Contatos 03

Amoramon

CONTATOS
PARTE 3
ÍNDICE DA PARTE 3
O Contato 6 - O discurso do agnóstico..............................................................................1
O agnóstico e os missionários medem as forças de suas posições.........................................2
A prova da existência de um Deus pessoal.........................................................................3
O encontro do Dr. Amoramon com o agnóstico.................................................................4
O homem é simplesmente um animal bípede?....................................................................5
A perplexidade do agnóstico.............................................................................................6
A matéria enviada pelo Dr. Amoramon ao seu amigo agnóstico...........................................7
A poligamia ou a multiplicidade de esposas é um princípio de vida ......................................8
O Contato 7 - Uma carta histórica!...................................................................................9
A resposta do irmão Xavier............................................................................................10
O Contato 8 - O longo discurso introdutório do padre católico...........................................11
A posição do Dr. Amoramon..........................................................................................12
A atitude dos poderosos do mundo para com Cristo..........................................................13
A consolidação moderna do catolicismo...........................................................................14
A consolidação econômica d'A Igreja de Jesus Cristo dos S.U.D..................................... 14.1
O tratamento que a cristandade deu ao moderno profeta de Deus.......................................15
A verdadeira dimensão do evangelho...............................................................................16
O cumprimento da profecia de Daniel..............................................................................17
Por que o Livro de Mórmon diz haver apenas duas igrejas?...............................................18
A poligamia e o celibato na balança..................................................................................19
O catolicismo e as suas inversões.....................................................................................20
O Contato 9 - Encontro do Dr. Amoramon com o livre-pensador........................................21
O Dr. Amoramon fecha o seu discurso.............................................................................22
Sete pontos capitais no Plano de Deus..............................................................................23
Oa papeis isolados e o papel conjunto da Bíblia e do Livro de Mórmon...............................24
 


CONTATO 6
O DISCURSO DO AGNÓSTICO
O AGNÓSTICO: Meus jovens quero que saibam o que significa ser um agnóstico como eu. Vejam bem, eu não afirmo a inexistência de Deus; muito menos afirmo de sua existência. Considero impossível saber se há qualquer coisa além dos fenômenos naturais, observáveis por nossos sentidos. Em conseqüência, não aceito revelações sobrenaturais, vida após a morte, religiões formais com suas autoridades eclesiásticas, enfim, todos esses sistemas que decorrem das crenças religiosas em geral.
O AGNÓSTICO E OS MISSIONÁRIOS MEDEM AS FORÇAS DE SUAS POSIÇÕES
MISSIONÁRIO: Nessas condições, temos certa dificuldade para entender a diferença entre ser um agnóstico e ser um ateu. Estes últimos, afirmam decididamente que Deus não existe; que é apenas um produto da imaginação do homem, na sua inconformidade com a morte, numa tentativa desesperada de criar um motivo de esperança para a expectativa desgraçada do seu aniquilamento.
Já o Sr. declara nem crer nem descrer, o que é na verdade descrer em tudo o que se refere às palavras que Deus terá dito ao Sr. para que venha a crer Nele. Se Ele não houvesse falado e mandado registrar sua palavra, o Sr. Estaria justificado em sua posição vacilante, mas já que Ele o fez, o Sr. pertence ao mesmo clube dos ateus, no nosso entendimento.
Por favor, não tome isso como ofensa, estamos apenas racionalizando um pouco para desenvolver nossa conversa.
O AGNÓSTICO: Entendo perfeitamente sua dúvida. Talvez vocês aceitassem melhor a posição dos racionalistas do século dezoito, cognominados "os deístas". Eles aceitavam a Deus como uma fonte de força criativa e só. Eram como os atuais livres-pensadores, que rejeitam, como eu, as religiões formais, revelações e autoridades eclesiásticas; todas elas como coisas incompatíveis com a razão; embora, também, não neguem a mesma força criativa dos deístas.
MISSIONÁRIO: O grande caso, é que permanece o fato de que a palavra promulgada, classifica-os a todos como incrédulos, para os efeitos práticos do Seu Plano de Salvação. Para Deus, o importante é que creiamos Nele, como de fato é. Crer ser Ele aquilo que não é, é crer no que não existe. Os idólatras fazem isso;  então, qual é mais essa diferença? Por que não admitir também os idólatras do mesmo clube, dado à semelhança das conseqüências finais?
O AGNÓSTICO: Por que esse Deus de vocês nos condenaria, pelo fato de só crermos no que realmente comprovamos com os sentidos que Ele mesmo nos teria dado? Não percebem que, à luz da razão, esse Deus que criaram estaria em posição incoerente?
MISSIONÁRIO: Nossos sentidos não existiriam, sem aquilo que lhes dá o produto final - a mente. Não são os olhos que nos dão fundamentalmente o entendimento da luz, é a mente que o dá. É ela que a compreende, não diretamente os seus instrumentos sensitivos. Isso é verdade para todos os demais sentidos.
Portanto, o que nos condenará, é o mal uso que dermos aos poderes que Deus deu às nossas mentes, para provar-nos na habilidade individual de buscá-lo e de encontrá-lo. É isso o que nos aproximará ou afastará Dele na eternidade.
Veja estas palavras contidas no Livro da Sabedoria, 13: 1-l0:
"São insensatos por natureza aqueles que desconheceram a Deus e que , através dos bens visíveis, não puderam reconhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras;...
Se foi por estarem encantados pela sua beleza... saibam então quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o Criador da beleza que fez estas coisas.
Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu Criador é mais forte; pois é a partir da grandeza e da beleza das criações que, por analogia, se conhece o seu autor.
Contudo, estes só incorrem numa ligeira censura, porque, talvez, eles caíram no erro procurando a Deus e querendo encontrá-lo; vivendo entre suas obras, eles as observaram com cuidado, e porque eles as consideraram belas, deixaram-se seduzir pelo seu aspecto.
Ainda uma vez, entretanto, eles não são desculpáveis, porque, se eles possuírem luz suficiente para poder perscrutar a ordem do mundo, como não encontraram eles mais facilmente Aquele que é seu Senhor?"
Embora estas palavras tenham sido dirigidas aos idólatras, elas adaptam-se bem a todos os que têm e cultivam uma falsa idéia de Deus.
A mente é, pois, o sentido espiritual que Deus nos deu para julgar todas as coisas, quer temporais quer espirituais; em última instância, como já demonstramos, todas as coisas terminam por ser espirituais, porque é a mente que as julga.
Os nossos sentidos físicos, idolatrados por agnósticos, ateus, teístas, positivistas, pragmatas e outros mais, são meros instrumentos de contato com as coisas do mundo, a serviço da mente - a entidade grande responsável por todas as decisões do homem.
Não prestaremos contas a Deus pelos sentidos superficiais que temos, mas pelo sentido profundo da mente, que nos foi dado para aprendermos a julgar com justiça as obras de Deus.
Através dos poderes da mente é que podemos encontrar Deus. Negar nossa luz mental, classificando-a como um mero processo bioquímico efetuado no cérebro, não nos eximirá de culpa pelo mal julgamento; conforme descrito no Livro da Sabedoria, acima citado.
A PROVA DA EXISTÊNCIA DE UM DEUS PESSOAL
O AGNÓSTICO: Você quer dizer que devemos fazer prova da existência de um Deus pessoal, como fazemos para obter prova das coisas físicas que pomos em investigação? As escrituras de vocês não dizem que Deus é Espírito? Como então busca-lo como se fosse material?
MISSIONÁRIO: Nossas escrituras, tanto dizem que Ele é Espírito quanto dizem que é matéria puríssima; porque tendo Ele existência, tem que ser constituído de alguma forma purificada de matéria em última instância. Não seria justo que Deus nos desafiasse a buscá-lo, no terreno do impraticável, do inexistente, do impossível.
É exatamente por Ele ser espiritualmente encontrável, que as pessoas das filosofias acima discutidas estarão sob Sua condenação, caso não se arrependam.
Todos nessa categoria de incrédulos, agem como se só cressem nos sentidos, sem entretanto compreenderem o que eles são fundamentalmente; negam a si mesmos as oportunidades que Deus lhes deu para ampliar o entendimento Dele, o que é o principal motivo de terem sido enviados a este mundo de provação.
O AGNÓSTICO: Devo confessar minha surpresa com o preparo filosófico que demonstraram ao defender sua causa. Sendo tão jovens, onde aprenderam conceitos tão profundos, a ponto de abalarem muitas das minhas convicções?
MISSIONÁRIO: Na verdade, quem nos preparou para este encontro foi a mesma pessoa que nos apresentou, o Dr. Amoramon, que conhece muito bem o Sr. Somos preparados é para ensinar as palestras regulares que contam sobre a restauração do evangelho, através do chamado do profeta Joseph Smith, bem como a restauração do sacerdócio de Deus entre os homens, e os trabalhos necessários realizar em prol da salvação dos vivos e dos mortos.
Naturalmente, não teríamos condições nem mesmo de perguntar se o Sr. ouviria nossa primeira palestra, antes deste encontro preliminar.
Agora é tempo de perguntar: O Sr. nos receberia outra vez em sua casa, para começarmos as palestras?
O AGNÓSTICO: Sim, receberei vocês a começar da próxima quarta-feira. Obrigado por terem vindo, e recomendações ao meu amigo Amoramon.
(Decorridos cerca de trinta dias, o Dr. Amoramon e seu amigo agnóstico encontraram-se, em uma reunião social. O seguinte diálogo entre os dois foi registrado no livro de recordações do elder Smith, conforme o relato do primeiro, o autor de CONTATOS).
O ENCONTRO DO DR. AMORAMON COM O AGNÓSTICO
DR. AMORAMON: Como você se foi com a visita dos missionários?
O AGNÓSTICO: Eles já me visitaram umas quatro vezes mais. Você instruiu-os muito bem sobre minha filosofia. No primeiro encontro, fui tomado de surpresa, a ponto de quase não poder contestar suas palavras ou replicar as respostas às questões que levantei. Foi pena que alguém que conhecesse muito bem a filosofia de vocês, também não me houvesse preparado. Isso tornaria o encontro muito mais instrutivo para ambas as partes.
DR. AMORAMON: Para que alguém conhecesse muito bem a filosofia dos mórmons, seria necessário, antes de tudo, ser um deles. Caso não fosse, esse alguém não teria a luz do Espírito, que guia, instrui e dá aos mórmons o testemunho da verdade sobre todas as coisas. Não poderia ser uma pessoa que acreditasse na filosofia de quaisquer outros espíritos, quer deste quer do outro mundo;  e que simplesmente se informasse sobre as "esquisitices" nas nossas crenças, como alguns dizem quando referem-se a nós.
O AGNÓSTICO: Êpa! Pare um pouco meu amigo, foi isso exatamente o que você fez. Sem ser um dos nossos, sem acreditar no espírito de nossa filosofia, você informou-se sobre ela e transmitiu-a aos missionários. Será que não armou uma arapuca e acabou por cair nela?
DR. AMORAMON: Nada disso, companheiro. Apenas quis demonstrar o fato de que uma vela não pode acrescentar mais luz ao facho de um holofote, pois só o inverso é possível. É possível que o Espírito de Deus acrescente luz ao espírito do homem e suas filosofias, mas o inverso é impossível. Um homem que recebeu o dom de julgar as coisas pelo Espírito Santo, o mais poderoso holofote do universo, não pode ser superado em julgamento por ninguém. De que forma, qualquer luzinha menor poderia ser usada como dom para julgar o Holofote de Deus?
Onde houver um confronto de palavras, luzes, poder e inteligência, sempre preponderará a Luz Maior.
Dessa forma, a luz que os missionários levaram à sua casa, jamais poderia ser iluminada pela luz do agnosticismo ou de qualquer outra filosofia da terra ou do espaço.
Aliás, o apóstolo Paulo já discutiu esse assunto, e expressou-se melhor do que nós, peço que examine o que ele diz em I Cor. 2:12-16.
O HOMEM É SIMPLESMENTE UM ANIMAL BÍBEDE?
O AGNÓSTICO: Então você acha que os missionários trouxeram luz maior, ao tentarem convencer-me de que o majestoso Deus de que falam as escrituras de vocês, tem um corpo semelhante ao do homem? Não acha o amigo, que isso é idolatrar o corpo humano, a ponto de querer que o Deus de vocês seja como nós? Se esse Deus existisse, não acha que escolheria para si mesmo uma expressão de presença muito mais digna, poderosa e honrável do que simplesmente a de um animal bípede como nós?
DR. AMORAMON: Aparentemente essa sua posição apresenta-se muito forte. A primeira vista ela parece incontestável; em face das tremendas limitações que identificamos no corpo humano, como hoje o conhecemos; sua dependência crítica do meio; sua fraqueza diante de qualquer variação a menor ou a maior de temperatura, umidade, pressão, etc.; sua fragilidade aos impactos de toda natureza; sua prisão gravitacional; enfim, sua total submissão às leis da terra física, que o condenam ao desgaste e morte.
Seria uma pobreza de espírito imaginar um Deus assim. Um ser que viesse do pó e, em pouco tempo, a ele retornasse sem apelação; sem poder para vencer a humilhante imposição da lei da morte corporal.
Mas, há um fato de implicações profundas a considerar. Veja bem: quanto maior a dificuldade a vencer, maior a glória do vencedor, maior a honra, o mérito, o poder (revelados diante das multidões impotentes).
Por mais que nos esforcemos, por mais imaginação que usemos, não conceberemos maior dificuldade a vencer do que a corrupção do corpo e a sua morte inapelável.
Acontece que a compreensão dessa dificuldade só veio ao espírito porque ele recebeu um instrumento para "simular" a queda e a morte. Se permanecêssemos no estado de espírito, nunca saberíamos o que fosse a miséria da corrupção e da morte, porque essas coisas não podem atingir ao corpo de espírito, por   ele vir direto da semente espiritual de Deus.
Vem então Deus ao mundo e, diante, da multidão impotente, revela o Seu poder; vence todas as limitações físicas da terra e subjuga o último inimigo a vencer - a morte. Edifica Ele assim, perante nossa consciência, a honra, o poder e a glória. Sem esse corpo de enormes limitações, espírito algum compreenderia a plenitude da sabedoria, da inteligência, do conhecimento, da fé, do julgamento, da justiça, da misericórdia e da verdade que habitam no Espírito de Deus.
 Ele não poderia dar-nos o testemunho de sua grandiosidade; e sem aprendermos a admirar e honrar essa grandiosidade, não cresceríamos espiritualmente, não faríamos jus à glória eterna que Deus nos preparou desde o principio; não saberíamos usufruir dela, porque não teríamos aprendido a incorporar às nossas mentes, as emoções e inteligência espirituais, para a plena compreensão delas.
Quão grandes são essas coisas! Se o caro amigo confiasse só um pouco na sabedoria de Deus, poderia, passo a passo, compreender os Seus estupendos motivos.
A PERPLEXIDADE DO AGNÓSTICO
O AGNÓSTICO: É um enfoque interessantíssimo! Nunca alguém apresentou a mim as coisas nessa perspectiva. Mas, olhando-as agora nesse prisma que acabou de mostrar, não lhe parece que o seu Deus, embora agindo de boa fé, tenha acabado mesmo é por fazer do nosso mundo uma grande farsa? Ele cria um simulacro da miséria e desgraça espiritual e põe-nos a todos lá no fundo; depois desce Ele mesmo e vai ainda mais fundo, antes de sair para o que vocês chamam de glória e exaltação! Será que não haveria outro meio mais suave de fazer tudo isso?
DR. AMORAMON: Se há outro meio melhor, mais sábio e mais justo do que esse, e Ele não o usou, então é porque não é Deus; pois, em tal caso, haveria outro alguém mais capaz em sabedoria, conhecimento, misericórdia e justiça que poderia ter feito as coisas melhor do que Ele fez.
Aliás, eu reconheço a dificuldade que nossos espíritos têm para compreender a sabedoria desse plano, conhecido como o Plano da Salvação e do Progresso Eterno.
Não poderia ser de outra forma, pois ele saiu das profundezas da mente de Deus;
quem as pode alcançar, a não ser pelos dons do seu Espírito, que a sonda e compreende?
Assim como hoje, aqui na mortalidade, há quem não concorde com o Plano e o classifique como loucura, houve também na pré-mortalidade, quem a ele se opusesse inteiramente, e até conseguisse arrebanhar adeptos em grande número (as escrituras falam de um terço das hostes espirituais).
Todo esse Plano, portanto, era fundamentado na passagem dos espíritos por este corpo mortal que o amigo menospreza. Até mesmo Deus teria que passar por ele. Vou enviar a você uma matéria escrita por um nosso irmão. Ela refere-se à necessidade do espírito ter um corpo.
Ora, se o corpo que se desfez, não ressurgisse poderoso, para as glórias da imortalidade e da vida eterna, não haveria vitória alguma, nem para Deus nem para qualquer de nós. Se apenas Deus ressurgisse, Ele também não teria plenitude de vitória, pois teria perdido seus filhos para o poder da morte.
O autor da morte é aquele que se fez inimigo do Plano fundamentado nos corpos mortais. É compreensível que ele deva empenhar-se em destruí-los, conservá-los desfeitos no seio da terra, mantendo seus espíritos separados de seus corpos físicos pelo maior tempo que possa. Ele sabe que seu poder sobre eles terminará, tão logo eles ressurjam para a imortalidade.
A vitória de Deus exige que todos os mortais ressurjam, seja para honra e glória ou seja para a condenação e desonra, pelos méritos individuais, amparados pela justificação que Deus pôs na graça de Sua redenção e expiação (redenção física e salvação espiritual).
Espero que, agora, o caro amigo possa ter uma outra perspectiva da preordenação deste "animal bípede", para usar sua expressão anterior; espero que compreenda este fato maior: Nós somos o que somos corporalmente, porque Deus é assim antes de nós; fomos feitos à sua imagem e semelhança, pelas magníficas razões que acabamos de expor.
O AGNÓSTICO: Meu caro amigo! Já levantei essa questão diante de muitos religiosos e sempre saí com a impressão de tê-los confundido. Pelo menos não puderam ir além do apelar para a fé dogmática e dizerem: É o que eu acredito, mesmo sem saber o porquê. Mas, com você foi diferente, porque, além de demonstrar sua fé, provou-me que sabe perfeitamente no que confia.
Asseguro-lhe que considerarei com seriedade tudo o que me disse e estudarei com atenção a teologia dos mórmons.
DR. AMORAMON: É uma pena que tantas excelentes pessoas, hoje submetidas às falsas religiões do mundo, não tenham a mesma disposição de espírito que você tem. É por isso que tão poucos são capazes de mudar, mesmo em face da mais brilhante luz.
 Deus diz:  "Uma luz que resplandece nas trevas, e as trevas não a compreendem".
Aproximaram-se outros convidados e a conversa foi interrompida.
O AGNÓSTICO: Parece que este seu suco de tomate traz mais sabedoria do que o meu Ballantine, não é?
DR. AMORAMON: Realmente, posso dizer que minha inspiração era muito menor, quando ainda bebia o espírito deste seu copo.
Os dois riram e entreolharam-se significativamente.
 A MATÉRIA ENVIADA PELO DR. AMORAMON AO SEU AMIGO AGNÓSTICO
(p. 71 a 75 do livro A Verdade ao Alcance do Homem, Volume l)
NOTAS
1- Essa é a mecânica da transfiguração de Jesus. É a explicação da preparação gradual de Moisés para que pudesse chegar a falar com Deus face a face, sem que sua carne fosse consumida pelo poder que se irradia do Espírito do Senhor.
"O Senhor se entretinha com Moisés, face a face, como um homem fala com o seu amigo..." (Êxodo 33:11); disse o Senhor: "A ele eu lhe falo face a face... e ele contempla o rosto do Senhor."
(Números 12:8); "Moisés não sabia que a pele do seu rosto se tornara brilhante, durante a sua entrevista com o Senhor.., tendo-o visto Aarão e todos os israelitas...não ousaram se aproximar dele." (Êxodo 34:29-30).
Jesus deixou ao mundo a mensagem que fala da glória do corpo futuro: "Se, pois todo o teu corpo estiver na luz, sem mistura de trevas, ele será inteiramente iluminado, como sob a brilhante luz de uma lâmpada." (Lucas 11:36).
Essas coisas servem para que compreendamos o significado da Escritura quando diz: "Nosso Deus é um fogo devorador."
Toda carne que não estiver preparada será literalmente consumida pela presença do Senhor e seus anjos, no dia prometido de sua segunda vinda.
Será uma questão da "voltagem e intensidade de corrente espiritual" e  da capacidade estrutural dos "condensadores" ou seja, dos corpos.
É prometido que os justos resistirão a esse grande e terrível dia, o qual está próximo, mesmo às portas diz o Senhor!
2 - Há uma revelação moderna que relata o aparecimento de Cristo há alguns milênios. Ele apresentou-se a um profeta chamado Mahonri Moriancumen em Seu corpo de espírito, antes de ter vindo ao mundo pelo ventre de Maria para tomar posse de um corpo de carne e ossos da matéria orgânica terrena.
 Ao apresentar-se o Senhor disse:
"E eis que este corpo que agora vês é o corpo do meu espírito; e o homem foi por mim criado segundo o corpo do meu espírito; e assim como te apareço em espírito, aparecerei ao meu povo na carne."
Note-se a construção que o Senhor deu a essas frases: "corpo do meu espírito";  "... segundo o corpo do meu espírito";  "... te apareço em espírito" (em substância espiritual).
Observemos que Ele privou-se de dizer:  ... este corpo que agora vês é o meu espírito; ou: ...  este corpo que agora vês é o meu corpo espiritual.
Assim, Ele fez questão de tornar clara a diferença que existe entre o corpo de espírito (corpo espiritual) e o espírito (como o componente inteligente, mas ainda incorpóreo).
De acordo com Suas palavras o corpo pertencia ao espírito. São portanto duas manifestações espirituais diferenciadas; embora oriundas da mesma substância fundamental, as quais foram unidas pelo poder de Deus para cumprir
Seus propósitos: O corpo de espírito e a inteligência (ou espírito) do Senhor. Isso, para que a individualidade da Sua substância inteligente pudesse vir a ter expressão compreensível e diferenciada em glória, diante das outras inteligências menores.
Os corpos, com todas as suas faculdades, são o meio que Deus desenvolveu para manifestação de todos os anseios e desejos das individualidades incorpóreas fundamentais - as "centelhas" ou partículas de substância inteligente que se foram destacando do todo por diferenciação,  na aurora dos tempos eternos.
É por isso que Deus, também, tem um corpo, e se não tivesse não seria Deus, porque teria menos do que nós.
Semelhantemente, no homem, o cérebro contém as idéias, mas ele precisa do corpo para personificá-las e dar expressão á inteligência que flui através do cérebro; para transformar em ação os anseios da substância inteligente e eterna - o verdadeiro eu do indivíduo; para manifestar presença, individualidade.
Um cérebro vivo, mas separado do corpo que possuiu, só teria idéias. Um corpo vivo mas sem cérebro não atuaria, pois não haveria manifestação possível daquela substância constituinte do eu fundamental, por faltar-lhe o veículo para o universo físico - o cérebro.
O que é verdadeiro para o corpo natural, semelhantemente o é para o corpo espiritual. Da mesma forma que o corpo natural do homem é formado através da união com o corpo da mulher (pelo poder do fluído da vida carnal - o sangue;) assim, também, terá sido gerado o corpo espiritual do Senhor, por Seu Pai e Sua Mãe (pelo poder do fluído da vida espiritual que corre nas veias de nossos Pais Espirituais, o qual, por lei genética semelhante à que conhecemos na carne natural, trouxe à existência nossos corpos de espírito na eternidade). Espírito gerando espírito e sangue gerando sangue.
Nossa essência inteligente é incriável, porém nossos corpos de espírito, somente após terem sido organizados diretamente da substância espiritual eterna, passaram a ser entidades orgânicas eternas (isto é, a partir do tempo em que foram gerados).
Vimos que o homem é, fundamentalmente, espírito. Por isso, eternamente, sua meta principal deve ser o desenvolvimento espiritual para aumentar o poder do corpo e da mente espirituais; para dominar tudo o que é conhecido como elemento (outra manifestação diferenciada da substância fundamental).
 Até conseguir, fortalecido pelo poder do ESPÍRITO, levantar da substância terrena transformada, um corpo perfeito e imortal, cujos elementos constituintes permitam melhor integração com a irradiação da substância do poder de Deus - o ESPÍRITO, e assim, acelerar em progressão geométrica seu desenvolvimento.
Jesus Cristo foi o primeiro a fazê-lo. Veio ao mundo testemunhar essa realidade do Plano de Salvação, que Deus estabeleceu para todos os enviados a este mundo escola. E quem dentre nós não foi enviado? Até os incrédulos o foram, mas não sabem!
Todos os corpos que se diluírem na terra mãe serão levantados no devido tempo!
O poder dos corpos que levantaremos, será proporcional às qualificações de poder adquiridos pelos nossos espíritos; as quais, terão relação direta com a porção vivificante de Espírito que nos for concedida para a reconstituição dos nossos corpos de carne e ossos espirituais - função direta das obras realizadas neste mundo. (E a compreensão dessas coisas é parte das obras designadas: Vencer a ignorância de nós mesmos e de nossa natureza eterna).
Está escrito:   "Ninguém será salvo em ignorância",
Como também, acrescentamos: - ninguém será condenado em ignorância. Portanto, neste mundo ou no mundo dos espíritos, nenhum filho de Deus deixará de ouvir essas coisas para definir-se e ser julgado posteriormente.
A POLIGAMIA OU A MULTIPLICIDADE DE ESPOSAS É UM PRINCÍPIO DE VIDA NOS MUNDOS CELESTIAIS?
3 - O PAI DE NOSSOS ESPIRITOS (1)
Sabemos com certeza: A despeito de haver incontável número de pais carnais, cada um de nós tem dois pais possíveis entre todos eles: o mesmo é verdade para todos os nossos irmãos nascidos da mesma união, sejam eles quantos forem. Assim, semelhantemente, só teremos dois Pais Eternos (se formos irmãos de uma mesma união nos mundos superiores, sejamos quantos formos...até mesmo 120 bilhões).
Ora, se num casamento terreno houvesse apenas um pai e várias esposas mães, os filhos gerados dessa união polígama não deixariam de ser irmãos por parte de pai. Eles, porém, não se poderiam referir em comum aos seus pais dizendo: - "nossos pais", mas diriam acertadamente: - "nosso pai".
Não parece estranho que as Escrituras refiram-se sempre  a "Nosso Pai" e nunca aos "Nossos Pais"?
Compreendam e aceitem a verdade os que tiverem bastante inteligência: nossos deuses não são "Nossos Pais", mas sim, "Nosso Pai" porque as Mães são muitas; o Pai, porém, é um só!
Os deuses vivem leis que não devem ser aplicadas a homens vivendo sob determinadas condições espirituais, a não ser que sejam mandados expressamente, para cumprir propósito acima da compreensão comum, atendendo às sábias razões de Deus, inalcançáveis às mentes embrutecidas pelas contingências malignas que as dominam neste mundo.
Através dos mais puros e dignos servos do Senhor, a verdade divina da lei superior da multiplicidade de esposas foi, periodicamente, ao longo dos vários milênios da história dos filhos carnais de Adão, revelada aos homens deste planeta (Abraão, lsaac, Jacó, Moisés...Joseph Smith). A pluralidade de esposas nunca seria abençoada pelo Senhor se fosse considerada como prática pecaminosa nos exemplos abaixo relacionados:
"Sarai tomou Agar, sua escrava egípcia,..,e deu-a por mulher a seu marido" (porque Sarai era estéril e não podia garantir posteridade a Abraão); Abraão... tomou outra mulher chamada Cetura ...", Raquel deu sua serva Bala à Jacó, e a outra esposa (Lia) deu a serva Zelfa; a primeira por não ser fecunda inicialmente e
a outra por ter perdido a fecundidade.
Todos esses eventos estão descritos no Livro de Gênesis16: 3-4; 25:1- 2, 6;  29: 23-35; 30: 3-9.
Outros exemplos podem ser encontrados em 2 Crônicas 13:21, e 2 Samuel  2:2; 12: 8; 12: 9-12 e, finalmente em Isaias 4: 1 que atesta a futura adoção do casamento plural por ocasião da volta do Senhor no início do sétimo milênio.
Com tudo isso em mente, é que Paulo disse estas palavras:
"Tudo é puro para os que são puros, mas para os homens sem fé nem integridade, nada é puro: até o seu próprio espírito e sua consciência são contaminados." (Tito 1:15)
Deus não seria o mesmo, ontem, hoje e para sempre, se não restabelecesse, também, nos nossos dias, o que fez periodicamente ao longo dos milênios antecedentes ao nosso e, como as escrituras atestam, essa lei será restaurada novamente, no milênio próximo.
Não pelo homem, mas pelo próprio Senhor (Isaias 4:1). (Veja apêndice 1 no AVAH 1o-  Volume).
E por que não é permitido aos homens viverem agora sob a lei da multiplicidade de esposas? - Porque não há propósito atualmente e porque o homem tornou-se corrupto, decaído e incompetente; porque, levianamente, despreza as leis de Deus e porque está sendo provado por uma lei de obediência para, através dela (aqueles que puderem) venham a ser tornados competentes, puros, libertos e possam ser admitidos aos mundos do amor verdadeiro onde o Pai habita, para desfrutarem a mesma vida plena que Ele vive.
Observemos bem o escrito em Gênesis 1: 26:28:
"Façamos o homem á nossa imagem e semelhança...Deus criou o homem à sua imagem; ... e criou-os homem e mulher. Deus os abençoou..." (essa benção uniu-os em casamento pela palavra divina e o poder que ela encerra).
Vemos claramente: Para ser criado à semelhança de Deus, foi necessário criar uma mulher e uni-la ao homem. Logo, é Deus quem declara ter mulher e não nós.
 
 

 Entendamos isso: Compreender que a lei da multiplicidade das esposas é uma lei eterna, superior e aceitável diante de Deus, não é advogar sua adoção no mundo de hoje, absolutamente. Não a advogamos.
Há os que compreendem e ensinam essa verdade mas não a praticam por obediência (da mesma forma que a praticariam se por Deus fosse dada a ordem, como já o foi muitas vezes no passado). Há, em contraposição, os que condenam esses ensinamentos mas, farisaicamente, praticam a "poligamia do mundo" através da irresponsabilidade do adultério.
Não é possível selecionar sem organizar um sistema de provas. Não é possível organizar um sistema de provas individuais sem estabelecer um sistema de dificuldades para serem vencidas. As provas de obediência, forçosamente, exigirão privações de determinadas coisas. Não se deseja o que não atrai. Não atrai o que não se insinua e atiça os sentidos. Não se insinua, aquilo que não tem um agente de incitação, um veículo de promoção e convite.
Assim, se a lei de Deus em vigor neste mundo fosse a poligamia, o homem, para ser provado, deveria ser incitado, atraído, pela monogamia, e vice-versa.
Estando em vigor a lei da monogamia (embora saibamos que a lei da poligamia vigore nos mundos eternos) o homem deve ser incitado a desobedecer a monogamia aqui no mundo temporal. ora, qual o homem neste mundo que não se sente atraído pela poligamia?
Mas, estando sob o convênio eterno, se ceder a ela sem ter sido ordenado, terá sido derrotado pela prova e, por isso, será condenado a não conhecer a vida sob essa lei na eternidade; porque terá menosprezado a palavra do seu Testador.
Da mesma forma, no reino em que habita o Pai a lei é não roubar, não matar, não adulterar, não levantar falso testemunho, não cobiçar os pertences do próximo; a lei é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo e guardar o dia consagrado.
Portanto, neste mundo, o homem deve ser incitado a antagonizar-se com essa lei; para lutar e vencer pela obediência, ou danar-se pela desobediência; no grau em que a cometer, depois de obter conhecimento dela.
Não há razão, portanto, para alguém ficar escandalizado com a doutrina, que ensina: "O homem poderá ser ligado à sua esposa nesta vida e por toda a eternidade, se o for pelo poder de selamento que existe na palavra de Deus."
 
 

 Se não for dessa forma, lamentavelmente, será mesmo como dizem em algumas igrejas:  "... até que a morte vos separe..."
Não porque exista poder para isso nesta palavra, mas, simplesmente, porque o que não é feito com a autoridade verdadeira do sacerdócio de Deus, não pode mesmo ter poder para além desta vida ...ironicamente os sacerdotes que pronunciam estas palavras: "...até que a morte vos separes...", estão certos. Mas não sabem bem porque!
Ora, o Senhor ensinou que alguns homens - os verdadeiros e justos - viriam a ser feitos como Deus é. E como acabamos dever Deus tem esposa. De que maneira, então, poderia o homem a vir a ser como Deus é, a não ser que tenha esposa na eternidade?
O homem não pode suportar essa doutrina porque, neste mundo, nas palavras de Deus, tornou-se, "carnal, sensual e diabólico".
Se já é muito difícil para o homem neste  estado aceitar que Deus tenha um corpo, quão mais difícil será aceitar que Ele tenha uma esposa, e quão mais difícil ainda será entender que Ele tenha muitas esposas!
Os homens que não atingirem esse status não terão esposa alguma na eternidade; serão feitos como os anjos ministradores para todo o sempre; permanecendo separados e solteiros (mas, por favor! Não ponhamos asas nos anjos, eles não precisam delas... são só intrigas da oposição para tentar levar ao ridículo as coisas de Deus).
Isso, também, foi ensinado pelo Senhor na passagem em que os saduceus tentaram confundi-lo, trazendo um exemplo estranho - o da mulher que não deu descendência a sete irmãos que com ela casaram consecutivamente. A resposta do Senhor para o caso apresentado foi:
"... na ressurreição, os homens não terão mulheres, nem as mulheres maridos; mas serão como os anjos de Deus..." (Mateus 22:30)
Contradição? Não, nenhuma!
Porque não há mesmo união matrimonial depois da ressurreição - o ato ou ordenança do casamento não pode ser mais realizado depois da ressurreição. O homem que quiser ter sua esposa na eternidade terá que ser unido na mortalidade e selado a ela pelo poder e autoridade de Deus. Essa é uma ordenança da vida mortal;
"... o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus..."
Por essas palavras de Jesus a Pedro e depois que este foi investido do poder do alto no Pentecostes, todo casamento ou qualquer outra ordenança realizados com a autoridade e poder de selamento aqui na terra, automaticamente serão reconhecidos e ligados nos céus... e não haverá quem os desligue, a não ser por meio do mesmo poder e autoridade e por ordenança realizada na mortalidade. (Ver o final do apêndice 17 no AVAH, 1o-  Volume).
O Homem que não for ligado aqui por esse poder, não mais poderá sê-lo na ressurreição - exatamente como o Senhor ensinou em Mateus 22:30. Era o caso dos sete irmãos hipotéticos, os quais foram casados com aquela mulher, porém fora do alcance da autoridade e poder de selamento (não havia sido ainda restaurado àquela altura do ministério).
Além de tudo, aquela gente não teria condição alguma de compreender tal doutrina. Eles não estavam preparados para aceitar as coisas ensinadas por Jesus quando ele lhes falava dos assuntos terrenos, quanto mais quando lhes falasse das coisas profundas dos céus, somente discerníveis por comunhão com o Espírito que tudo sonda e compreende.
Da mesma forma, Jesus não tentou explicar a Pilatus o que era a verdade; preferiu calar-se. No entanto, aos Seus discípulos ensinara ser Ele mesmo o caminho, a verdade e a vida... , porque estes poderiam discernir Suas palavras sob a influência do Seu espírito, mas Pilatus não, pois não acreditava na doutrina da salvação.
O CONTATO 7
UMA CARTA HISTÓRICA!
NOTA DO ELDER SMITH : (conforme consta no seu livro de recordações)
Resolvi registrar aqui, uma cópia das cartas trocadas entre o nosso irmão Xavier e um outro que se tornou dissidente. Fiz isso, devido à importância das respostas dadas pelo irmão Xavier ao irmão dissidente.
Ele deixou-se influenciar pela conduta vil de um irmão, que se tornou homicida, para condenar a Igreja como falsa; esqueceu-se de considerar o esforço abnegado, a justiça, a perseverança, os testemunhos de Joseph e Hyrum Smith, por seu sangue derramado na cadeia de Carthage; esqueceu-se de buscar inspiração na conduta da liderança da Igreja, desde a sua fundação em 1830.
Como ele, muitos irmãos irrefletidos mostram-se apressados em condenar a Igreja, tão logo observam qualquer mau procedimento de alguns poucos membros.
Em vez de pautarem-se no exemplo do grande número de bons para integrar-se, preferem, inadvertidamente, deixar que suas vidas sejam conduzidas para fora da Igreja, pelo procedimento excepcional de uns poucos maus.
Muitos esquecem das palavras de Jesus e dos seus apóstolos, quando dizem que se introduzirão lobos vorazes entre as ovelhas, e que eles não pouparão o rebanho. Esquecem que o joio estará misturado ao trigo, e que só no final ele será separado, atado e queimado.
A CARTA AO IRMÃO XAVIER:
(Esta carta está também reproduzida no livro AS CARTAS DE AMORAMON)
"Meu caro amigo Xavier
Foi com satisfação que recebi sua carta, a qual agradeço e passo a respondê-la:
Toda essa literatura já é do meu conhecimento, pois eu já há 12 anos aproximadamente que estudo os fundamentos da Igreja Mórmon, chegando recentemente à conclusão que o prezado amigo já conhece. Por não haver prova em contrário, continuo com a certeza absoluta na mesma posição anterior, e agora com uma diferença: com A CERTEZA ABSOLUTA.
É sabido que Salt Lake City através desses 150 anos aproximadamente vem desesperadamente usando todos os meios possíveis e envidando todos os esforços para fazer crer ao mundo a veracidade da Igreja. Eles jamais conseguirão o que tanto desejam, porque simplesmente as provas não existem.
A Igreja Mórmon me lembra muito e é muito parecida com o fundador da Igreja de Cientologia - sr. L. Ron Hubbard (1911-1986). Ele faleceu em janeiro deste ano, e pela ocasião da sua prisão, ele pronunciou uma frase que mostrou ser profética:
"Se alguém quiser fazer um milhão, que funde sua própria religião"
Foi exatamente isso que o Joseph Smith fez, depois de ter tentado uma série de modos de vida sem sucesso. Ver a revista Planeta No- 163. Aliás os Estados Unidos são bastante pródigos em Igrejas desse tipo, falsos profetas e vigaristas religiosos.
Lamento você ter perdido seu tempo, mas morrerei acreditando só em Deus e nada mais. Se algum dia você chegar ao meu estado de espírito, você reconhecerá que trabalhou bem, mas sob uma falsa doutrina. Me admira muito, você uma pessoa de certo nível intelectual (um oficial) e acreditar em tanta tolice. Isso também não é para admirar, porque quando o indivíduo chega a um certo grau de fanatismo, ele passa a ser outra pessoa, totalmente diferente da realidade. Estou lhe dizendo isso porque sou seu amigo, e vejo que você atualmente não é você anteriormente.
Se o próprio Jesus Cristo lhe aparecesse em pessoa e lhe anunciasse que a Igreja Mórmon é falsa, mesmo assim você continuaria nela. Digo que sua reação seria esta, porque devido ao seu estado mental e emocional não poderia ser outra.
O objetivo desta minha carta é simplesmente lhe dar minha opinião sobre a veracidade da Igreja Mórmon e mais nada.
Reconheço no mormonismo algumas coisas úteis que eu aproveito, mas sua essência é aquilo que você já sabe.
Você sabia que existem 4 tipos de mórmons?
1o- Os que não acreditam, mas dizem acreditar (os hipócritas)
2o- Os que não acreditam, mas juram acreditar com o propósito de aproveitar das vantagens, materiais que a Igreja oferece (aproveitadores)
3o- Os que acreditam realmente e crêem em tudo que lhes dizem na Igreja (estes são os verdadeiros mórmons, só existem uns 20 por cento)
4o- Os que realmente não acreditam e têm a coragem de dizer o que sentem porque detestam a hipocrisia. Eu estou enquadrado nesta categoria.
Continue escrevendo, sua correspondência será sempre bem vinda. Não pretendia escrever tanto, mas o tipo da sua carta o exigia.
Cumprimentos para todos os irmãos da ala do Jardim Botânico."
A RESPOSTA DO IRMÃO XAVIER:
21 de abril de 1986
Escrevo numa data histórica e espero que esta carta seja também histórica no nosso relacionamento.
"Que nos venha a liberdade, ainda que tardia."
Você tem sido para mim um caso especial e um moto de progresso. Aliás, cada indivíduo, é um universo. Não há impressões digitais iguais nem também mentes iguais em qualquer parte.
Algumas coisas que escreveu na última carta ajudaram-me bastante para aprofundar as reflexões. Especialmente sobre a variedade de atitudes dos homens diante da I.J.C.S.U.D.
Passo a considerar as mais significativas:
Os mórmons que acreditam na mensagem, baseando-se nas palavras e literatura daqueles que são favoráveis à Igreja, estão em posição tão insegura quanto os que não acreditam, baseando-se nas palavras e literatura dos que são contra. Tanto uns
quanto outros não sabem, apenas crêem numa ou noutra coisa.
Meu caro amigo, por mais que eu tenha insistido na tecla ainda não consegui transmitir o tom da melodia que tenho em mente. Mas, pelo Senhor Jesus Cristo, desta vez vou conseguir!
Se o mormonismo for o verdadeiro cristianismo como prega; exatamente como no cristianismo do meridiano dos tempos e no da mais remota idade, ninguém poderá sabê-lo com o tipo de atitude que você assumiu em relação a ele: - pretender obter
provas segundo os homens. Deus não opera dessa forma, Sua verdade é propriedade exclusiva e não pode ser provada por argumentos humanos, quer de cientistas quer de profetas.
Entenda meu amigo, Ele determinou que isso seria feito pelo testemunho do Seu Espírito.
"Bem aventurado és Simão, filho de Jonas, porque quem t'o revelou não foi carne e sangue, mas meu Pai que está no céu."
Teologicamente falando, é pueril exigir as comprovações da carne e do sangue para o que Deus pôs acima deles.
Você se ufana de só acreditar em Deus. Mas, ocorre que acreditar é uma coisa bem diversa de compreender sua mente (passo a passo). Isso é muito mais sério e importante; o apóstolo Paulo compreendia muito bem as duas naturezas de mentes, a natural e a espiritual. Ele ensinou com autoridade e conhecimento de causa, que o homem natural não compreende as coisas do espírito de Deus porque elas se discernem espiritualmente... que o homem espiritual, porém, julga (bem) todas as coisas e não pode ser superado em julgamento por ninguém, porque possui a mente de Cristo (pelo dom do Espírito Santo - que compreende todas as coisas porque sonda as profundezas da mente do Senhor).
Crer em Deus é um bom passo na senda da salvação, mas é essencial continuar progredindo, aderindo de corpo e alma à Sua causa, através de submeter-se ao Seu sistema de trabalho.
É vã a palavra do homem que declara amá-lo quando trabalha contra Ele... mesmo inconscientemente.
É possível crer sem saber, mas é impossível saber sem antes crer. Porque Deus não o permite.
As provas humanas terão poder, no máximo, para permitir que creiamos ou não creiamos, o crer é um degrau abaixo do saber. Muitos que apenas alcançaram o dom de crer pensam, por isso, já ter alcançado o do saber. Não compreendem que estão tomando por saber aquilo que vem do seu intimo ou do íntimo alheio. Não entendem que o saber só lhes pode vir quando comunicado desde o íntimo de Deus pelo poder do Seu Espírito.
Por não O buscarem para obter a certeza real, acabam por alienar o Espírito do processo e inconscientemente, negam o Seu poder. Seu julgamento natural passa a ser outro Deus pagão ... que perecerá na babilônia.
 

 Só os que alcançaram o dom de saber conseguirão julgar com justiça essas coisas.
Para sabermos, é preciso que Deus consinta.
É óbvio que Ele ainda não consentiu que você soubesse que o mormonismo é o verdadeiro cristianismo. Ao desprezar o dom de crer que Ele lhe ofertou, você desceu de volta ao degrau inferior onde esteve por tantos anos... é uma terrível atração que precisa vencer.
Isso lhe aconteceu, porque deixou novamente que a dialética humana agisse poderosamente sobre a sua mente e produzisse o efeito de pensar que sabe que o mormonismo é uma fraude. Com tal atitude mental, o resultado só poderia ser este que desenvolveu: Confiar mais no Planeta (revista) que nas Escrituras.
Quando você declara saber com certeza absoluta pelo seu processo racionalista, nem percebe com isso estar contrariando toda dialética da própria escola que adotou. Pois ela ensina que nosso racionalismo não pode alcançar as certezas absolutas - com o que concordo plenamente.
O absoluto pertence ao Espírito...  ou Ele se manifesta ou a certeza do homem nas coisas de Deus não passa de treva. Portanto, eu agora afirmo solene e humilde:
Não estou mais no degrau de crer apenas, subi para o degrau do saber que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a única verdadeira.
Realmente é como você escreveu: A Igreja vem envidando todo esforço para fazer os homens crerem que a obra é verdadeira, mas nunca conseguiram ou conseguirão provar.
É exatamente isso! Toda a Igreja concorda com você!
Se quaisquer de nós estivéssemos tentando provar essas coisas com nosso meios naturais (palavras e literatura), não teríamos entendimento das escrituras e muito menos da mente do Senhor.
Estaríamos tentando exorbitar do nosso chamado, que não passa de envidarmos todo nosso esforço no sentido de fazer crer .... para o Espírito de Deus poder operar o seu sistema de fazer saber.
 
 

 Fazer crer é a tarefa da Igreja, fazer saber é reservado a Deus pelo Espirito Santo.
Em contrapartida, os inimigos usam todas as formas de argumentação para convencer os homens da falsa idéia de que sabem ser falsa a mensagem da Restauração.
Ambas as dialéticas têm atuação poderosa diante da fragilidade humana, e são úteis para conduzir os homens que buscam sinceramente, a um estado de dúvida sã, que possa dar-lhes o entendimento de que não é possível julgar as coisas de Deus por si sós,  e pelo conhecimento natural do homem; que é preciso apelar a Deus para que lhes dê aquela sabedoria superior, que a opinião racionalista jamais poderá dar... Como os humildes sempre fizeram.
Você está muito certo quando diz que no meu estado atual, mesmo que o Senhor Jesus Cristo me aparecesse declarando ser falsa a Igreja eu não acreditaria.
É verdade! O mesmo aconteceria com todo aquele que houvesse experimentado a visitação de fogo do Espírito que Dele dá o testemunho legal segundo as escrituras. Para esses, e só esses, seria mais fácil duvidar da veracidade da aparição exterior, do que daquela experiência interior muito mais marcante, convincente e sobretudo legal.
 Se a aparição porem viesse acompanhada do testemunho de fogo e me dissesse que a Igreja era falsa; então, tudo estaria perdido para mim e toda humanidade...nosso Deus seria mutável, inconstante, confuso. Teria prestado dois testemunhos antagônicos.
Realmente caro amigo, Deus cruzou nossos caminhos para que fizéssemos algo de bom um pelo outro. Você não avalia quanto o fez por mim ao abrir-me sua mente. Você fez-me ver muito melhor, quão forte é minha posição, quão consistente é meu testemunho e quão valioso é meu conhecimento no Senhor.
Espero que possa aproveitar de mim o que aproveitei de você.
Para mim, nosso relacionamento produziu mais luz. Nesse aspecto, bendita seja a oposição.
Assim, a escritura ensina que ninguém pode dizer com verdadeiro conhecimento de causa que Jesus é o Cristo,. a não ser pelo testemunho do Espírito Santo.
 
 

 Quem o afirma por simples crença, não pode dizer que sabe sem estar mentindo. sua capacidade de dizer não é autoridade, é tão válida quanto a afirmação dos que dizem ser Jesus apenas um grande filósofo, que não ressuscitou ou que não é filho literal de Deus.
Quem recebe esse testemunho pelo Espírito, passa do crer ao saber, mas só o sabe para si mesmo. Não pode transmitir esse saber para outro. só dessa maneira Deus poderia manter selado tal conhecimento. Para concedê-lo por Seu critério aos que fizerem jus, ao se apresentarem com espírito contrito e coração quebrantado na fé que Ele aprova.
Você fez uma boa classificação para enquadrar os membros da Igreja. Apenas não usou a categoria número 5 - a dos que sabem. Dessa forma, demonstrou ter ótimo espírito observação dentro dos limites que alcançou. Mas não pôde chegar à quinta categoria...simplesmente porque não lhe foi permitido subir esse degrau e não sabe que ele existe.
"E haverá entre eles quem nela não creia, por mais que faça o homem por declara-la." 3 Nefi 21:9
Prezado amigo, volte a subir o degrau do crer e peça a Deus humildemente que o leve ao do saber...
"O Espírito encerra a minha fala e eu me lamento por causa da incredulidade...ignorância e obstinação dos homens, pois que não procuram o saber, nem entendem o grande entendimento quando lhes é dado claramente, sim tão simples quanto possível." 3 Nefi 32:7
Querido amigo não permita que Deus se veja obrigado a enquadrá-lo em nenhuma dessas escrituras que nos deu.
 Por favor, não esqueça de perguntar a Deus se escrevi movido pelo espírito de fanatismo ou na clareza que a Ele deleita.
 P.S.  Devo concordar com você e com o Sr. L. Ron Hubbard.
Se as falsas religiões têm poder para fabricar milhões quão maior poder terá a verdadeira para fazê-lo. E está fazendo agora ... pois o Reino Milenar de Cristo não será edificado sem a consagração do povo santo. Se seu embrião já é rico com o dízimo, quão mais rico será quando for desenvolvido o poder da consagração!
É evidente que as falsas igrejas devem proliferar em torno da verdadeira. Será mais autêntico o valor dos que optarem pela escolha certa. E os que se omitirem, também, terão exercido escolha... e muito mal.
Quem, pois, se poderá furtar ao teste?
Se estivermos sempre procurando ver a imagem da Igreja pelos reflexos do joio que dela se fez parte e cresce junto com o trigo, acabaremos por perder a perspectiva do seu fundador e atribuí-la ao destruidor. Mas se a virmos pelos reflexos do trigo viçoso que nela está, saberemos que o joio será extirpado, atado e queimado no devido tempo do Senhor... só o trigo será aproveitado.
O CONTATO 8
(Este contato não foi respondido por nós, os missionários, mas sim pelo Dr. Amoramon, que nos acompanhou; embora o padre haja se dirigido a nós principalmente. Talvez por julgar-nos mais moldáveis do que o Dr. nas suas cãs)
O LONGO DISCURSO INTRODUTÓRIO DO PADRE CATÓLICO
O PADRE CATÓLICO: - Como vocês podem ver, meus jovens, o catolicismo evoluiu muito, na maneira de lidar com a sociedade como um todo. Hoje, estamos mais próximos de todas as camadas sociais, compreendendo-as e fazendo-nos compreender; integrando nossos esforços para resolver, junto aos governantes, os problemas sócio-econômicos nacionais e internacionais; buscando soluções práticas para resolvê-los. O Papa João Paulo II tem percorrido o mundo, levando o evangelho de Cristo às multidões e chamando ao arrependimento os grandes da terra, para que se unam a nós neste esforço restaurador, único capaz de trazer a paz e a prosperidade à humanidade.
Vocês, também, já consideraram nosso esforço ecumênico?
Já levaram em conta a aproximação que conseguimos com os ortodoxos?
Não vêem nisso aquela grande restauração anunciada por Pedro em Atos 3:19-23? O grande retorno dos dispersos para o seio da Igreja Mãe, para que ela obtenha novamente o governo sobre as nações, como aconteceu no século XII? Naquele tempo, ela era obedecida pelos reis cristãos da terra; ela dirigia o destino dos povos.
Em face desses fatos, não lhes parece que a restauração que vocês pregam é inteiramente improcedente, porque desnecessária? .
Percebem que o trabalho tentado fazer por vocês será eclipsado pelo nosso?
Vejam mais esta evidência: Somos hoje no mundo, quase um bilhão de católicos; nosso esforço ecumênico nos unirá em propósito às maiores organizações religiosas e filantrópicas do mundo. Isso resultará em constituirmos um exército enorme e eficiente, para levar nossa mensagem aos bilhões de seres humanos que ainda não conhecem nosso Salvador.
Não seria melhor que vocês também se unissem a nós nesse mesmo esforço, em vez de desgastar-se nesta aventura sem respaldo, em que estão desperdiçando suas vidas e sua fé em Cristo?
Por que combater nossa doutrina, em vez de procurar compreende-la no que lhes for possível, e aceitar seus mistérios como pontos de fé?
 

DR. AMORAMON: - Padre, peço licença para responder pelos missionários. Eles não estão preparados para responder com muitos detalhes, a todas as questões levantadas pelas inúmeras denominações que têm contato, através das pessoas que encontram. A mensagem dos missionários deve ser simples e direta.
Eles não são enviados para falar muitas palavras; mas, aquelas que levam às pessoas, serão testemunhadas pelo Espírito Santo aos seus corações; simplesmente, se usarem de sinceridade diante de Deus, ao perguntar-Lhe se elas não são verdadeiras.
A POSIÇÃO DO DR. AMORAMON
Foram muitas as frentes que o Sr. levantou, ao fazer o seu discurso. Agradeço pela franqueza que usou para conosco, pois, ela nos porá à vontade para usar da mesma franqueza ao fazermos nosso discurso, ou réplica se preferir.
A mente das pessoas deste século, tornou-se por demais complicada. Para as coisas da religião, assumiu atitude rotineira; tornou-se apática, alheia ao espírito de busca da verdade. Acomodada às tradições herdadas, deixou-se cercar por uma
muralha de tradições erradas e desinformação. Por isso, muitas vezes é necessário usar um verdadeiro aríete de palavras, para tentar ir demolindo gradualmente essa grossa muralha. Até que a pessoa possa enxergar um pouco mais longe, com os olhos da mente, a veracidade do que comunicamos.
Veja padre. o seu discurso, do começo ao fim, revela a muralha de desinformação que o Sr. deixou construírem em torno de si; e também a convicção com que se empenha em ajudar a erguê-la em volta de outras vítimas como o Sr.. Por favor, não se ofenda, estamos usando da mesma franqueza que usou para conosco.
Vou tentar analisar e responder organizadamente ao seu discurso, e com a maior objetividade possível.
Realmente, podemos dizer que o catolicismo sempre procurou moldar-se ao gosto das gerações que passam. Sempre esteve perto das classes que no mundo, demonstraram ter poder sobre as massas.
A história secular e eclesiástica provam indisputavelmente que o impulso inicial do catolicismo, foi dado por um poderoso do mundo, o rei Constantino, no quarto século. Ele agiu por interesse político, em proteção de uma igreja que já era muito mais romana do que cristã. Tanto prova, que o monarca fez-se o cabeça da igreja, sem nem mesmo ser batizado e, praticou grossa blasfêmia ao nomear seus oficiais eclesiásticos.
A partir desses dias, até o final do século quinze, desenvolveu-se o poder espiritual e a influência do catolicismo em todo o mundo, culminando esse poder entre os séculos dez e quinze; tendo o seu ápice entre os séculos doze e treze.
Foi exatamente esse período, de seis séculos de hegemonia do catolicismo, que os historiadores seculares denominaram "a idade negra". Foi um tempo de morte para as letras, a arte, as ciências; foi quando o analfabetismo era quase geral em todo o mundo.
Não posso estender-me mais sobre esse período agora, mas peço que examine um pequeno extrato que lhe darei ao terminar minha explanação.
O PADRE: Pelo visto, o Sr, só pretende focalizar os erros humanos que existem em qualquer igreja, em vez de focalizar as obras dos santos católicos que viveram nesse enorme período. Pretende com isso destruir a obra de Cristo e dos seus santos?
DR. AMORAMON: De forma alguma, padre. Uma igreja deve ser julgada é pelo comportamento de sua liderança inspirada. Se ela bebe do Espírito de Deus, suas obras são justas, verdadeiras, edificantes. Se ela bebe apenas do espírito dos eruditos do mundo, ela é boa para os sábios segundo o mundo, e o povo acostuma-se a aceitá-la, por confiar neles ou por simples comodidade e conformismo. O pior, porém, acontece quando ela bebe do espírito maligno, através de sua liderança "inspirada". Aí vem o resultado terrível que vimos anteriormente.
Quanto aos santos que citou, pelo seu próprio cognome - "santos", o que significa separados do mundo, darei a resposta:
Eles eram separados das obras da igreja do mundo, pelo Espírito de Deus, que a tudo sonda e compreende. De fato, eles pertenciam a Deus não à Igreja Católica, mancomunada com rei Constantino, na destruição que ela fez da verdadeira Igreja de Jesus Cristo.
Não pretendo destruir o que Cristo fundou, pois isso o catolicismo já o fez há aproximadamente mil e setecentos anos. . .
Quando a iniqüidade da igreja atingiu o máximo, aconteceu o movimento conhecido como a Reforma. O resultado foi a divisão e subdivisão do poder vociferante do catolicismo,  e determinando o declínio da influência que ele exercia sobre tudo e todos.
No pensamento dos doutores católicos, foi esse   movimento de Lutero o que deu origem à apostasia anunciada pelo apóstolo Paulo. No seu falho julgamento, o "avô" da apostasia foi o bispo de Constantinopla, e os pais, os reformadores do século dezesseis. Mais tarde vieram os "tios", da Igreja Anglicana, encabeçados por Henrique VIII.
Agora, então, de acordo com a visão católica, o movimento ecumênico está inaugurando o tempo da restauração de todas as coisas, anunciada pelo apóstolo Pedro em Atos 3:19-23.
Entra a seguir o caro padre, com sua matemática esmagadora: um bilhão que se junta a outros bilhões, enquanto nós, mal chegamos a oito milhões (em 1998)
Prezado Padre: vou demonstrar ao Sr. quão longe da verdade está essa interpretação:
Naturalmente, os líderes do  catolicismo da era moderna deveriam encontrar uma explicação para palavras tão contundentes, enunciadas pelos dois proeminentes apóstolos da Igreja primitiva, Pedro e Paulo.
 Se teria que haver indubitavelmente uma apostasia, os teólogos católicos deveriam encontrar uma; qualquer que fosse, desde que o estigma não caísse sobre eles mesmos.
 Para tal, a reforma de Lutero foi um prato feito, era só servir. O Sr. está tentando servi-lo a nós.
Pelo menos, já temos aí um ponto de concordância: A Igreja fundada por Cristo sofreria uma apostasia. Resta porém, determinar quem personificaria essa apostasia.  Quando ela aconteceu? .
A ATITUDE DOS PODEROSOS DO MUNDO PARA COM CRISTO
Atente para este fato: A Igreja fundada por Cristo, jamais teve poder ou influência sobre os reis da terra. Pelo contrário, até ao terceiro século, foi abertamente perseguida e marginalizada. Já no primeiro século, entre 44 D.C. e 96 D.C., quinze dos que foram chamados ao apostolado, foram martirizados, excetuando João, que foi banido para a ilha de Patmos. Foi quando aconteceu um fato altamente significativo. Mas que tem passado despercebido pelos estudiosos da História Eclesiástica :
 A última revelação do Novo Testamento, o Apocalipse, foi dada por Cristo ao apóstolo João, já banido em Patmos por Roma. Nesse tempo, os sucessivos cabeças da igreja romana  foram Linus, Cletus e Clemente.
Por que o Senhor não deu a nenhum deles a revelação?
Não é difícil concluir que o Senhor não reconhecia mais a igreja que se instalou em Roma como a Sua Igreja.
Agora, olhe para a saga  da igreja romana. Ela teve poder quase total sobre o mundo, e hoje continua gozando do apoio de presidentes e governadores.
Mas por que meios ela desenvolveu o seu poder e as suas posses? Foi pela justiça do evangelho, pregada aos poderosos; ou foi por fraude, conspiração, homicídio, confisco, e todas as armas da malignidade? Não foram todas essas coisas que incorporaram a ela posses de terras, e tesouros de toda natureza?
O Sr. não precisa responder porque os historiadores já o fizeram.
O PADRE: Isso são coisas de um passado muito remoto, a Igreja mudou muito desde aqueles dias. Vejam o exemplo dado por Pio XII, João XXIII, Paulo VI e modernamente João Paulo II. Que grande participação eles tiveram na busca de soluções para os problemas mundiais nestes nossos dias tormentosos!
A CONSOLIDAÇÃO ECONÔMICA MODERNA DO CATOLICISMO
DR. AMORAMON: Infelizmente devo lembrá-lo de que estamos falando de apostasia, por isso, não podemos deixar de nos referir ao passado. Mas, para satisfazê-lo, falarei de um passado mais recente. Vou referir-me ao Tratado de Latrão:
 Em 1929, o ditador Benito Mussolini realizou uma manobra diplomática que faria dele na Itália um moderno Constantino. Entregou ao Papa Pio XI um cheque de oitenta e sete milhões de dólares e uma escritura de quatrocentos e quarenta mil metros quadrados em Roma, que deu nascimento ao Estado de Vaticano.
A capital mundial do catolicismo, nasceu da "generosidade" do Partido Fascista Italiano, pelas mãos de um ditador oportunista que em breve ajudaria Hitler a lançar o mundo na Segunda Guerra Mundial. Sem falar no morticínio pavoroso que realizou na Abissínia. O cardeal Pietro Gasparri foi designado para servir de intermediário entre a Santa Sé e o fascismo.
O modus vivendi foi sacramentado pelo Tratado de Latrão. Assim, Mussolini comprou a consciência do papa Pio XI, com terras, dinheiro e promessas de apoio político.
Realmente, é como o Sr. disse no seu discurso: "... O catolicismo evoluiu muito na maneira de lidar com a sociedade como um todo..." .
A Igreja Católica encontrou a maneira de conviver com o fascismo corruptor e despótico de Mussolini, e depois com o nazismo; no entanto, não foi molestado também pelas potências ocidentais, nem mesmo em face dos terríveis conflitos da segunda Guerra Mundial.
Os poderosos do mundo respeitaram a capital espiritual da Igreja Mãe, como o Sr. a chama; porque, com exceção dos japoneses, os exércitos envolvidos eram constituídos de cristãos; formados em grande parte na escola do catolicismo e do protestantismo... a Mãe e suas Filhas rebeldes. Sobre elas, Jesus Cristo fez uma analogia pesada no Livro do Apocalipse, a qual preferimos não citar.
O PADRE: Entendo muito bem a que metáforas o Sr. se refere, e tenta associar a nós. Nesse caso, por que também não se inclui nelas?
Alguns anos atrás, já ouvi estatísticas declaradas por líderes mórmons, dizendo que a maioria dos membros convertidos ao mormonismo, são oriundos da minha Igreja. Na época, diziam ser de trinta e cinco mil por ano. Por que então não considerar que vocês também são daquelas filhas do catolicismo?
DR. AMORAMON: Que excelente entrada o Sr. deu, padre! Que grande oportunidade nos deu para mostrar nossa verdadeira posição!
Asseguro-lhe que responderei plenamente a essa sua oportuníssima réplica, mas o farei no decorrer da exposição, não agora imediatamente. Não quero perder o fio da meada.
Como dizíamos, lá estavam os cristãos de todas as nações em beligerância, matando-se, torturando-se, encarcerando-se; faziam todas essas coisas, em nome do "Cristo" romano, plantado, direta ou indiretamente, nas igrejas de toda a terra.
Tratado de Latrão permitiu que o pequeno estado papal, dentro do Estado Italiano, conseguisse a consolidação econômica, mesmo aos trancos e barrancos.
Antes de ocorrer a unificação da Itália, os papas viviam como senhores feudais. sua economia formou-se inicialmente do rendimento proveniente de intrigas, confiscos e usurpações gerais. Também, em porção significativa, de manobras escusas e falcatruas espirituais, como a venda da indulgência e a doutrina da supererogação. Modernamente, as ações não são tão violentas ou tão claramente discerníveis, mas a corrupção continua a ser  secretamente operada. Os oitenta e sete milhões de dólares doados por Mussolini, foram gradualmente sendo infiltrados; a Igreja tornou-se acionista junto a incontáveis negócios escusos no mundo todo, mas tudo secretamente.
Ultimamente, esses negócios levaram a desfechos trágicos, como os dos banqueiros Michele Sindona e Roberto Calvi, o primeiro foi condenado a vinte e cinco anos de cadeia, o segundo foi encontrado morto, numa ponte em Londres.
Naturalmente, o dinheiro é limpo quando parte das mãos dos fiéis, e há muitas obras cristalinas que são mantidas pelo catolicismo em todo o mundo. Mas o fundamento desse poder, efetivamente, não pode ter vindo de Deus, porque Ele não edifica seu Reino de justiça sobre alicerces de iniqüidade.
Agora sim padre! vamos começar a responder sua última réplica. Vamos apresentar ao Sr. a outra base para comparação, após o que, o Sr. entenderá o porquê de não podermos jamais, em justiça, sermos considerados como daquelas filhas do catolicismo.
A CONSOLIDAÇÃO ECONÔMICA D'A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS S. U.D.
Vamos examinar a forma pela qual foi consolidado o poder econômico d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias:
Em 24 de julho de 1847, o presidente Brigham Young, conduzido por revelação de Deus, entrou no Vale do Lago Salgado com um grupo de 148 pessoas, em busca de consolidar a Igreja na terra.
A 29 de agosto de 1877, depois de dedicar-se a essa consolidação, desde 1832, dentro dos mais dignos princípios de retidão e justiça, ele faleceu.
 De acordo com a História da nossa Igreja, podemos considerar que ela só conseguiu sua consolidação definitiva em 1930, numa árdua luta de século.
Nossa Igreja lutara arduamente por seus direitos diante da federação americana, representada por toda a cristandade do mundo, eivada de desinformação e preconceitos de toda ordem. Até que foi obtido livramento da opressão estatal, e as relações entre a Igreja e o Estado americano foram estabelecidos definitivamente.
Nossa Igreja alcançou sua consolidação do lado ocidental do Atlântico, ao mesmo tempo que o catolicismo ganhava sua capital mundial no lado oriental (1930 e 1929 respectivamente).
Uma, venceu a terrível perseguição do Estado americano, pela retidão,  sofrendo  toda espécie de injustiças. A outra, associou-se por conveniência, conivência e injusta convivência, a um despótico regime. Qual das duas teria agido pelo Espírito de Deus?
Assim, quando o Sr. fala em restauração, onde pretende chegar? Ao puro evangelho de Cristo ou de volta ao poder que o catolicismo exerceu despoticamente sobre as nações antes da reforma de Lutero?
Dizemos isso porque a palavra restauração deve ser entendida como a volta a um estado anterior. Aplicada ao evangelho de Cristo, será entendida como a volta ao estado de pureza  que o Senhor entregou a  Sua Igreja aos seus discípulos; e mais,  a volta àquela mesma condição inicial de rejeição de parte do mundo e suas filosofias, rejeição dos seus verdadeiros princípios, leis e convênios. Ou isso ou não seria uma restauração. Porque o espírito do mundo, representado nas miríades de suas igrejas e filosofias, jamais se harmonizará com a verdadeira doutrina de Cristo. E é exatamente por isso que o mundo está condenado por Deus a sofrer Seus julgamentos nos últimos dias.
Observe o Sr., que no Meridiano dos Tempos, o evangelho de Cristo era desprestigiado pelos reis da terra. Ele não podia ser aplaudido, nem pelos poderosos nem pela grande multidão, porque ele trazia a "incômoda" verdade de Deus, da qual, os homens naturais são inimigos. Portanto, quando houver uma grande multidão aplaudindo um "evangelho", desconfiemos dele.
O TRATAMENTO QUE A CRISTANDADE DEU AO MODERNO PROFETA DE DEUS
Sendo restaurado à terra o verdadeiro evangelho, ele deverá encontrar a mesma má disposição do mundo, manifestada contra ele no ministério de Cristo, pois Ele não mudou...nem mudou o mundo no seu relacionamento com Deus.
É por isso que o mundo, representado por uma turba mascarada, com integrantes da cristandade do mundo e de uma sociedade secreta,   assassinou o profeta Joseph Smith e o patriarca Hyrum Smith em 1844. Enquanto os Papas são por ele prestigiados. É por isso que, entre cerca  de quinhentos prelados que assumiram o trono papal até hoje, foram assassinados, por punhal e veneno, exatamente aqueles que revelaram disposição de corrigir os horrores que reinavam no clero dirigente. Mas eles não foram mortos pelo mundo exterior à igreja romana, e sim pelos seus próprios eclesiásticos - cardeais e jesuítas.
Hoje, a Igreja Romana se foi transformando, pela evolução do seu esposo, o mundo.
A obra social das igrejas, em geral, não está na pauta dessa nossa resposta. Há esforços notáveis e meritórios, que tem o nosso respeito.
A VERDADEIRA DIMENSÃO DO EVANGELHO
Mas o verdadeiro evangelho de Cristo é muito, muito mais do que todas essas obras sociais, do mundo.
Ele é um sistema de governo, primeiro planetário e depois universal, sua ação abarca a mortalidade e a imortalidade; a terra física, o mundo dos espíritos e o mundo pós ressurreição. É o único sistema capaz de transformar o mundo todo numa grande obra social, econômica, cultural e espiritual. Ele não é apenas um acanhado sistema de esforços isolados, de comunidades religiosas e de indivíduos filantropos, os quais são uma gota insignificante no oceano de carências mundiais, de injustiça, miséria e fome.
O evangelho de Cristo não é aparência de religiosidade, ele é poder de transformação planetária por autêntica mudança espiritual do indivíduo; ele não é dedicação parcial ou rotineira, é vivência permanente, entrega integral, em espírito de consagração, ao Governo revelado por Deus para dirigir a sociedade planetária no sétimo milênio, e complementar o Plano de Salvação, tanto para os vivos quanto para os mortos.
O catolicismo, junto com todos os que se unirem a ele, jamais poderão viver essa plenitude do evangelho; porque não saberão como fazê-lo; pois, somente a revelação de Deus traz o conhecimento total e a capacidade para realizar essa obra, em cada uma das dispensações do evangelho ao mundo.
Por todas as coisas aqui expostas é que não podemos aceitar seu convite - o ecumenismo convocado pelo mundo. E já provamos que o catolicismo é religião do mundo, não faz parte dos planos de Deus.
O convite de Deus ao "ecumenismo" só tem uma direção:  É a fé no verdadeiro  Cristo,   arrependimento, batismo, confirmação e dom do Espírito Santo. O único caminho é se tornar membro d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ela é aquela pedra que se desloca da montanha sem intervenção de mão humana, e que atingindo a estátua (símbolo dos poderes do mundo) no seu ponto de apoio, tritura-o na base; fazendo vir abaixo toda aquela atemorizante estrutura; reduzindo-a a migalhas levadas pelo vento e desaparecendo como  a poeira.
O CUMPRIMENTO DA PROFECIA DE DANIEL
Mas aquela pedra deslocada, inicialmente pequena, acaba por transformar-se numa grande montanha e ocupar toda a terra.
Caro padre, peço que examine Daniel 2:26-45,considere o nosso discurso, e diga, das duas igrejas, qual é a que personifica a pedra do sonho do rei Nabucodonosor? Qual das duas personifica a apostasia profetizada por Paulo, e qual delas identifica-se com a restauração de todas as coisas predita por Pedro?
O Sr. talvez ache estranho o fato de nos referirmos apenas às nossas duas igrejas, quando há milhares delas em toda a terra. Mas, o fato a compreender é que: se há uma Igreja verdadeira, todas as demais são falsas; se a Igreja mãe, a única que reivindica estar na linha do sacerdócio de Deus, for falsa, todas as demais, suas filhas ou não, estão fora de qualquer cogitação.
POR QUE O LIVRO DE MÓRMON DIZ HAVER APENAS DUAS IGREJAS?
É por isso que o Livro de Mórmon nos ensina que há apenas duas igrejas, a do Cordeiro de Deus e a do Mundo; quem não pertencer à Igreja do Cordeiro, pertencerá â Igreja do Mundo.
Ora, se a Igreja do Mundo opõe-se à do Cordeiro, e luta contra Ele por adeptos, a quem pertence a primeira?
Deus diz (no Livro de Mórmon) que ela pertence ao diabo, estará Ele errado no seu raciocínio circular?
O PADRE: Essas suas palavras são muito duras, permita-me dizer que sua franqueza, agora, foi além do que se pode classificar como virtude. De forma circular, da mesma forma, o Sr. está insinuando que eu sou um ministro do diabo e o meu rebanho é constituído de demônios: O Espírito de Deus não ensinaria tal barbaridade, e quem a ensina não pode ser Dele.
DR. AMORAMON: Eu daria ao Sr. plena razão, caso fosse correta essa interpretação que deu às minhas palavras. Sim,  eu teria falado pelo espírito do diabo. Deus define o diabo como o pai das mentiras, quando comparado a Ele, o Pai da Verdade. Assim, o papel do diabo é lançar cortinas de mentiras;  o de Deus é mostrar a Verdade. Quem adere à Igreja Verdadeira, age conscientemente, porque sua intenção é obedecer a Deus; quem o fizer inconscientemente, em verdade não entrou para a Igreja.
Agora, observe bem: quem entra para uma igreja de cultos satânicos, sabe conscientemente que tornou-se adepto do diabo, sua clara intenção é servi-lo. Falamos aqui daqueles cultos escandalosos, que não deixam sombra de dúvida sobre o seu mentor.
Há outro caso porém: quando os cultos são falsos, mas bem mais sutis, estudados, modificados, adaptados às circunstâncias, de forma a atrair os espíritos mais refinados e devotos.
É possível que excelentes filhos de Deus adiram inconscientemente às igrejas falsas, na firme intenção de servir à Deus. Ele sabe disso e envia-lhes a verdade para que possam superar o inimigo, o qual, os detém com seus sistemas falsos. Deus não manda pregar o evangelho a demônios, mas aos seus filhos vitimados por eles. Quem vitima aos filhos de Deus é a doutrina do Demônio, o Sr. é um filho amado por Deus, bem como toda a sua congregação.
Essa é uma parte um tanto difícil de interpretar corretamente da leitura do Livro de Mórmon, quando Deus ensina que só há duas igrejas, a de Deus e a do Demônio, e que, quem não pertencer à de Deus, pertencerá à do Demônio.
Além do mais, caro padre, se o Sr. julga que a sua Igreja é a Igreja verdadeira de Jesus Cristo, e nós não pertencemos a ela, a que espírito estaremos servindo?
O seu dever é levar-nos para onde julga estar a salvação, se puder. Se o Sr. não nos julga como sendo demônios, de que forma pensar que nós assim o julgamos?
O PADRE: Aceito sua explicação. Reconheço que o interpretei mal. Porém, o Sr. deve reconhecer também que seu discurso foi por demais duro, e muito difícil para um católico suportar até o fim, sem sentir-se ofendido, aborrecido ou molestado. O Sr. acusou nossa liderança de praticar grossa iniqüidade, século após século, do remoto passado ao quase presente, em Pio XI.
Ora, parece que o Sr. esqueceu da terrível iniqüidade   praticada pela Igreja Mórmon no século passado, na execrável poligamia, abraçada pela liderança.
 Se nós não somos a Igreja de Jesus Cristo verdadeira, devido àquela antiga liderança, de que forma vocês se poderiam qualificar como sendo, com seus líderes polígamos?
DR. AMORAMON: Reconheço que meu discurso foi duro. Mas se o foi, não se deu pela dureza do meu coração, mas pelas questões que o Sr. mesmo levantou; elas dispararam o canhão da verdade.
Agora, o Sr, novamente levantou uma questão grandemente desafiadora. Ela exige uma resposta a altura, que certamente ofenderá ainda mais a quem não estiver preparado.
Isso faz-me lembrar das palavras que Cristo ouviu dos discípulos, quando ensinou os símbolos do pão e do vinho sacramentais, em João 6.51-60:  "Duras são essas palavras, quem as pode ouvir?"
É curioso, aqueles que iriam seguir a Cristo suportaram-nas bem!
 A POLIGAMIA E O CELIBATO NA BALANÇA
O PADRE: Não creio que o Sr. sequer possa se defender de tal conivência com os pais da poligamia mórmon. Muito menos poderá justificá-los e, quanto a esse assunto, ainda menos argumentos terá para diminuir a grandeza do catolicismo, no testemunho do seu celibato, em diametral oposição à poligamia.
DR. AMORAMON: Já esperávamos que o Sr. guardasse sua "melhor munição" para a descarga final. Ao esgotá-la, se não formos abatidos, então seu poder estará exaurido e nossa marcha prosseguirá. .
Para começar a responder-lhe, queremos declarar que aceitaremos plenamente que a liderança pioneira da nossa Igreja tenha cometido essa grossa iniqüidade, ao adotar o casamento plural ou poligâmico, como queira chama-lo.
 Mas, para isso, impomos uma pequena condição: Alguém deve provar a nós, que o acontecido neste mesmo planeta, desde o ministério de Abraão ao desaparecimento de Moisés, período de aproximadamente 576 anos; em que também viveram Isaque e Jacó, todos eles diletos homens de Deus; repetimos, alguém terá que provar a nós a iniqüidade cometida por eles, ao receberem muitas esposas e concubinas; uma vez que elas lhes foram dadas por Deus;  por lermos nas escrituras que tiveram Seu beneplácito; ou por estar explicitamente declarado que elas foram dadas a Saul, David e Salomão pelas mãos dos profetas Samuel e Natam.
Quem disser que aqueles homens cometeram iniqüidade, tendo eles cumprido a vontade de Deus no assunto de múltiplas esposas, a quem estará acusando, além do Mandante?
 Seria sem dúvida grossa iniqüidade deles, se Deus não os houvesse mandado. Mas qual o crente das escrituras que poderia sequer pensar em tal possibilidade?
Ah! Já ouvimos muitos dizerem: os desígnios de Deus são impenetráveis; suas razões são mais altas que as nossas; não podemos entendê-las todas.
Ora muito bem! Então, por que tão apressadamente julgam e condenam nossos líderes? Com que autoridade afirmam que Deus não os mandou?
Podemos conhecer e compreender os propósitos de Deus de duas formas, inapelavelmente únicas: a primeira é que Ele os revele, a segunda é que nós acreditemos que Ele o fez depois de obter um testemunho. Acreditar no que Ele não fez ou não acreditar no que efetivamente fez, não nos levará a conhecimento algum.
Veja o Sr. padre, os propósitos que Deus revelou ao mundo modernamente, no concernente àqueles polígamos das escrituras do Velho Testamento, e o esclarecimento que fez, ao declarar assim ter agido, desde o princípio da Criação até agora (1832):
"Abraão recebeu concubinas, e elas lhe geraram filhos; e foi-lhe imputado como justiça, porque elas lhe foram dadas e ele obedeceu a minha lei; assim também, Isaque e Jacó nada mais fizeram do que as coisas que foram mandadas...Davi também recebeu muitas esposas e concubinas, assim como Salomão e Moisés, meus servos, e muitos outros dos meus servos, desde o princípio da criação ATÉ AGORA; e em nada pecaram, a não ser naquilo que não receberam de mim."
Caro padre, o Sr. falou na grandeza do celibato, em contraposição à poligamia, na sua "iniquidade". No entanto, o Sr. vê nas escrituras bíblicas a poligamia divinamente instituída como mandamento, nas circunstâncias que Deus vê necessidade de instituí-la. Não lhe parece que a iniqüidade reside é em praticar o celibato, o qual, Ele jamais mandou?
Não percebe o Sr, a terrível inversão da palavra de Deus?
Não consegue enxergar que Deus sanciona o que o Sr. veta, e veta o que o Sr. sanciona?
Assim como, um dos nossos profetas disse sabiamente que o maior milagre de Deus é mudar (para a luz) o coração dos homens, eu, o Dr. Amoramon, o parodio dizendo: O maior milagre de satanás é impedir que o homem enxergue a luz de Deus ... e, quando ele a vê, induzi-lo a fugir dela.
O CATOLICISMO E AS SUAS INVERSÕES
O número de inversões completas que o catolicismo faz da palavra de Deus é muito grande. Para exemplificar, enumeraremos algumas delas ao final. São tão clamorosas, que se tornam um testemunho perfeito de nossa paródia - É um milagre satânico portentoso, o fato de que um grande número de filhos de Deus, que nascem com sua luz interior, não sejam capazes de discernir tão clamorosas inversões, e acabem por obedecer ao Mentiroso.
O PADRE: O Sr. é o maior inimigo do catolicismo que eu jamais encontrei. Nesses poucos minutos de conversa, o que fez foi investir contra nossa fé e nossa doutrina. Afinal, o Sr, demonstra pensar que nada do que temos realizado tenha qualquer valor. É muito curiosa essa sua capacidade de inverter as coisas, para condenar o catolicismo e justificar o mormonismo.
Além do mais, que bem resultaria para o mundo, se a poligamia dos mórmons fosse permitida continuar, da parte da Federação americana?
DR. AMORAMON: Realmente, padre! Eu me ufano de ser o maior inimigo do catolicismo. Exatamente porque sou o maior amigo dos católicos!
Cristo é o maior amigo dos homens, exatamente porque é o maior inimigo do pai das mentiras. Ele não combatia os homens, senão as doutrinas que os contaminavam e diminuíam seus status como filhos de Deus.
Eu não declarei sem valor as boas obras que tenham realizado, quer os católicos quer  qualquer outra denominação religiosa. Mas, cada obra tem seu próprio mérito, alcance e propósito.
Para o propósito de alcançar a vida eterna, qualquer obra, por melhor que seja aos olhos dos homens, não presta; se ela não obedecer a ordem, as ordenanças, os princípios e convênios estabelecidos por Deus. Porque não é Ele que se deverá moldar aos filhos, mas os filhos ao Pai.
Quanto à minha capacidade de inverter as coisas, segundo a sua perspectiva, sinto dizer que não concordo; porque, na minha perspectiva, tenho capacidade é para reverter as coisas ao seu estado verdadeiro, na exata proporção da inversão conspirada. Este é o Espírito da Restauração.
 O que me deu essa capacidade foi a revelação de Deus aos profetas que chamou nos últimos dias, e a inspiração individual a que tenho direito, pelo dom do Espírito Santo que me foi conferido ao ser confirmado um membro desta Igreja.
Quanto ao bem que resultaria para o mundo, se a nossa poligamia patriarcal não fosse interrompida, eu preferiria responder, primeiramente usando os fatos modernos, mas em forma de perguntas.
Eu colocaria as aqui seguintes:
Em que foi transformado este nosso mundo, sem o concurso da poligamia patriarcal que os mórmons estavam começando a praticar nos meados do século passado?
De que forma, aquele princípio do casamento plural, por revelação de Deus a um profeta, poderia contribuir para que nosso mundo hoje fosse melhor?
Não poderíamos receber melhor resposta, quanto ao que foi feito deste nosso mundo sem o concurso do casamento patriarcal, do que nos dá a telinha mágica que todos temos em nossas  casas. Ela está pronta vinte e quatro horas por dia, para nos informar das crises e desgraças de todas as naturezas em que o mundo foi transformado.
O PADRE: Por favor, Dr. Amoramon! Pretende o Sr, demonstrar que o tal casamento poligâmico patriarcal teria resolvido esse problema?
DR. AMORAMON: Só posso estar certo de uma coisa: é que o seu celibato não  melhorou em nada a condição deste mundo. Mas deixe-me antes fazer um retrospecto e uma análise grosseira de alguns acontecimentos em Utah, na América do Norte:
Lá, na época final da prática da poligamia pela nossa Igreja, só dois por cento dos mórmons eram polígamos, proporção essa que foi aproximadamente a mesma todo o tempo. Os membros da Igreja representavam em Utah, oitenta e cinco por
cento dos votantes, os gentios e apóstatas apenas quinze por cento. Estes últimos, através de manobras anticonstitucionais junto ao Congresso, conseguiram desqualificar para o voto, além dos dois por cento de polígamos, também os demais oitenta e três; pela vergonhosa alegação de que, embora não fossem polígamos, criam no princípio. Eles envenenaram o Congresso e terminaram por torná-lo tão iníquo quanto eles próprios.
Num cálculo grosseiro que fizemos, se os dois por cento de polígamos mórmons fossem mantidos durante os últimos cento e sessenta anos, hoje teríamos cerca de dois bilhões de mórmons no mundo em vez de oito milhões (em 1998). O Sr, porém, deve entender que falamos apenas dos nascidos na Igreja, através das uniões polígamas; e se considerarmos os que seriam convertidos?
Já imaginou que enorme força espiritual e política esse exército de mentes representaria nas decisões deste mundo?  Certamente a história do planeta seria bem diferente da que conhecemos!
O PADRE: Dr, O Sr. está falando em poligamia ou em política? Parece que o Sr. gosta de confundir os seus interlocutores. O que tem o evangelho a ver com casamentos plurais, e estes com eleitores e política?
DR. AMORAMON: Padre, pensei haver sido suficientemente explícito; vejo que não fui.  Veja bem: o objetivo dos casamentos plurais não pode ser justo, a não ser que seja para cumprir mais rapidamente o Plano de Deus na terra. Esse objetivo é multiplicar geometricamente o número de portadores do sacerdócio. Há dois processos de fazer crescer a Igreja e o seu sacerdócio. Um deles é muito mais lento e difícil - o proselitismo puro e simples, o outro, além de rápido, propicia que o proselitismo seja otimizado, ao ser empregado em conjunto.
Quando usado o método dos casamentos plurais, a Igreja cresce rapidamente de dentro para fora, tanto em quantidade quanto em qualidade. Observe bem que só dois por cento dos mórmons praticaram a poligamia e que, no Velho Testamento, a alusão aos polígamos aponta para os mais espiritualizados, os profetas. Aí estava sendo garantida por Deus, a qualidade junto à quantidade, no crescimento da Igreja; porque os filhos seriam corretamente instruídos no temor de Deus, e preparados para as responsabilidades do sacerdócio em suas famílias patriarcais, devido às qualificações dos pais.
A poligamia seria um mal, até mesmo se generalizada entre os membros da Igreja; porque haveria a possibilidade de que, por falhas e despreparo entre eles, terminassem por mal instruir ou perder o controle sobre os filhos, os quais se poderiam desviar do caminho com mais facilidade.
 Poligamia no mundo, fora da Igreja? Nem pensar! Deus jamais mandou ou mandaria isso.
O Sr. pode agora entender que os casamentos múltiplos a comando de Deus, só poderiam mesmo ser para os líderes, principalmente?
Nesse ponto, veja o Sr. que tremenda contradição:   Enquanto Deus encaminha seus mais diletos servos para o casamento patriarcal - para exatamente multiplicar seus instrumentos de ação na terra e acelerar a execução do seu Plano de Salvação; o catolicismo ensina a "virtude e a grandeza" do celibato do seu sacerdócio!
Que enorme, que completa inversão da verdade! Não posso ser mais claro do que fui agora, padre.
Que entrave terrível para Deus, se o catolicismo adotasse a poligamia no seu clero! Nesse aspecto, o celibato, podemos dizer, até que favorece o Plano de Deus... Porque forma menos adeptos do erro.
O PADRE: É, o Sr. foi claro agora; como sempre, não perdeu a oportunidade para desmerecer ainda mais nossa doutrina.
DR. AMORAMON: Já disse anteriormente: Não sou eu que estou conduzindo as respostas; são as questões que o Sr. tem levantado. Elas é que conduzem a minha fala. As respostas sucedem ás questões. Mesmo quando empregamos o método socrático; quando o professor, já sabendo as respostas, faz perguntas para que os alunos cheguem a elas por si mesmos.
O Sr. pergunta se falo do evangelho ou de política. Primeiro, preciso saber se entendemos o termo da mesma forma. Veja, o dicionário diz que política é a arte de governar. Ora, nesse sentido, o evangelho é política, porque ensina como os homens se devem autogovernar para poderem bem governar os outros.
O Reino de Deus é um sistema de governo, ao qual os homens devem decidir-se a obedecer, para poderem viver em sua presença. O que o Sr. poderia ter contra essa nossa visão?
O PADRE: É. Devo reconhecer que o Sr, está certo neste aspecto.
NOTA DO ELDER SMITH:
A reunião foi encerrada neste ponto. O padre deu-nos a mão, sentimos que ela estava fria. Percebemos nos seus olhos uma expressão de angústia, mas havia também mescla de obstinação. Estava estampada sua luta interior, bem como a injusta decisão que tomaria.
Seguimos para casa levados pelo Sr. Amoramon. Ele guardou silêncio no trajeto; despediu-se com um forte aperto de mão; mas, mergulhado em suas reflexões, não abriu a boca uma só vez sequer, desde que nos despedimos do padre.
O CONTATO 9
 ENCONTRO DO DR. AMORAMON COM O LIVRE - PENSADOR
(Os missionários acompanharam-no nessa reunião preliminar)
DR. AMORAMON: Prezado Sr., estou aqui, acompanhando os missionários  para apresentá-los ao Sr., a pedido do nosso amigo comum Gert Folz. Ele achou aconselhável termos este encontro preliminar.
O LIVRE-PENSADOR: Eu assenti em receber os missionários, pela amizade que tenho com o Gert, ele conhece muito bem minha posição. Peço sua licença para dirigir minhas palavras aos próprios missionários, já que esperava a visita deles, embora o Sr. seja também bem-vindo. Esclareço que o Gert me disse que poderia apertar vocês com as perguntas que quisesse.
- Meus jovens e caro Dr., prezo muito minha liberdade de pensar e agir; se adotasse o pensamento de vocês, não estaria mudando meu modo de ser e agir? Não estaria renunciando à minha preciosa liberdade?
Não seria esse, exatamente, o caso de vocês, se deixassem de crer no que advogam, para viver a liberdade de pensar que vivo? Não é, portanto, muito mais digno para todos, que cada um tenha sua própria filosofia, sua maneira particular de ver todas as coisas, de ter sua própria realidade e metas?
 Vocês não percebem a injustiça que existe em saírem pelo mundo, tentando mudar a cabeça das pessoas já bem estruturadas, na maioria das vezes, muito mais experientes e vividas do que vocês?
Ademais, a história do mormonismo ainda carrega a peja da poligamia e da discriminação racial. Vocês não se podem libertar dessa verdade histórica, como um rabo enorme que deverão arrastar pela vida.
DR. AMORAMON - Sr., os missionários não são enviados, nem são treinados, para discutir as filosofias do mundo. Eles trazem, aos que pensam como o mundo ensinou a pensar, uma mensagem de Deus para os nossos dias; para que possamos aceitar Seu convite, e comecemos a pensar com uma liberdade diversa daquela que experimentamos - a liberdade segundo a Mente de Quem não vai pelos caminhos do mundo, e cujos pensamentos são mais altos.
O Sr, começou seu discurso por um ponto capital. Dou-lhe toda razão, pelo valor que dá à sua liberdade de pensar. É exatamente este, o ponto crucial de toda a filosofia dos céus e do inferno; ela não poderia deixar de estar presente na terra, envolvendo-nos de todos os lados. É por isso que nascem, crescem e se acabam as nações; os povos, as famílias e os indivíduos; é por isso que há Deuses e demônios, anjos, arcanjos e querubins; é por isso que há reis, imperadores, presidentes e todos mais...
A liberdade de pensar e agir! A liberdade de colher...(?) De colher o quê? Seria ela a de tudo colher?
Não, caro Sr! Exatamente aí, quando chega o momento de colher, termina a liberdade do homem. É exatamente aí, aonde Deus alicerçou Sua liberdade perfeita, porque plena. É onde termina a liberdade daqueles que plantaram onde quiseram, e o que quiseram; daqueles que semearam da sua própria sabedoria, e se negaram a semear no Espírito de Deus.
Ao chegar o tempo da colheita, perderão aquilo que imputaram como de maior valor - estarão restringidos a colher daquilo mesmo que houverem plantado, nada mais além disso.
Qual, então, a liberdade em que devemos permanecer agora, para sermos verdadeiramente libertos por toda a eternidade?
- É naquela que permitirá colher a plenitude do bem e do melhor, por havermos plantado, no terreno propício, a semente do Espírito; para podermos colher os dividendos da plenitude, sem ter nada de perdas a lamentar!
A liberdade que o Sr. tem construído, tem poder para levá-lo à plenitude da colheita?
Não! Só a liberdade que está na mente de Deus o tem!
É por isso que os missionários estão hoje aqui: para convidá-lo, em nome do Cristo, a investigar a veracidade do que dizemos, e construir o potencial para vir a colher da plenitude.
Se eles não tiverem a mente de Cristo em si mesmos; então, não terão nada de bom a lhe trazer. Se o Sr. não condescender, pelo menos por um momento, à influência desse Espírito, o qual nos dá a mente de Cristo, então não poderá perceber a verdadeira liberdade de pensar; continuará submetido à mente do mundo, a mente do homem natural. Estou agora falando do Testemunho do Espírito Santo.
O LIVRE-PENSADOR: Afinal, o que estão pretendendo fazer comigo? Não estarão querendo submeter meu pensamento ao de vocês?
Devo convencer-me de que vocês também falam por essa mente de Cristo, a qual está acima de nossa própria mente e pensamentos? Se eu me convencesse por mim mesmo, por sua pregação, teria cedido voluntariamente a uma lavagem mental; dessa forma estaria demonstrado que não haveria, no processo, nada além de uma auto-lavagem mental, pura e simples.
Onde haveria lugar para o Testemunho do Espírito Santo de que falam?
DR. AMORAMON: É exato o que o Sr. Concluiu -  ou falamos pela mente de Cristo, por testemunho individual, ou o que dizemos é falso diante de Deus e de nós mesmos; embora pudesse parecer verdadeiro às nossas mentes carnais.
Caso o Sr. concluísse, por razão comum (carnal), que nossas palavras são da mente de Cristo, embora essas palavras sejam verdadeiras, sua postura passaria a ser falsa, a partir do momento em que declarasse sabê-lo por testemunho do alto. O Sr. não poderia testemunhar a outras pessoas que fala pela mente de Cristo, pois saberia que fala por sua própria razão carnal.
Isso não lhe autorizaria a prestar testemunho em verdade e justiça, pois estaria mentindo para si mesmo, embora o que dissesse pudesse ser verdadeiro.
"Ninguém pode dizer que Jesus é o Cristo, a não ser pelo Espírito Santo."
(Ninguém pode dizer que sabe ser Jesus o Cristo, a não ser que disso receba revelação do Espírito Santo - quem apenas pensa que Ele é o Cristo, não pode dizer que sabe disso um passo mais além da sua opinião individual. A manifestação do Espírito é esse mais além que dá ao homem a autoridade para dizer que sabe)
O LIVRE-PENSADOR: É muito profundo o que o Dr. acaba de comunicar! Compreendo que Deus, realmente, teria que agir assim, com isso que vocês chamam de testemunho. Pois, só dessa forma poderia o homem reconhecer, de fato, que recebeu do alto; que não está submetido às suas próprias racionalizações; que algo mais poderoso do que as convicções pessoais entrou no processo.
Para ser verdade o que falam, reconheço que esse testemunho deve ser parte dos assuntos de Deus, ou isso ou não haverá convicção justa de qualquer verdade superior neste mundo.
DR. AMORAMON:  "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas; porque quem t'o revelou não foi carne e sangue, mas meu Pai que está nos céus..."  "...e sobre esta pedra (o testemunho do Espírito) eu edificarei a minha Igreja, e as portas (a mente carnal) do inferno não prevalecerão contra ela."
A mente natural do homem, compreende muito pouco dessas coisas ou entende completamente errado.
Agora, eu gostaria de responder às perguntas finais que fez, sobre poligamia e discriminação racial.
É verdadeiramente uma pena, que a grande maioria das pessoas dirija sua curiosidade em relação aos mórmons, focalizando esses dois assuntos; em lugar de atentarem para a beleza da sua teologia e entendimento das coisas de Deus.
 O "rabo enorme" que, nas suas palavras, devemos carregar, em verdade tem sido carregado é pelas pessoas do mundo. Só que esse rabo não pende do lugar convencional; e sim envolve a cabeça e desce desde a nuca; não tem pelos, mas sim, elos de uma corrente pesada, impedindo que suas mentes se expandam - são as correntes do inferno.
Se existir uma luz  brilhante num ambiente, as trevas não podem habitar ali. A poligamia e a "discriminação" históricas, pertencem ao mesmo ambiente onde brilha a luz da teologia mórmon, nelas não pode haver trevas. A palavra que o Sr. usou - discriminação, está mal colocada. Ela deveria ser priorização.
Durante o ministério mortal de Jesus, ele não discriminou os gentios ou gregos, como os chamavam os judeus; Ele, sim, deu prioridade ao povo judeu, na ordem de convidar ao convênio do evangelho.
O mesmo aconteceu agora entre nós, foram chamados ao convênio - com prioridade - primeiramente, os gentios descendentes de José, por seus filhos Efraim e Manassés; só depois, a partir de 1978,
começaram a ser chamados os descendentes  de Noé por seu filho Cam, pai de Canaan, o gerador da semente negra depois do dilúvio.
Desta feita, agora nos últimos dias, os judeus serão chamados por último - "Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros."
Veja Sr., onde havia trevas envolvendo sua mente, agora há luz, por efeito de melhor conhecimento adquirido de todo esse assunto.
Agora, vamos à poligamia. Há várias maneiras de abordar esse assunto. Desta vez, vou abordá-lo de modo bem diverso do que fiz anteriormente:
 As escrituras são claras quando aprovam e quando desaprovam a poligamia. Quando ela é instituída por Deus através dos Seus profetas, é justa, quando não, ela é injusta. Atente para este caso peculiar:
Maria, a mãe de Jesus, era descendente de David, um rei polígamo por mandamento ao profeta Natam, que lhe deu inúmeras esposas.
Por Maria, Jesus aceitou o cognome de  filho de David, ou seja, da descendência mortal de David. Foi isso desonra para Jesus e Maria?
A poligamia justa dos reis de Israel, fora instituída para multiplicar rapidamente o povo de Israel e o sacerdócio de Deus na terra. Enquanto eles se ativeram somente às esposas a eles designadas por Deus, através dos profetas, eles estiveram limpos diante de Deus.
O mesmo aconteceu entre os mórmons precursores, durante os primeiros sessenta anos da Igreja (não mais do que 2% receberam mandamento para os casamentos plurais). Se isso é a verdade, nossa poligamia era luz. O Sr. terá que descobrir por si mesmo. Há algo ainda que não posso deixar passar:
Esse fato tem sido ignorado até agora, mas é de grande importância para compreender que, nas corretas circunstâncias, os casamentos plurais não podem ser tomados como iniqüidade.
Veja bem o Sr., seja qual for a interpretação que os entendidos queiram dar à parábola das dez virgens, das lâmpadas, do óleo e do noivo, permanece o fato da figura escolhida por Cristo para comunicar sua lição. Escolheria ele uma figura de iniqüidade para ensinar as verdades do Reino de Deus?
A figura não era a de dez virgens e um noivo? O noivo não recebeu cinco delas e fechou a porta?
O noivo é Cristo, as noivas os membros fiéis da Igreja. Mas a figura era mesmo de cinco virgens. Cometeu Cristo iniqüidade, ao apresentar tal parábola, tal figura de linguagem - um noivo desposando cinco virgens?
O LIVRE-PENSADOR: Foi uma boa resposta. Novamente, tudo converge para a necessidade do tal testemunho! Vejo claramente que assim deve ser. Compreendo agora o porquê da insistência dos missionários nesse ponto. Reconheço ser fundamental para o sistema de formação do Corpo de Cristo.
O DR. AMORAMON FECHA O SEU DISCURSO
DR. AMORAMON: Progredimos muito no nosso relacionamento até este ponto. Porém, gostaria de dizer alguma coisa mais, antes dos missionários iniciarem suas palestras ao Sr., na próxima semana, caso o consinta.
Gostaria que o Sr. tomasse conhecimento de uma palestra que fiz para um auditório de duzentas pessoas, em setembro de1991.
Era previsto que eu falasse sobre o tema "Os mórmons e a América Antiga".
Comecei dizendo do receio que tinha de que a audiência tomasse minhas palavras como sendo um simples relato regional, caso não os preparasse para recebe-las amplamente, como devem ser avaliados os episódios relatados do relacionamento de Deus com Seus filhos.
Não haveria liberdade de mentes, se as coisas que eu comunicasse fossem tomadas apenas regionalmente; seu significado não seria corretamente avaliado, e onde estiver o erro, não estará o Espírito de Deus.
Eu esclareci:
Antes de entrarmos no nosso tema, vamos abrir e ampliar nossa mente.
Os atos de Deus são eternos e universais. Não são temporais nem regionais. Qualquer episódio do evangelho, aparentemente regional, deve ser avaliado e compreendido como um elo do Grande Ato de Deus ou não será justa nossa apreciação dele.
O Grande Ato, em relação a nós, é o Plano de Progresso Eterno para os nossos espíritos. Num super resumo, que deve estar sempre presente na mente dos que desejam compreender a mente do Eterno por Seu Espírito:
SETE PONTOS CAPITAIS NO PLANO DE DEUS
1 - A eternidade pré-mortal dos espíritos humanos.
2 - A criação espiritual.
3 - A queda e a vida temporal do homem.
4 - A promessa de Deus à semente de Abraão (Gen.1-8)
5- A dispersão da semente de Abraão por toda a Terra (a semeadura da palavra e da semente literal, para a salvação de todos os povos da Terra que aceitarem o convite de Deus) (II Reis 17; 1 Cron. 36:11-20; Tiago 1:1)
6- A reunião espiritual e coligação física do povo de Israel disperso e dos demais que aderirem ao convênio de Abraão (Israel deve vir de todas as nações e os judeus voltarão a Jerusalém, Isa 11: 11-13; Apoc. 18: 4-8; 3 Ne 20:29-46)
7 - A salvação para a imortalidade e vida eterna, na eternidade pós-morte.
OS PAPÉIS ISOLADOS E O PAPEL CONJUNTO DA BÍBLIA E DO LIVRO DE MÓRMON
NO PLANO DE DEUS
Tudo o que Deus fala e nos revela, tem o propósito de dar cumprimento a esse Plano. As Suas ações, nos nossos dias, estão dirigidas à grandiosa fase da reunião espiritual do povo de Israel e à sua coligação para formar a nação Milenar sob a teocracia de Cristo. De que forma?
É a nossa Biblia, o instrumento de Deus para reunir espiritualmente o povo dos nossos dias, numa só fé, num só batismo, num só conhecimento de Jesus Cristo e, assim, vir a coligá-lo para a teocracia de Cristo?
Vamos deixar que os Srs. respondam nas suas consciências, mas ao final desta exposição.
Deus semeou a promessa feita a Abraão, dispersando a semente do seu povo por toda a superfície da terra, para formar globalmente uma semente literal dele.
Pelas escrituras que viriam a constituir a Bíblia, nas mãos dos dispersos, Deus
semeou sua palavra, colocando em toda a terra a semente espiritual da verdade. Deus não dispersou sua palavra, como fez ao povo de Israel, Ele difundiu-a entre os povos da terra. Porém, os homens  dispersaram as palavras reveladas, nas suas miríades de interpretações particulares. Cristo veio, no Meridiano dos Tempos, para reunir o povo e a palavra do Velho Testamento, numa Lei Maior, através das palavras de um novo livro e convênio - o Novo Testamento. Mas o povo, coletivamente falando, rejeitou-O. Por isso, continuou disperso, e a dispersão da palavra continuou a ampliar-se e a consubstanciar-se nas crescentes miríades de interpretações particulares (contra as escrituras).
Poderá a Bíblia, por si só, fazer reverter essa marcha à dispersão? É ela o livro da coligação? O livro que Deus destinou a esta fase do Seu Plano? Respondam a isso, os lógicos e os teólogos deste mundo!
Monteiro Lobato, num rasgo de inspiração, disse: "Forma-se uma nação, com homens e livros."
Deus formará Sua nação Milenar, com o concurso de um outro testamento de Jesus Cristo, que virá em socorro do Velho e do Novo Testamentos, livrando-os do mal que os homens lhes fizeram, através das suas falsas interpretações, interpolações e cancelamentos.
É o Livro de Mórmon que está destinado por Deus para a obra da reunião espiritual do povo na palavra da verdade, para depois coligá-lo. Para que?
- Para salvá-lo da ignorância da verdade, do pecado contra as leis de Deus e das mortes, física e espiritual.
Deus, observando Seus filhos transitando por este mundo, os vê com amor e apreensão, e manda seus servos chamá-los à grande reunião que precede o Grande Final. Mas eles seguem, agarrados às suas Bíblias, para a ampla dispersão, cegos à Sua luz, surdos à sua voz. Paradoxalmente seguem em liberdade de ação, mas em escravidão de mentes, por não darem ouvidos à verdade que os poderia salvar.
A Bíblia cumpre sua parte no Plano, a de levar por todo o mundo o conhecimento do Deus único, como o instrumento de um povo disperso.
Veio então o Livro de Mórmon, para cumprir sua parte no Plano, a de reunir espiritualmente, em todos os cantos da terra, os dispersos, e a coligá-los nas terras que lhes serão dadas por herança, nos territórios de Sião (que significa: onde habita a justiça de Deus).
Quem pode contestar isso diante da visão física que testemunhamos em toda a terra, já as portas do Grande Milênio da Justiça?
Multidões, com Bíblias nas mãos, seguem em incontáveis direções para ouvir a diversidade de pregações de uma multidão de mestres e de pastores autoproclamados.
Por outro lado, um povo peculiar, com a Bíblia e o Livro de Mórmon solidamente ligados, segue numa única direção, para ouvir a unidade de pregação de um único Espírito, por pastores divinamente comissionados, pelo próprio Deus e Seus anjos.
Não é isso uma indicação física da verdade que pregamos?
Depois disso, eu discorri sobre o tema proposto.
O LIVRE-PENSADOR: Eu devo ser honesto. Confesso que não conhecia praticamente nada dessas coisas que me disse. Se elas forem verdadeiras, admito que não estarei construindo minha verdadeira liberdade, até que saiba por mim mesmo e pelo Espírito Santo. Se isso é aplicável a mim, forçosamente o será para toda a humanidade que não buscar esse conhecimento. Será uma coisa verdadeiramente dramática ignorar tudo isso, se for verdade.
 Está bem, aceitarei as palestras dos missionários mórmons.
DR. AMORAMON: Agora sim! Quando os missionários lhe derem os detalhes da restauração do evangelho para a coligação do povo, sei que não perderá nenhum deles, mas, o que é mais importante, não se perderá neles. Poderá manter a mente expandida, focalizando a grandiosidade do Plano de Deus.
Quando os missionários desafiarem o Sr. para o batismo, esqueça da idéia do falso batismo nas igrejas da dispersão.
Agora sei que poderá manter sua mente fixa na importância da fase do Plano de Deus em que o Sr. foi enviado à esta vida.
Muito obrigado por me ter ouvido.
 NOTA
A execução deste trabalho foi uma experiência memorável. Ao refletir sobre o conteúdo, sentimos um espírito de confiança ainda maior na fortaleza de nossa posição como membro d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
O AUTOR