seu ciclo respiratório de bilhões de anos solares. As gerações que viverem sua vida mortal na transição entre a inspiração (expansão) e a expiração (contração) é que concluirão que o universo tem limites estáticos. Mas estarão tão iludidos quanto os que hoje pensam que ele apenas se expande, e que "fabricaram" uma explosão primordial, para explicar o inexplicável para seres mortais. As estrelas pulsam, a respiração dos átomos manifesta-se nos efeitos ondulatórios de suas partículas quânticas.
 
UM PREÂMBULO AO CONTATO 2
PREPARAÇÃO PARA O CONTATO COM O RABINO. CONVERSA DOS MISSIONÁRIOS
- Teremos hoje aquela palestra com o rabino Weiner. Seria importante que você desse uma lida nesta matéria que tenho em mãos, publicada no O Globo, em 9/8/76. Isso dará uma boa idéia do pensamento dos rabinos, e de que forma reagirão à nossa mensagem.
De antemão, deveremos estar prevenidos de que de nada servirá citarmos quaisquer escrituras do Novo Testamento. Proponho que neste contato usemos o profeta Isaías. É um livro  completo para nosso encontro de hoje.
- É meu irmão, a tremenda dificuldade é mesmo aqueles judeus estavam de tal modo humilhados pelas sucessivas servidões, sob babilônios, macedônios e romanos, que sua ânsia por um Messias conduzia a um libertador físico temporal, com exércitos e aparatos. A idéia de um libertador espiritual, de um redentor da morte física, por ressurreição futura, era inaceitável, inteiramente incompreensível a eles. Usando um pouco de empatia, posso compreendê-los muito bem. Quando tudo aconteceu de maneira tão diversa daquela que eles tão ardentemente esperavam, orientados pelos líderes eclesiásticos judeus da época, fecharam suas mentes para a primeira vinda do Messias nos seus gigantescos objetivos espirituais.
- Você resumiu bem a questão. Dentro daquele contexto, quão especiais deveriam ser os judeus que se converteram a Cristo! Sabemos que, no princípio; a Igreja era constituída só de judeus, até o ministério de Paulo.
 Diante da clareza das palavras dos profetas precursores da primeira vinda de Cristo, os rabinos judeus devem ter tido algumas dificuldades para explicá-las, especialmente as que dão testemunho da vinda do Servo, nos capítulos 42, 49, 50, 52 e 53 de Isaías. Mas a sofisticaria deles acabou por vencer, no seio do seu povo, o testemunho de Cristo que aqueles heróicos judeus convertidos deram ao mundo. A malignidade da classe sacerdotal judaica, fez cair esse véu mental sobre todo o povo judeu das gerações seguintes. Véu, o qual, está reservado a Cristo para rasgar,   quando descer no Monte das Oliveiras para salvar os poucos judeus que restarão do cerco final de Jerusalém, na batalha do Armagedom.
- Sinto que o momento para chamar os judeus está chegando, embora tenha consciência de que conseguiremos apenas poucas conversões entre esse povo inicialmente, pois a escritura não falha.
Dessa forma, não falhou até agora a conspiração dos sacerdotes judeus descrita em Mateus 28:11-14, para fechar o coração da raça judaica ao verdadeiro Messias.., mas Ele derrubará a conspiração no tempo que determinou-se a fazê-lo.
O QUE DIZER A UM RABINO JUDEU ?
- Façamos agora nossa oração, pedindo as palavras certas para dizer ao rabino Weiner.
- Sim, mas antes gostaria de sugerir que estudemos especialmente a escritura em Daniel 9: 24-26 antes de visitar o rabino. Veja irmão, as notas que tenho comigo, tiradas de um estudo que fiz com o irmão Xavier:
 O Édito de Ciro foi no ano 538 a.C.; da unção até ao Édito de Ciro decorreram sete semanas proféticas de sete anos (ele deve ter sido ungido, portanto, no ano 587 A.C.); mais sessenta e duas semanas proféticas de sete anos ou 434 anos, e estaria reconstruída a cidade de Jerusalém com suas praças e muralhas. Depois dessas semanas, nos tempos de aflição de um Ungido ( o Messias), "ele será morto, sem que ninguém interceda por ele."
E de fato, nem o Pai intercedeu por ele, pois estava preordenada a sua morte. O fim de Jerusalém chegaria com uma invasão.
"O Ungido fará com muitos uma sólida aliança e fará cessar a lei do sacrifício e a oblação." (a lei de Moisés).
Podemos usar essas escrituras, no caso do rabino demonstrar boa disposição para nossas palavras.
- Realmente é um trecho muito forte esse. Não o conhecia ainda, naturalmente porque as nossas palestras não têm sido dirigidas aos judeus especificamente, por enquanto. Mas a partir de agora, teremos que nos familiarizar melhor com um novo grupo de escrituras do velho Testamento para falar a esse povo.
Agora sim eu entendo melhor Isaias 44: 28 e 45:1, 6, 13 no seu relacionamento com Daniel 9: 24-26, pois Ciro foi ungido rei da Pérsia no ano 587 A.C., exatamente sete semanas proféticas (correspondendo cada uma a sete anos) antes do nosso conhecido Édito de Ciro, que liberou os judeus do cativeiro, e autorizou a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, com suas praças e muralhas. Essa reconstrução durou 434 anos (sessenta e duas semanas proféticas), o que nos leva ao ano104 a.C. se começarmos a contagem desde a unção de Ciro, em 587.
Algum tempo depois desse período, no tempo de aflição, o Ungido seria suprimido, e a cidade juntamente com seu templo seriam destruídos. Efetivamente, no ano 33 da nossa era o Messias foi morto; para no ano 70, Jerusalém ser destruída pelo general romano Tito.
Quando colhemos tal luz do Velho Testamento, sentimos lástima pelas pessoas que nos criticam por darmos muita importância ao estudo dessas velhas escrituras. Como se qualquer testamento, seja o Novo seja o velho, pudesse ser mais importante que o outro, quando na verdade eles se completam, valorizam-se mutuamente, complementam-se e formam um só corpo. Assim deverá ser em relação a qualquer outro testamento que Deus houver por bem revelar, como o Livro de Mórmon e outras escrituras que certamente serão dadas a conhecer no futuro.
Quem deixar de reconhecer qualquer delas, ficará com o entendimento obliterado pela descrença.
Agora façamos nossa oração, companheiro.
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O CONTATO 2
O RABINO JUDEU: Caros jovens, muito aprecio a dedicação que vejo em vocês. Sei que deixam seus lares e sua terra natal, e viajam muitas vezes para países distantes; que falam línguas muito diferentes das de vocês. Entretanto, vejo que pregam sua mensagem no idioma daqueles que visitam.
Mas quanto a mim, um rabino judeu, que mensagem vocês poderiam trazer que eu pudesse aceitar? Sei que pregam Jesus Cristo, como sendo o Messias esperado pelos judeus. Acontece que nossa escola, nossos mestres, nossa tradição; tudo nos ensina que ele não foi o Messias que nosso povo esperava e continua esperando. Ele não libertou o povo judeu do tacão dos gentios.
Vejam a história secular, e tudo o que ocorreu ao nosso povo depois daquilo que vocês chamam o ministério de Jesus. Tudo isso nos dá provas de que nosso Libertador ainda não veio.
MISSIONÁRIO: Podemos concordar plenamente com o Sr., quando diz que não houve libertação para o povo judeu, e que ele sofreu enormemente em todos os lugares por onde foi dispersado.
Mas isso não pode ser usado apenas para concluir que o Libertador não tenha vindo. Há outra possível conclusão que tem o mesmo peso: - A de que o Messias tenha de fato vindo, mas que tenha sido rejeitado por seu povo, e que o resultado dessa rejeição tenha sido a dispersão e a escravidão.
Essa rejeição está consubstanciada nos profetas do Velho Testamento. Profecias indisputáveis dão testemunho de que o povo judeu não reconheceria o Messias quando nascesse entre eles; que o prenderia e num iníquo julgamento condená-lo-ia e crucificaria.
Não vemos razão para deixarmos de dar o mesmo peso às duas conclusões, e examinar com isenção de ânimo as duas possibilidades. As tradições simplesmente não têm peso, se não forem capazes de enfrentar a justiça e a verdade. Ademais, por que será tão difícil aos mestres judeus aceitar que seus antepassados tenham rejeitado o Messias?
Não foram os antecessores desses mesmos antepassados que continuamente rejeitaram a Jeová, enquanto a eles manifestava-se dos céus?
Se fizeram isso com seu Deus enquanto Ele Se lhes manifestava desde os céus, quão mais fácil seria rejeitá-lo quando lhes aparecesse na carne, no cotidiano, falando-lhes como um homem fala a outro homem!
EFETIVAMENTE JESUS É JEOVÁ!
O RABINO: Até que vocês se estavam saindo muito bem. Honestamente devo admitir que as duas conclusões poderiam ter o mesmo peso. Mas vejam só o que acabam agora de dizer! É ofensivo à dignidade de Jeová dizer que Ele desceu à carne na pessoa de Jesus. Para mim isto é blasfêmia, torna nossos pontos de vista irreconciliáveis.
MISSIONÁRIO: Senhor, podemos provar pelo Velho Testamento que não somos os primeiros a declarar essas coisas. Pessoas muito mais importantes já o fizeram, e com palavras mais poderosas do que as nossas. Elas eram da vossa própria raça e comungavam da confiança de Jeová - seus profetas ao povo de Israel. Veja as palavras de um dos seus grandes:
"Que aqueles dentre vós que temem o Senhor ouçam a voz do seu Servo"  (Isaias 50:10)  "0 Justo, meu Servo, justificará a muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades." ( Isaias 53:11)
"Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que escolhi: para que vós possais saber e crer em mim, e compreender que Eu sou ele:"
"...Eu sou o Senhor, além de mim não há outro salvador."
 (Isaias 43:10,11)
Perguntamos agora ao Sr., quem eram os servos aqui referidos por Isaias, e também quem era o Servo? Quem falou estas palavras pela boca do profeta?
- Foi o Senhor Jeová quem falou-as por meio de Isaías, não há outra resposta!
Quem Ele disse que era o Servo?
- Ele disse que era Ele mesmo, e que além Dele não haveria outro salvador.
Quem eram os servos que Ele escolheu para suas testemunhas entre as nações?
- Eram vocês caro rabino, era o povo de Israel.
O que aconteceu com o Servo de Jeová? (agora sabemos Quem era assim referido)
O que aconteceu com os servos de Jeová? (os israelitas) .
- Em Isaías 65, o Senhor diz o que aconteceu com os servos, e em 48:18-20 diz o que teria acontecido a eles se houvessem sido obedientes.
Quanto ao Servo, a luz das nações, esse sim, foi na terra o que já era nos céus. Seu propósito é erguer um povo justo e que, com Ele, possa ser reconhecido como a luz das nações. Certamente Ele o conseguirá no devido tempo, porque é Deus, e disso dá testemunho em Isaías 49.
 Os servos, podem, desde agora ou desde antes, ser considerados a luz das nações?
- Como poderiam sê-lo, antes de se arrependerem do que fizeram ao Servo de Jeová?
O RABINO: Vejo que vocês são muito hábeis na manipulação de palavras, e pressinto que conhecem muito bem nossa posição a respeito desse assunto em particular.
Sabem que nossa escola nos ensinou que tanto a palavra Servo quanto a palavra servos referem-se ao povo de Israel; que toda a descrição dos sofrimentos do Servo aplica-se ao povo israelita de forma metafórica ou simbólica?
MISSIONÁRIO: Tão hábeis quanto nós na manipulação de palavras foram os mestres judeus que formaram essa escola de interpretação, ou melhor dizendo, de deturpação das palavras de Isaias sobre o papel verdadeiro do Servo no Plano de Salvação.
Mas acontece que o Senhor é infinitamente mais hábil e cauteloso ao colocar suas palavras. Ele sabe que é preciso cercar a oposição de todos os lados, pela causa dos justos entre todos nós.
Veja, caro rabino, o que Ele diz em Isaías 40: 5,6:
Ele diz que preparou o Servo para trazer de volta Jacó e reunir para Ele Israel.
E mais: Que não era suficiente que o Servo fosse enviado para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os fugitivos de Israel, mas para Dele (o Servo) fazer a luz das nações, para propagar a salvação até aos confins do mundo.
E mais caro Rabino: Em Isaías 42:18,25, Jeová diz que o povo de Israel é surdo e cego, a não ser o Servo. Como vê, estão aí discriminadas as palavras e seu objetivo referencial, de maneira indisputável. É apenas uma questão de escolher entre duas escolas "manipuladoras" de palavras, a vossa e a nossa. Mas nunca esquecendo de consultar ao Senhor Jeová qual a Sua própria colocação.
O RABINO: Afinal, o que vocês pretendem?  Converter os rabinos, fazer uma revolução entre nosso povo? E nossa história, e nossa tradição; nossas lutas e sofrimentos seculares no exílio e na diáspora? Pretendem vocês que esqueçamos a fidelidade a nossos ancestrais? Quererá um grupo de jovens como vocês quebrar o sistema milenar do judaísmo?
MISSIONÁRIO: Prezado Sr., se tivéssemos a pretensão de converter os rabinos, teríamos antes a de converter o povo judeu.
Aliás, a boa palavra não é converter, mas sim convencer; porque o poder de converter é tarefa do Espírito de Deus, quando o coração humano o consente.
É o Senhor Jeová quem diz, e nós acreditamos, que o judeu é um povo de dura cerviz (orgulhoso) e rebelde desde o nascimento, Isaías, 48: 4,8. Não obstante, por razões preexistentes, o Senhor os assumiu como seu primeiro povo do convênio.
É tanto dos antigos quanto dos modernos israelitas que Ele fala em Isaías 5: 7:
"A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta de sua predileção. Esperei deles a prática da justiça, e eis o sangue derramado, esperei a retidão, e eis os gritos de socorro."
Ora, caro Sr., essa decepção do Senhor não é só com Judá - hoje, gradualmente sendo reunida no Estado de Israel. É também com Israel, o Reino das onze tribos, iniciado sob Jeroboão, o qual, depois do cativeiro e dispersão, miscigenou-se e veio a constituir as nações da cristandade moderna ocidental e os povos asiáticos em geral; enfim, podemos considerar, excetuado entre os povos pagãos, Israel está em todo o mundo moderno.
Com essa visão abrangente, podemos agora ler o primeiro capítulo do Livro de Isaías, e examinar como o Senhor nos vê na atualidade. Quem sabe talvez, ainda tenhamos que ler os capítulos dois e três, para vermos quão longe estão Judá e Israel da conversão? Falando coletivamente e não individualmente. Porque algumas conversões individuais são esperadas pelo Senhor, pois, é Ele quem diz que vai recolher suas jóias entre esse povo.
Prezado Senhor, é atras dessas jóias que o Senhor nos mandou esquadrinhar o mundo, pela última vez, antes de sua segunda vinda.
Não temos nada contra, se o Sr. for uma delas. Mas temos plena consciência de que apenas uns poucos aceitarão nossa missão, como sendo a única verdadeiramente autorizada pelo Senhor, para reunir o povo de Israel (aqui, incluindo também Judá). Afinal, por que seria o mundo devastado nos últimos dias, senão pela rejeição do seu Deus?
Se o Sr. tiver alguma dúvida quanto a isso, leia o capítulo 24 de Isaías para certificar-se de que novamente Judá e Israel estão rejeitando seu Deus ou não haveria razão para tão terrível juízo universal.
O SHABAT É UM MANDAMENTO PERPÉTUO
O RABINO: Meus caros jovens, afinal quem é o rabino, eu ou vocês? Nós aprendemos de Jeová os rituais da lei mosaica e os praticamos com o melhor de nosso entendimento, nós praticamos sim, a verdadeira religião herdada de nossos pais. Portanto, por que nosso Deus nos desaprovaria?
MISSIONÁRIO: Admitimos que, até determinado tempo, isso foi requerido. Vossos pais praticaram a religião dos rituais que Deus deu a Moisés, e nisso estavam certos. Mas Deus estabelecera um tempo para esses rituais serem dados como cumpridos, e substituídos por uma Lei Maior. Jeová revelou ser Ele mesmo o Servo, que viria entre os homens, para trazer as nações a verdadeira religião, veja o capítulo 42 de Isaías até o versículo 4.
É possível praticar a religião verdadeira, se rejeitarmos Aquele enviado para ensiná-1a? Seria correto da parte de Deus, derramar sobre o mundo um castigo universal sem haver antes dado aos homens a oportunidade para aceitá-1a ou rejeitá-1a? Por que o castigo universal é dado como certo pela revelação de Deus?
A resposta é óbvia: Ele será rejeitado, quando enviar seus servos autorizados pela última vez. E não é a cristandade moderna que tem autoridade para avisar aos judeus; pois eles são a semente do reino de Israel disperso e miscigenado entre as nações dos gentios. Portanto, o chamado tem que vir do alto, por nova revelação de Deus, dirigida aos descendentes dos dois reinos, Judá e Israel, pois ambos continuam em falta diante do Senhor. A dura cerviz, declarada por Isaias, não é só com referência a Judá, refere-se aos gentios também, os quais contêm a semente de Israel e, por isso, são chamados ao convênio eterno da mesma forma que os judeus. Os que aceitarem o chamado, serão um só rebanho, conduzidos por um só pastor.
O RABINO: O cristianismo que conheço revela-se como uma religião romântica e nada prática. O contrário do judaísmo, que obedece a rituais estritos. Além de caracterizar-se dentre os povos da diáspora, pela observância do Sabat no sétimo dia, como ordenou Jeová para observância perpétua. Como poderíamos aceitar qualquer religião que venha a contrariar um mandamento tão claro como esse?
MISSIONÁRIO: Devemos admitir que esta é uma questão difícil, o foi no passado e é mais ainda no presente. Mas tentaremos demonstrar ao caro rabino, que nossas razões não são tão fúteis quanto podem parecer aos judeus. Naturalmente, temos consciência de que só deveremos usar o velho Testamento, o que nos dificultará um pouco a tarefa.
Vamos começar por Êxodo 12: 14,16. Nesses versículos, o Senhor ordena que os judeus tenham uma santa assembléia, tanto no primeiro quanto no sétimo dia, e que durante esses dias não se fará trabalho algum. O primeiro dia é o domingo e o sétimo o sábado. Ele disse aos Israelitas que naquele dia tiraria o povo do Egito, seria a festa dos ázimos, Eles deveriam guardar aquele dia de geração em geração, como instituição perpétua.
Observa o caro rabino, o caráter sagrado que Deus deu a ambos os dias?
Agora, vejamos o significado hebraico da palavra shabbath: dia de descanso. Ora, qualquer dia da semana poderia ser designado para ser o shabbath. A palavra, embora seja parecida, não significa o nosso sétimo dia da semana. O shabbath é uma instituição perpétua, porque comemora os grandes feitos de Jeová em beneficio dos homens: de Adão ao Êxodo, o shabbath foi comemorado no sétimo dia, para marcar que Jeová descansou dos seus trabalhos da Criação no sétimo dia; do Êxodo até a ressurreição de Jeová, (o Servo, o Messias ou o Cristo), o shabbath permaneceu sendo comemorado no sétimo dia.
Jeová, porém, já tinha em mente mudá-lo para o primeiro dia, e deu sinal disso de duas maneiras. A primeira, quando em Êxodo 12 deu, juntamente com o sétimo, o mandamento de ter uma santa assembléia tanto no primeiro dia quanto no sétimo. Ambos os dias eram um símbolo, nas suas comemorações do Êxodo, dos dias da semana  que seriam determinados para o shabbath. O segundo sinal foi dado pela palavra de Oséias, quando declarou que o Senhor faria cessar (para os judeus)  suas festas, suas luas novas, seus sábados e todas as suas solenidades, (Oséias 2:13)
As luas novas continuariam a aparecer no céu para sempre, o que deveria cessar, portanto, era a contagem dos meses pela lua nova, os meses lunares, ordenados aos judeus no Êxodo. Da mesma forma, os sábados (os sétimos dias das semanas) continuariam a se suceder para sempre; o que o Senhor disse que faria e fez, foi cessar a comemoração do shabbath no sábado; para passá-lo ao primeiro dia, comemorando o êxodo da escravidão da morte (física e espiritual) para toda a humanidade. Êxodo esse, muito maior e significativo do que simplesmente aquele êxodo menor de libertação física do cativeiro egípcio, para um povo restrito. O Sabat continuou e continuará a ser perpetuamente observado ... só o que mudou foi o dia da semana de sua observação, agora, para comemoração da Salvação perpetuada por Jeová, na figura do Servo - Jesus Cristo!
Prezado rabino, diante do verdadeiro cristianismo, é o judaísmo que nos parece ser uma religião romântica, tão romântica quanto parece ao judaísmo o falso cristianismo dos povos gentios modernos, vossos irmãos inconscientes da antiga Israel dispersa.
O RABINO: Decididamente, vocês querem destruir a minha fé, onde aprenderam essa dialética tão envolvente e capaz de confundir nossa crença e nossa tradição? Vocês têm noção do espírito a que se estão entregando? Aliás, não é só a fé do judaísmo que querem destruir, é também a fé no cristianismo, segundo o entendo. Vocês colocaram-se numa posição contra o mundo todo, pode o que pregam ser de Deus? Deus quer esclarecer as pessoas, não confundi-las na sinceridade de sua fé. A obra de vocês parece-me diabólica, já consideraram isso? Não é o que pensam de vocês várias denominações protestantes?
A MISSÃO DOS SERVOS E A MISSÃO DO SERVO
MISSIONÁRIO: Grandes oportunidades o Sr, nos deu com essas perguntas e afirmações tão pertinentes. Agradecemos por sua franqueza, isso é essencial, para sabermos o que dizer a cada pessoa.
Examine o Sr. a saga dos profetas do Velho Testamento enviados ao povo de Israel, os servos, os quais, foram os primeiros a serem chamados para  ensinar as leis de Deus ao mundo por preceito e exemplo. Cite um só entre aqueles profetas, que tenha vindo para elogiá-los, ajude-nos a encontrar um pelo menos.
 Vieram eles para destruir o que? A justiça acreditada e praticada por eles, ou para denunciar a idolatria e o mal praticado pelo povo e pelo mundo em geral? Por que, então, o Servo haveria de ser enviado para ensinar aos servos a VERDADEIRA religião, se eles já a conhecessem?
Veja o que diz o Senhor Jeová hoje aos judeus e aos "israelitas-gentios" no mundo todo, no capítulo 58 de Isaías. Por favor, leia todo o capítulo.
Deus esteve e está hoje contra essas práticas do mundo; de que lado acha o Sr. que deveríamos estar?
 Deus sempre enviou seus profetas para lutar contra o mundo (o espírito do mundo) mas a favor da edificação, do crescimento de tudo que é bom na fé de Seus filhos, e da superação de tudo aquilo que não serve ou que serviu mas passou e hoje não tem mais valia alguma.
Estamos nos entregando ao Espírito de Deus, é por isso que estamos a favor das pessoas e contra o espírito do mundo; embora a injustiça desse mesmo espírito qualifique-nos como citou.
Seguimos a um profeta moderno em Israel, chamado para reunir um povo justo ao Senhor nos últimos dias.,Deus julgará o mundo pela injustiça que fizer a nós;  pois, foi Ele quem nos enviou. Veja Isaías 5: 20, 24.
Penso que respondemos plenamente a suas perguntas anteriores e que contestamos com justiça suas afirmações acusatórias contra nós.
O RABINO: Achei meio fantasiosa sua afirmação de que os gentios de hoje, confundem-se com a semente da Israel dispersa. Ao que me consta, as tribos que constituíram o Reino de Israel, foram perdidas em região desconhecida do Norte da Terra, após o cativeiro assírio. Delas não temos notícia alguma.
MISSIONÁRIO: Em parte o Sr. está certo. Porque, verdadeiramente, uma parte das onze tribos desapareceu em direção ao Norte da terra, e dela está profetizado que voltará do Norte no devido tempo do Senhor.
Mas, com o grosso dessas tribos aconteceu o que já dissemos, para que Deus pudesse vir a cumprir as promessas feitas a Abraão, de que através de sua semente corporal e do seu sacerdócio, Ele abençoaria todas as famílias da terra (todas as nações).
Essas mesmas bênçãos foram confirmadas sobre a cabeça de Isaque e Jacó, com detalhes impressionantes. Leia no Velho Testamento as bênçãos dadas por Deus a esses patriarcas, e verá a correção de nossa palavra.
 
 
 O RABINO: Parece que vocês vieram mesmo preparados para responder a qualquer pergunta que eu possa formular. O curioso é que tem muita coerência em tudo o que disseram, mais do que jamais eu poderia esperar de uma religião cristã qualquer. Vocês só usaram o profeta Isaias, excetuando aquele pequeno versículo de Oséias. Sua fala parecia-me às vezes mais israelita do que cristã, talvez por isso mesmo é que me tenham impressionado bastante. Mas, e daí? O que esperam que eu faça? Antes de qualquer coisa eu sou um rabino.
MISSIONÁRIO: Queremos apenas pedir ao Sr, que leia o Livro de Mórmon e medite sobre o seu conteúdo. Deixamos a Deus o direito de dizer-lhe o que quer que faça; então, quando souber, dessa forma superior, aquilo que deve fazer, faça-o com coragem e total entrega ou não faça nada e fique onde está, se for o melhor que pode fazer.
Aprendemos a não fazer acepção de pessoas, devemos levar a mensagem da restauração a tantas pessoas quanto possa nossa voz alcançar. É grande o Valor das almas aos olhos de Deus.
Ele não está impressionado pelas honras que possamos portar segundo o mundo, para Ele, o que conta mesmo é o Valor das almas individuais dos Seus filhos. Qué-las, no maior número possível, ganhando a honra de viver ao Seu lado.
Tudo que aqui dissemos foi no nome de Jeová, do Servo ou de Jesus Cristo, que são a mesma pessoa.
Reconhecemos que não poderíamos, de nós mesmos, dizer essas palavras, arrazoar da maneira que fizemos. É pelo Espírito de Deus, que nos foi concedido do alto, que não podemos ser confundidos por qualquer doutrina que se nos oponha. É Deus, pelo seu Espírito de inteligência e poder, quem não se deixa confundir, não nós.
 
 O CONTACTO 3
A TESTEMUNHA DE JEOVÁ
 
A TESTEMUNHA DE JEOVÁ: Caros jovens, estou recebendo vocês hoje, a pedido de um amigo de infância, que pertence à congregação dos mórmons há cerca de dez anos. Como já devem saber, minha congregação é muito firme na fé. Fazemos muito proselitismo, temos várias publicações periódicas e representação em quase todo o mundo. Seguimos à risca as escrituras, e somos capazes dos maiores sacrifícios pessoais para não desobedecê-las, inclusive até mesmo o sacrifício de nossa própria vida e dos nossos familiares.
Por exemplo, no caso de ser necessário receber uma transfusão de sangue, preferimos morrer do que consentir em tamanha violação da palavra de Deus. Sei que vocês não compreendem essa nossa atitude tão radical, como muitos oponentes julgam. Enfim, é assim mesmo, quando uma congregação é guiada e fortalecida por Jeová, como a nossa é, será natural que o mundo não a compreenda.
Posso dizer a vocês, que tenho visto pessoas que se batizaram na Igreja de vocês e mais tarde passaram a ser Testemunhas de Jeová, porém, em toda minha vida, jamais vi uma testemunha deixar de sê-lo para ser mórmon.
Não será isso sintomático; não será isso uma indicação da força de nossas convicções e fé, sobrepujando a de vocês?
MISSIONÁRIO: De fato, nosso amigo comum já nos havia falado sobre tudo isso. Mesmo assim, ele insistiu que o procurássemos.
Disse-nos que o Sr. era uma pessoa especial e que se houvesse este encontro, o Sr, teria uma outra perspectiva da atuação de nossa congregação no mundo.
- É verdade que não compreendemos muitas escrituras da forma que o Sr. as compreende; é verdade que aceitamos a doutrina de que Jesus Cristo é Deus como seu Pai é Deus, diferente mente do Sr. que só aceita Jeová como Deus. Nosso irmão Oséas já nos pôs a par das escrituras que o Sr. usa para firmar sua fé, na questão das transfusões de sangue. Sabemos também que seu filho mais velho terá uma operação muito séria a fazer, e que os médicos insistem na possibilidade de precisar da transfusão.
 A esperança do irmão Oséas é que possamos demonstrar ao Sr. onde está o problema que levou os pais de sua doutrina ao erro de interpretação; ele espera que o Sr. o reconheça e se livre dele. Quem sabe, se isso acontecer, o Sr. viria a aceitar a apresentação das palestras que temos por missão comunicar a todos, sem fazer acepção de pessoas? Quem sabe conseguiremos que seu filho tenha mais chances de sucesso, na delicada cirurgia que vai fazer?
A QUESTÃO EM LEVÍTICO 17: 11
A TESTEMUNHA: Como vocês demonstrariam qualquer coisa diversa da interpretação que temos de Levítico 17:11, onde está escrito insofismavelmente que a "a alma da carne está no sangue"?
Isso, para nós é ponto final, nada mais haverá a dizer. A alma da carne, sendo o sangue, ela não poderá ser dada a ninguém, pois estaríamos doando aquilo que é mais sagrado em nós e, por esse grande pecado, perderíamos nossa salvação. Não poderíamos ser daqueles cento e quarenta e quatro mil que estarão diante do trono de Deus.
MISSIONÁRIO: Até que concordaríamos em boa parte com o Sr., e também diríamos que nada mais há a acrescentar na escritura ... Mas só se esta frase fosse uma escritura. Porque, de fato, ela não passa de um retalho de escritura, uma frase preparatória para comunicar a mensagem da verdadeira escritura; mensagem essa que só pode ser discernida do texto completo. Os retalhos, isoladamente, não têm mensagem alguma. Eles são um perigo, quando tomados fora do contexto, principalmente pelos mestres sem o Espírito. Por isso, está escrito que a letra mata, quando não entendida com o discernimento do Espírito.
A escritura completa em Levítico 17:11, dependendo de cada versão da Bíblia que usarmos, apresenta em média 17 palavras, 3 artigos e 2 contrações. É o caso da Versão dos monges beneditinos de Maredsous, Bélgica.
 Nessa escritura são apresentados: uma analogia, um simbolismo e uma conclusão ou mensagem propriamente dita. Vamos dividi-la nessas três partes.
1a. a analogia: "a alma da carne está no sangue" ( significando que a vida da carne está no sangue, porque é o sangue que vivifica a carne mortal);
2a. o simbolismo: "por isso, tenho dado" (o sangue) "sobre o altar, para" (simbolizar) "a expiação por vossas almas"
3a. a conclusão ou mensagem: "porquanto é o sangue" (do Messias) "que fará expiação pela alma."
O sangue dos primogênitos dos animais, derramado sobre o altar, era uma figura, um símbolo morto da futura expiação do Messias; em si mesmo, não tinha poder algum para salvar as almas. Mas a fé dos israelitas na futura vinda do Messias, naqueles símbolos tipificada, tinha o poder de salvação.
O que os mestres da sua congregação fizeram com esta bela metáfora judaica?
- Pegaram um artigo, quatro palavras e duas contrações
(considerando a versão portuguesa que analisamos) e os amputaram das demais treze palavras e dois artigos. Com isso, rapidamente transformaram o que era uma mera analogia preparatória da mensagem, numa trágica doutrina dogmática sobre alma, sangue e transfusões pecaminosas.
Eles alienaram uma multidão de pessoas da verdadeira compreensão, tanto da analogia, quando do simbolismo, e da verdadeira mensagem da metáfora.
É até irônico quando pensamos: Deus fez a gestação de tal forma que a criança seja desenvolvida no útero materno, por contínua transferência e circulação do sangue da madre, via ramificações venosas e arteriais da placenta e cordão umbilical.
Mesmo quando a criança nasce, por alguns minutos, parte desse mesmo processo continua, até que seja cortado o cordão umbilical.
Que grande pecado Deus teria cometido contra os inocentes infantes, desde a gestação e o nascimento, se fosse verdadeira tal doutrina equivocada das Testemunhas!
Tanto o Êxodo quanto o Levítico tratam amplamente dos rituais de sangue, o apóstolo Paulo faz referências a eles muitas vezes, para mostrá-los como meras figuras; para ensinar sua ineficácia, depois que o verdadeiro sangue expiatório foi derramado pelo Messias.
Agora eu convido o Sr. a ler Hebreus 9:15-22 e meditar sobre a verdadeira mensagem em Levítico 17:11.
Não é só a sua congregação a prejudicada por esses erros tradicionais que se insinuaram há muitos séculos, e que o povo aprendeu a venerá-los como se fossem a doutrina de Deus.
Se a restauração que proclamamos, e o Espírito que recebemos não fossem capazes de demonstrar claramente esses erros, então ela seria falsa; os oponentes teriam desculpas para apresentar no Julgamento. Mas, sabemos que Deus não aceitará nenhuma delas, daqueles que nos ouvirem e tiverem condições de compreender.
Muitos falsos mestres, em todas as religiões do mundo, criaram doutrinas erradas e mandamentos humanos, a partir de retalhos de escrituras ou de analogias mal compreendidas.
Para mostrar ao Sr. que esses erros peregrinam por todas as denominações, trouxemos a descrição de um dos maiores deles. Está contida no capítulo XIV, p. 176 a 179, lo. Volume do livro AVAH, de Francisco X. S. Santos, editado em 1975. (Pode ser encontrado presentemente na Internet http://www.geocities.com/athens/delphi/9485/avah2.html).
DEUS, O PAI, JEOVÁ E O SENHOR
A TESTEMUNHA: Não posso negar que vocês deram uma explicação bastante racional em ambos os exemplos explanados. Pelo menos nesses dois assuntos é inegável que estão em boa posição perante as escrituras. É um fato, em função do zelo que todos aprendemos a desenvolver pelo sistema religioso e doutrinário que adotamos, estarmos muito mais prontos a reconhecer erros nos sistemas alheios. Vocês estariam prontos a reconhecer os erros doutrinários do mormonismo, uma vez que eu possa demonstrá-los?
MISSIONÁRIO: Todo homem verdadeiro, honesto e independente na sua busca das coisas de Deus, tem o dever de reconhecer como errado tudo aquilo assim identificado por sua consciência, e corajosamente declará-lo. Assim deve agir para aproximar-se de Deus, qualquer outra atitude resulta em afastamento. Nossa resposta é sim!
A TESTEMUNHA: Muito bem! A Bíblia nos diz que há um só Deus, Jeová, o Senhor, por isso substituímos o nome Senhor por Jeová em todo o Livro Sagrado. No entanto, vocês, erradamente, ensinam que há outros Deuses: Jesus Cristo e o Espírito Santo. Enquanto nós agimos para retirar toda confusão com relação ao nome de Deus, vocês agem para confundir a pureza da doutrina, ensinando uma forma de politeísmo, inaceitável ao Espírito das sagradas escrituras. Além disso, ensinam que o espírito do homem sobrevive à morte; quando, na verdade, o que volta à Deus é o sopro de vida apenas. Exatamente como diz Eclesiastes12: 7:
"antes que o pó retorne à terra para se tornar o que era; e antes
que o sopro de vida retorne a Deus que o deu."
Enfim, o que vocês ensinam, parece-me uma grande confusão das várias falsas religiões do mundo, um pouco de cada uma. Ora parecem israelitas, ora católicos, ora espíritas. Afinal o que vocês são?
SOPRO E ESPÍRITO SÃO COISAS DIVERSAS
MISSIONÁRIO: Talvez seja melhor respondermos a essas questões, do fim para o princípio. É o que faremos.
Veja o Sr., Todas as denominações que acaba de citar, e muitas outras mais, pretendem ter as escrituras judaico-cristãs como o paradigma de sua fé e religião. Nós aí nos incluímos, apenas acrescentando que cremos nelas ainda mais - pela luz adicional das novas revelações, dadas aos profetas dos últimos dias, para restaurar o conhecimento perdido em muitos séculos de apostasia. Ora, essas várias denominações, usando uma mesma referência escriturística que nós (a Bíblia), forçosamente terão alguns pontos comuns conosco. Em todas as coisas segmentárias, mas eventualmente verdadeiras que ensinem, terão nosso apoio. Isso porque, toda a verdade pertence a Deus, não a nós ou a elas. Portanto, de que forma não daríamos nosso apoio?
Acontece que elas estão eivadas de erros, os quais Deus houve por bem dar aos homens nova oportunidade para corrigir. Estamos cumprindo Seu Plano e mandamentos para os últimos dias de desregramento deste mundo. Sabemos: Quem rejeitar a advertência que promulgamos, não é a nós que rejeita, é à Alguém responsável por tudo isso.
Os espíritas ensinam que há um mundo dos espíritos. É verdade, corroboramos este ensinamento, mas não as práticas que eles seguem, nem as doutrinas decorrentes das violações das palavras de Deus aos profetas de Israel, os únicos que reconhecemos como autênticos, quer no passado quer no presente.
Os apóstolos ensinaram que Cristo foi em espírito aos espíritos dos mortos que estavam em prisão.
Para que?
- Para levar a eles o conhecimento do evangelho; para que eles, mesmo tendo sido condenados na sua vida física, possam viver segundo as leis de   Deus ainda como espíritos, para poderem alcançar um melhor estado de salvação. Porque, quer estando vivos na carne mortal, quer mortos, todos terão que prestar contas a Deus. Confirme isso lendo I Ped. 4: 5-6. Por terem ensinado isso pregaram os apóstolos a doutrina dos espíritas? Adotaram suas práticas? ou simplesmente ensinavam haver um mundo de espíritos? Permita-nos dizer-lhe que, novamente, pelo mesmo vício de julgamento dos pais de vossa fé, outro retalho de escritura foi tomado em Eclesiastes 12: 7, o qual foi reforçado por outro retalho em Gen. 2:7. O resultado foi o aparecimento de nova falsa doutrina. A vossa doutrina é uma colcha de retalhos.
Veja o que dizem as duas escrituras:
"O Senhor Deus formou, pois, o homem do pó da terra, e instilou-lhe no rosto (nas narinas, na versão do Rei Tiago) um sopro de vida e o homem se tornou um ser (alma, na versão do Rei Tiago) vivente."
Gen. 2:7
"antes que o pó retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida (espírito, na versão do Rei Tiago) retorne a Deus que o deu."
A primeira vista, parece que o homem viveu apenas pelo sopro de vida; que seu corpo físico recém formado do pó da terra ali jazia pura e simplesmente; que independente de qualquer outra entidade formadora, o simples sopro o tornou uma alma vivente; que ao morrer o corpo físico, o "único" outro componente volta à Deus, como simples sopro de vida, e acabou-se o assunto.  No entanto, a verdade é outra bem diferente:
Acontece que o conjunto de escrituras nos demonstra que há diferença entre o sopro de vida que deu a respiração ao homem (desde Adão até ao último bebê que nascer neste mundo), e o espírito propriamente dito. Reconhecemos que, em alguns poucos casos, ambos os termos possam ser entendidos como a mesma coisa; mas isso, muito mais pela variação das muitas versões da Bíblia do que por outros fatores.
 O profeta Isaías ensinou a distinção entre esses dois termos:
"... que dá respiração ao povo..., e o espírito aos que andam nela"
Isa 42: 5.
Zacarias 12:1 nos diz que o espírito tem forma.
Os apóstolos não ensinaram que Cristo foi em sopro ao mundo dos sopros, para ensinar o evangelho aos sopros que estavam em prisão... para que vivessem segundo Deus em sopro. Afinal de contas, Deus não é um sopro e sim um Espírito (com corpo glorioso de ressurreição). E como tal, Ele é o Pai dos espíritos de toda a carne, e não o Pai dos sopros de toda a humanidade.
A QUESTÃO DO SANGUE E DA ALMA
Quem não souber discernir a correta acepção em cada caso, terá entendimento deslocado da verdade. Como já discutimos anteriormente, poderá concluir tragicamente que o sangue é a alma individual, e cometer toda aquela injustiça consigo mesmo e com o próximo, negando-se a socorrê-lo com seu sangue.
Quem interpretasse dessa forma a escritura, teria que dizer: Em I Reis 17: 21-22 que Elias pediu ao Senhor que fizesse retornar o sangue do menino morto, em vez da alma ou espírito, na correta acepção do emprego.
Note-se que, embora não seja o ideal, algumas vezes a palavra alma é empregada na acepção de espírito ou de vida. Como exemplo, podemos citar Mateus16:26; Hebreus 10:39; Mateus 10:28.
Aliás, se o sangue do homem fosse a sua alma; não haveria almas individuais, mas sim uma alma coletiva e única, pois todos nascemos neste mundo pelo sangue de nossas mães, em cadeia ininterrupta que liga todos os mortais ao primeiro ventre materno que gerou os filhos de Adão. Então, se assim fosse, não importaria doar para salvar ou receber para ser salvo na carne; pois, tanto o sangue quanto a alma seriam propriedade coletiva. Ninguém teria direito de agir como se fosse propriedade particular.
E, ainda mais: Se o sangue fosse nossa alma, todos estaríamos banidos para sempre da presença de Deus; pois o apóstolo Paulo nos ensina que carne e  sangue (isto é, carne com sangue) não chegará à presença de Deus. Se a alma, na acepção de espírito, é imortal, nada pode ter a ver com o sangue, o qual é coisa exclusiva da mortalidade.
A presença de Deus só dá lugar à carne e (com)espírito vivificante, como o de Cristo na ressurreição, o qual perdeu todo o sangue no processo de seu suplício, morte e preparação para ressurgir em carne espiritual no terceiro dia. O ambiente eterno é fulgurante e luminoso (espiritual); o da mortalidade é aquoso e opaco (carnal sangüíneo).
Quanto a Jeová ser o nosso Senhor e Deus, concordamos plenamente com o Sr. O problema surge porém, quando concordamos da mesma forma com João e o profeta Isaías em coisa que o Sr. não concorda.
EXTRATOS DO LIVRO A VERDADE AO ALCANCE DO HOMEM, VOLUME 1
Veja só este pequeno texto do livro AVAH, p. 240 e 241.
"Quem é conhecido nas Escrituras sob as denominações abaixo:
O Salvador, O Redentor, O Senhor, O Rei de Israel, O Verbo, O Servo?
- Cremos que a esmagadora maioria dos cristãos sabe que se trata de Jesus Cristo. Agora, vejamos o testemunho que João dá dele:
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens."
Ora, substituamos o nome Verbo pelo, nome Jesus Cristo e vejamos como se nos apresentará a mesma Escritura:
"No princípio era Jesus Cristo, e Jesus Cristo estava com Deus, e Jesus Cristo era Deus. Ele estava no principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e etc... etc.", e continua João: "Estava no mundo (ele, Jesus), o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu."
(João 1: l-l0)
Parece-nos que isso é bastante para entender que Jesus Cristo é anterior ao mundo e a tudo que nele está, mas, como há pessoas difíceis de convencer com poucos argumentos (se é que se pode admitir ser isso pouco) vamos apresentar outra Escritura reveladora  do esforço que o Senhor faz para transmitir esse entendimento aos que têm suas mentes comprimidas pelas doutrinas falsas. Aqui está ela: "... diz o Senhor, o Meu servo, a quem escolhi; para que o saibais e me creiais e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum outro haverá." (Isaias 43: l - 3)
E quem é esse Senhor que fala e declara que ele mesmo é o servo que escolheu, para que saibamos, creiamos e entendamos?
Vejamos nas suas próprias palavras quem ele é: "...diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel ... porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador..." (Isaias 43:1-3)
E o que sucedeu ao servo no qual se transformou esse Senhor?
- "Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si... ele foi traspassado por nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades... mas o Senhor fez cair sobre ele (o Servo) a iniqüidade de nós todos..." (Isaias 53: 4-6).
"Eis que vem com as nuvens e todo olho o verá, até quantos o traspassaram... Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso." (Apoc 1:7-8).
Depois disso tudo, quem continuar a rejeitar a compreensão de que Jesus Cristo é Jeová, encarnado na figura do Servo, é porque não crê nas Escrituras e ama as tradições erradas mais que a verdade, portanto, já recebeu sua recompensa.
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(1) Para entender as palavras "...antes de mim Deus nenhum se formou..." é preciso compreender o princípio da coeternidade que liga o homem (como espírito-inteligência) ao Deus Supremo (também como Espírito-Inteligência)
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Como pode ver, neste pequeno texto, se substituirmos a designação "Senhor" por Jeová, como vocês fizeram em toda a Bíblia, aí mesmo, então, é que mais gritante se torna o fato de que Jeová e Jesus Cristo são a mesma pessoa. Isto é, o espírito individual de Jeová nasceu na mortalidade como Jesus Cristo.
O próprio nome dado ao Salvador revela essa verdade. Seu significado é: "Jeová é o Salvador Consagrado".
- Agora, apresentaremos ao Sr. mais um texto do livro já citado, p. 349 e 350, bem como o Apêndice 3 integralmente. Nada podemos apresentar mais claro do que o contido nesses extratos para demonstrar-lhe que. Jesus Cristo é Deus. Há algumas referências do Livro de Mórmon.
Setecentos e cinqüenta anos aC, Isaias descreveu a morte e a ressurreição de Jeová (ver todo o capitulo 53).
0 nome Jesus em hebraico é Yeshua e sïgnifica Yahweh é salvação. O nome Yahweh refere-se, no hebraico, ao Deus de Israel.
Em português esse nome toma a forma Jeová. O anjo instruiu Maria a dar ao seu filho o nome de Jesus , porque sabia que ele seria o próprio Jeová descendo à carne, para realizar a salvação do gênero humano.
As palavras de Isaias dão testemunho irrefutável dessa verdade: "...Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador, dei o Egito por teu resgate..." (43:3); "...Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador" (43:11); "... saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso de Jacó." (60:16)
Para esclarecer a todos que ainda estão confusos sobre as expressões Jeová e o Servo (de Jeová), Isaias pronunciou essas palavras: "...o meu Servo, a quem escolhi para que o saibais e me creiais e entendais que sou eu mesmo e que antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá." (43:10) (1)
0 corpo físico de Jesus Cristo foi o Servo do espírito de Jeová para a obra de salvação e redenção da humanidade. Jeová nasceu na carne como Jesus Cristo, e realizou sua obra. E ele próprio deu testemunho disso em sua oração final:  "... e agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo"; (João 17:5); E Paulo corrobora esse testemunho : "...pois ele, subsistindo em forma de Deus... a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma do servo, tornando-se em semelhança de homens e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz..." (Filipenses 2:6-8)
No Salmo 81:6-7, lemos: "... sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo. Contudo morrereis como simples homens..."
Ora, Jesus Cristo referiu-se a essa escritura quando argumentava com os Judeus. Exatamente para demonstrar que somos todos deuses, na qualidade de filhos do Altíssimo. (Ver João l0: 34-35)
Ditas essas palavras, poderemos mostrar qual o verdadeiro significado do texto: "...antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá."
Somos deuses porque filhos de Deus, primeiro como inteligências incorpóreas (incriáveis, coexistentes e coeternas com a Inteligência divina).
Nessa condição, e nessa somente, somos tão eternos quanto nosso Pai e quanto seu filho e nosso irmão Jesus Cristo. Assim, também, ninguém houve antes de nós (nem haverá depois, já que nossas inteligências são eternas, incriáveis e coexistentes com Deus).
Já quanto à condição seguinte não se dá o mesmo. Porque nossas inteligências progrediram como entidades individuais e se diferenciaram gradualmente umas das outras, e, ao serem associadas aos seus corpos espirituais estabeleceram-se as diferenças de idade dos espíritos na eternidade, porque os nossos corpos espirituais não foram gerados ao mesmo tempo.
Jesus Cristo é o mais velho irmão que temos, porque foi o primeiro, como inteligência, a obter um corpo de espírito. E por que? - Porque era a maior de todas as inteligências abaixo do Pai (por esse mesmo princípio ele foi o primeiro a obter o corpo ressuscitado).
Antes da queda gradual que experimentaram nossas inteligências, fomos unos com o Pai; pois nossas inteligências nele estavam (e hoje estão, mas de forma diferente). Agora, na prova máxima a que estão sujeitos nossos espíritos, após a queda física e espiritual iniciada por Adão, é requerido a quantos de nós pudermos, tornarmo-nos novamente um com Ele.
Mas, desta vez, em carne; exatamente como Jesus o fez. Ele levou seu corpo de carne inteiramente obediente ao seu espírito, à presença do Altíssimo. É assim que os justos apresentarão seus corpos ao Pai, em perfeita submissão aos seus espíritos. (A oração sacerdotal de Jesus confirma a verdade dessa doutrina; ver João 17: 20~24)
Todo o universo é uma sistemática de avaliação para os espíritos; engendrado pela  Suprema Inteligência e organizado da Sua própria Substância. A organização do mundo físico reproduz esta verdade, através da organização atômica da matéria - toda ele repousa sobre o átomo de hidrogênio, o mais simples dos elementos e constituído de apenas um próton e um elétron.
Assim, na sistemática concebida por Deus para a existência dos corpos dos homens no mundo temporal, Ele fez com que todos tivessem sua origem a partir de um primeiro e único  o corpo de Adão (o pai de todos os corpos que pertencem à sua família; ver Mórmon 3: 20).
0 relacionamento que existe entre o corpo de Adão e todos os corpos a partir dele gerados, é semelhante àquele existente entre o corpo de espírito de nosso Pai Eterno e os nossos corpos de espírito.
Mas não é só isso. Esse relacionamento estende-se até às profundezas da eternidade; porque, da mesma forma que o espírito de Adão já existia antes que seu corpo físico fosse organizado, a Inteligência de Deus já existia eternamente antes que o primeiro Corpo de Espirito do Deus Cabeça de todos os outros Deuses, houvesse sido organizado; para, semelhantemente, ser o Pai de todos os corpos na dimensão do universo dos espíritos.
Ora, o pai do meu corpo e de todos os meus irmãos consangüíneos, é um só. Nenhum pode haver além  dele, que nos tenha gerado diretamente. Assim, em relação a todos os meus irmãos por parte de pai, nenhum pai haverá antes dele  nem haverá depois (no que se referir aos nossos corpos). Não obstante, há um número incontável de pais entre as famílias da terra. De forma semelhante há incontáveis pais de corpos de espírito no mundo eterno... e continuarão a existir para sempre.
Sendo, toda a humanidade terrena, filha em espírito de um mesmo Pai na eternidade, está escrito que para nós nenhum Deus houve, nem haverá depois. A despeito disso, haverá outros Pais na eternidade que dirão essa verdade a seus próprios filhos. E, no entanto, todos esses Pais serão filhos de outros Pais, esses de outros... e assim, até chegar ao corpo do Deus Principal que gerou todos os outros, mas não foi gerado por ninguém e sim organizado pelo poder do Espírito Eterno, do qual nossas inteligências fazem parte eternamente .
Essas coisas não são contra as Escrituras, e sim verdades mais profundas. O profeta Daniel compreendia essa verdade maior, a existência de vários Deuses (ver Daniel 11: 36, 38, 39).
Ao prestarmos honra ao Pai dos nossos corpos de espírito através do seu primogênito em espírito e unigênito na carne - Jesus Cristo - estaremos honrando o Deus Supremo, que enviou o Pai, assim como este enviou o Fllho "...a quem fez herdeiro de todas as coisa, pelo qual também fez o universo" (Hebreus 1: 2) "... para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." (Filipenses 2:10-11).
APÊNDICE 3
UMA QUESTÃO QUE CONFUNDE MUITA GENTE
Chegou às nossas mãos um exemplar da revista "Sign of the times" de Julho de 1973. Na página 28 há uma seção chamada "Sua Pergunta da Bíblia respondida". Seque-se a pergunta feita por alguém que se diz ministro:
"Ninguém jamais me fez claro, e eu como ministro não tenho sido capaz de explicar pelas Sagradas Escrituras, exatamente como o título "Filho de Deus" foi aplicável a Cristo antes que Ele tivesse nascido em Belém. Se verdadeiramente era o Filho de Deus antes dessa época, por favor expliquem-me de que forma Ele foi um Filho.
 Um pai existe sempre antes do filho, mas é ensinado que o Pai não antecedeu ao Filho e que Cristo era Igual com o Pai. Isso cria um problema de confusão mental para aqueles que pensam no filho como descendente do pai. Pessoalmente, eu preferiria usar o termo "Associado" para Jesus Cristo nos dias que antecederam o Seu advento pela primeira vez." A.W.G.
Da resposta dada, os pontos mais importantes focalizados foram:
 "... para mim não é mais difíci1 crer que Cristo existiu eternamente como o Filho, do que crer ter Ele existido eternamente como o Salvador. Em Apocalipse 13: 8 Cristo é chamado "o Cordeiro Imolado desde a fundação do mundo"... em lsaias 9: 6 o Filho é chamado "o Pai eternamente" e "o Deus poderoso"... o Velho Testamento o chama tanto Pai quanto Filho, bem como Deus..." "... Nas suas leituras e meditações a respeito de Deus você provavelmente concluiu que os atributos pertencentes à divindade não podem ser limitados a tempo e espaço..."
Pareceu-nos, disso tudo, que a pergunta foi tremendamente bem feita e a resposta melancolicamente mal dada - aliás não houve resposta para a grande pergunta de A.W.G., que merecia maior esclarecimento. Mas como dá-la se não sabem?
Embora a pergunta não tenha sido a nós dirigida, por alguma razão, chegou às nossas mãos. Vamos respondê-la para todos os A.W.G. deste mundo que procuram conhecer a verdade e não a encontram:
CRISTO É PAI E TAMBÉM É FlLH0, NAS ALÉM DISS0 É 0 PAI E 0 FILHO.
ESSA É UMA QUESTÃO MUITO DIFÍCIL E QUE CONFUNDE A MUITA GENTE
Vejamos as palavras de Abinadi no Livro de Mórmon:
 "Quisera que compreendêsseis que o próprio Deus virá entre os filhos dos homens e redimirá Seu povo. E porque Ele habitará na carne será a vontade do Pai; sendo o Pai e o Filho. Pai, porque foi concebido pela poder de Deus; e Filho por causa da carne; de maneira que vem a ser o Pai e o Filho - e são um Deus, sim, o Eterno Pai do céu e da terra. E tornando-se assim a carne sujeita ao Espírito, ou o Filho ao Pai; sendo um Deus, sofre tentações e não cede a elas... a carne sujeitando-se até a morte e a vontade do Filho se incorporando à vontade do Pai.
E assim rompe Deus as cadeias da morte, tendo ganho a vitória sobre ela; dando ao Filho o poder de interceder pelos filhos dos homens..." (Mosiah l5: l-8).
"... Ensinai a todos que a redenção vem por Cristo, o Senhor, que
é o verdadeiro Pai Eterno" (Mosiah 16:15)
Vejamos as palavras do rei Benjamim: "E se chamará Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Pai dos céus e da terra, o criador de todas as coisas desde o princípio..." (Mosiah 3: 8).
 
 
Comparemos com as palavras de João: "... estava no mundo e o mundo foi feito por ele, mas o mundo não o conheceu... os seus não o receberam. Mas todos aqueles que o receberam... DEU-LHES O PODER DE SE TORNAREM FILHOS DE DEUS. ESTES NÃO NASCERAM DO SANGUE, NEM DA VONTADE DA CARNE, NEM DA VONTADE DO HOMEM, NAS SIM (DA VONTADE) DE DEUS. (João 1:10-13).
E agora vejamos as palavras do Senhor Jesus Cristo:
"Pai, é chegada a hora, glorifica teu Filho... Pois lhe deste poder sobre toda criatura... Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. Agora pois, Pai, glorifica-me junto de ti concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado." (João 17:1-5). E após a ressurreição:
 "Disse- lhe Jesus... mas vai a meus irmãos e dize-lhes: "Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus". (João 20:17).
Essas palavras esclarecem toda a questão:
Jesus Cristo é Deus desde antes de descer para a carne, e lá recebeu poder sobre toda criatura, e com esse poder realizou toda a criação. Por isso é o Pai Eterno para toda obra que Seu Pai e nosso Pai lhe ordenou fazer. Nem por isso Ele deixa de ser um Filho, tanto em espírito quando na carne; porque, na carne, também se sujeitou à vontade do Pai, sendo glorificado primeiro no espírito e depois na carne ressurrecta: "... glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que tive em ti, antes que houvesse mundo." Nem por isso Ele deixa de ser nosso irmão: "...vai a meus irmãos e dize-lhes: subo para meu Pai, e vosso Pai, meu Deus, e vosso Deus".
Nem deixa Ele de prestar honras ao mesmo Deus que nós prestamos!
Nem por isso deixaremos de ser feitos filhos de Deus na carne, como somos no espírito; se obedecermos, exatamente como fez Jesus Cristo.
O fato de dizermos que o Filho é o Pai Eterno (desta criação) não significa que Ele não tenha o Seu Pai Eterno, nem que este não tenha o Seu.
O cognome de Pai está relacionado com o poder criador concedido e exercido por quem o recebe. Esse é feito como um Pai Eterno para todos os seus irmãos menores, a fim de poderem crescer nas diferentes etapas da senda do progresso eterno, engendrada pelo Deus Supremo. Disse Jesus: "Meu Pai é maior do que eu"; no entanto, Ele falava a Moisés, Abraão, lsaac, Jacó e a todos os demais profetas , como o Deus-Todo-Poderoso, mas a eles não se deu a conhecer pelo Seu nome:  Jeová. (Êxodo 6:3 ver também o apêndice 12)
Jesus Cristo falou claro quando referiu-se aos discípulos como  Seus irmãos e, para desbancar a previsível sofistaria maligna, reforçou Suas palavras acrescentando logo a seguir: "... meu Pai, e vosso Pai, meu Deus, e vosso Deus." (João 20:17)
Quando reçordamos outras palavras Suas: "Vós sois deuses". (João10:34); "Sede vós perfeitos como é o vosso Pal que está nos céus" (Mateus 5: 48) mais confirmação obtemos de que essa é a verdade.
Aqueles que ensinam ser o Pai e o Filho a mesma pessoa, estão certos. Mas não sabem porque ou, fazendo um jogo de palavras, estão certos, mas estão errados, porque só alcançaram metade da idéia e a ensinam como a verdade; para explicar o que não casa, criam um dogma absurdo que desnorteia inteiramente os homens. Eles não alcançaram ainda esta compreensão superior:
Ao Filho foi dada autoridade e poder para exercer, como Pai, a obra que Lhe foi atribuída fazer por Seu Pai (e nosso também). Na autoridade de Pai, pelo poder criador que recebeu, o Filho desceu e fez-se carne - na figura de Filho ou do Servo, como fala Isaías.
Cumpriu na carne toda a vontade do Pai, da mesma forma que já tinha cumprido em espírito (antes do mundo ter sido criado por Ele mesmo).
Voltou ao Pai em corpo ressurrecto como vencedor do mundo, para reassumir Sua gloriosa posição de Criador e Salvador de todos os homens. (João 17:1-5)
Dessa posição exaltada, o Filho, que também é Pai e nosso irmão em espírito por parte de Pai, promete elevar ao Seu "status" todos os que O obedecerem!
Assim sendo, o que impede ao homem entender que o Pai de Jesus Cristo tenha também o Seu Pai, e este o Seu Pai, e este o Seu... e assim, até o Deus Supremo, Pai maior que todos os outros Pais, que numa eterna cadeia de autoridade delegaram aos Seus Filhos mais dignos o poder criador dos Deuses-Pai e o direito de Se apresentarem, aos espíritos em provação, na figura do Deus-Poderoso?
"Berosheit baurau Eloheim ait auschamayeen vehau auraits"
"No principio o Deus cabeça chamou os deuses em conselho..."
A TESTEMUNHA: Vocês comportaram-se como se soubessem de antemão as questões que eu iria levantar. Cercaram-me de tal forma, com suas respostas estudadas, que não tive maneira de esquivar-me da pressão. É isso justo? Por acaso não foi o meu amigo Oséas que os advertiu dos meus artigos de fé, para que vocês os derrubassem? Que bem isso fará a vocês ou a mim?
MISSIONÁRIO: De fato, tivemos uma longa conversa com nosso irmão Oséas sobre o Sr. e sua fé. Isso, para podermos melhor preparar-nos para dar ao Sr, o melhor de nós.  Se as suas questões pegassem-nos de surpresa, embora pudéssemos respondê-1as, não o faríamos com a organização de idéias e clareza que acabamos de expor. A pressão que declarou ter sentido, só lhe pode transmitir mal estar, no caso do Sr. lutar contra a luz das palavras que lhe comunicamos; porque essa pressão é desenvolvida na consciência de quem ouve a palavra, e não na daquele que a comunica.
Quem tem luz capaz de sentir essa pressão, também é capaz de adicionar, de assimilar a luz que lhe deu causa, e fazê-la parte de si mesmo. Só quem lutar contra a própria consciência, dirá que essa pressão é injusta e desagradável. Efetivamente, o esforço que fizemos fará bem a nós, receba o Sr. ou não nossa mensagem. Quanto ao bem que lhe fará, depende inteiramente do Sr.
. Por isso, achamos justo tudo o que fizemos. Oramos a Deus para que o Sr. possa ser justo consigo mesmo, fazendo o que Ele gostaria que fizesse.
A VERDADEIRA MENSAGEM EM   ECLESIASTES
A TESTEMUNHA: Devo confessar que as respostas pegaram-me inteiramente de surpresa. Nunca imaginei que jovens como vocês pudessem ter tão grande entendimento das escrituras, a ponto de abalar minhas convicções, alicerçadas durante tantos anos.  Mas, ainda há um livro da Bíblia que não comentaram satisfatoriamente, é o Eclesiastes. Lá esta escrito que depois da morte tudo acaba, vejam o que diz em 9: 5-6, não é isso uma negação de tudo quanto disseram sobre a sobrevivência do espírito?
"Com efeito, os vivos sabem que hão de  morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida. Amor, ódio, ciúme, tudo já pereceu; não terão mais parte alguma, para o futuro, no que se faz debaixo do sol."
MISSIONÁRIO: O Eclesiastes é um livro dirigido àqueles que põem sua esperança e valores nas coisas da carne mortal e do mundo físico, que é vivificado pela água e a luz do sol,  e não nas coisas que se desenvolvem acima das leis terrenas e da luz do sol. As escrituras em Eclesiastes são uma lição contra as vaidades cultuadas pelos mortais; mostra a precariedade deste nosso mundo e seus habitantes
Sua lição nada tem a ver com o corpo de espírito, o qual, não veio do pó e sim da eternidade, portanto jamais poderá ser sepultado, como o corpo físico mortal.
Nas versões católicas da Bíblia, o Livro da Sabedoria segue-se ao Eclesiastes. Lá está demonstrada a sobrevivência do espírito, veja o capítulo 2, ao descrever a vã filosofia dos ímpios, e o capítulo 3, demonstrando a verdadeira doutrina da sobrevivência da alma. Estude mais as seguintes referências confirmatórias, Números 16: 22 e Hebreus 12: 9.
Agora está na hora de nos despedirmos. Poderíamos saber se o Sr, gostaria de receber nossas palestras regulares?
A TESTEMUNHA: Dêem-me mais tempo para pensar... mais um pouco de tempo.
NOTA:  Cerca de trinta dias após, soubemos da morte do jovem, filho de nosso visitado; durante o período pós-operatório, quando já se recuperava na sua residência. Durante a operação os médicos fizeram uma transfusão, à revelia dos pais. Havia necessidade de mais uma, mas não foi feita. Talvez não tenhamos mais oportunidade de dar as palestras. Elas terão que ser dadas por outra dupla de missionários. Deixaremos este relatório para sua orientação sobre o este nosso primeiro contato.)
DOS MISSIONÁRIOS AO IRMÃO OSÉAS (nota escrita):
 Prezado irmão.
Visitamos seu amigo Armando e fizemos tudo que era possível, para convencê-lo da verdade nobre os temas que nos pediu esclarecer-lhe. Enviamos anexa, uma cópia desse contato. Não sabemos se ele aceitará as palestras. Quão grande pode ser a fidelidade das pessoas a causas injustas; quão grande se torna a injustiça do homem que ouve com toda a clareza a verdade e a rejeita.
Élderes José e Smith
FIM DA PRIMEIRA PARTE